As equipas de MotoGP ficaram no circuito de Brno para mais um dia de testes, na segunda-feira.
Foi oportunidade para testar novo material para a segunda metade da temporada e também para experimentar um novo pneu dianteiro trazido pela Michelin. As condições climatéricas estavam mais clementes do que no domingo: 25°C de temperatura ambiente, o asfalto nos 34°C.
No final Marc Marquez foi o piloto mais rápido dos testes e um dos que mais voltas completou. Com muito material para testar, Marquez completou 49 voltas (excluindo as de entrada e saída nas boxes) em 14 saídas para a pista. O piloto espanhol da Honda rodou mais rápido do que na corrida de domingo
«Foi um dia muito positivo, completámos muitas voltas e sentimo-nos bem desde o início do teste. Começámos muito cedo logo de manhã e trabalhámos pela tarde dentro, experimentando coisas novas em cada saída. É difícil quando temos um plano de trabalho tão apertado, mas a Honda está a trabalhar muito e isso é uma grande motivação para o piloto», disse Marquez no final.
Novo Michelin dianteiro
Porém, o piloto espanhol não gostou muito do novo Michelin: «A Michelin também trabalhou muito a pensar no futuro. Trouxe um pneu dianteiro novo que, sinceramente, não funcionou como esperávamos, mas é muito positivo para nós ver o esforço que estão a fazer para melhorar ainda mais».
Marquez teve tanta coisa para testar que tinha quatro motos na box, sendo uma delas a que usou no domingo, para servir de bitola.
No final Marquez registou o melhor tempo do teste. «Conseguir a volta mais rápida não era o objectivo principal, o mais importante era trabalhar para o futuro. Encontrámos muitas coisas positivas e algumas delas vamos utilizá-las já na próxima corrida», explicou o espanhol.
O seu companheiro de equipa, Dani Pedrosa, terminou o dia em terceiro, depois de 30 voltas. O piloto espanhol trabalhou muito nas suspensões e electrónica e diz ter beneficiando de condições climatéricas mais favoráveis.
Johann Zarco foi o segundo mais rápido. O piloto francês da Tech3 não teve nada novo para testar, por isso concentrou-se na afinação da moto, de modo a sentir-se mais confortável. Apesar de ter tido oportunidade de testar o novo pneu, Zarco nunca o usou nas suas 49 voltas.
Viñales de fora, Rossi sozinho
A equipa oficial Yamaha teve novos componentes para testar, mas apenas um piloto para o fazer. Maverick Viñales ficou dorido da queda no início da corrida de domingo e optou por não rodar. Foi Valentino Rossi quem teve que fazer todo o trabalho.
«Foi um bom teste, porque tivemos condições muito quentes, semelhantes às do fim-de-semana, por isso pudemos testar outras coisas. Trabalhámos na aceleração no primeiro toque no acelerador, e também na poupança dos pneus em corrida. Testámos coisas diferentes e descobrimos que algumas são boas, mas temos que trabalhar nelas em conjunto. Infelizmente não conseguimos melhorar a prestação em relação ao domingo, por isso acho que na Áustria a situação será semelhante», queixou-se o italiano. Rossi terminou o dia em sétimo, a 0,709 s de Marquez.
O italiano testou uma nova solução aerodinâmica na carenagem da Yamaha M1, talvez a mais estranha das que as equipas já mostraram nos últimos tempos. Nesta carenagem uns apêndices saem do nariz até à parte inferior da carenagem, parecendo os bigodes de um peixe-gato. Esta solução aerodinâmica não agradou muito a Valentino Rossi e não deverá ainda ser homologada para as próximas corridas. No final Rossi disse que na Áustria usará a mesma moto de Brno.
Lorenzo com o quadro de Dovizioso
Na equipa Ducati Andrea Dovizioso foi o mais rápido dos testes, logo seguido do seu companheiro de equipa. Jorge Lorenzo teve oportunidade de testar o quadro que Dovi usa desde o GP da Holanda e gostou. Por isso deverá usá-lo já este fim-de-semana na Áustria, que recebe o 11.º GP da temporada.
A KTM apenas pôde contar com Bradely Smith para os testes, mas recebeu boas notícias de Pol Espargaró. O piloto espanhol partiu a clavícula esquerda no warm up de domingo, mas não precisará ser operado. Não houve separação do osso, e por isso terá uma recuperação mais rápida. De qualquer modo não poderá estar presente no GP da Áustria, tendo que ficar no hospital até ao final da semana.
Smith continuou a testar novos componentes, trabalhando na ciclística com diferentes opções de quadro e braço oscilante.