Michelin estuda influência da degradação das borrachas

Michelin, CNRS e Universidade Clermont Auvergne unem esforços para estudar o processo de degradação associado ao uso dos pneus.

Michelin e o ambiente

A Michelin, o CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) e a Universidade de Clermont Auvergne inauguraram, no passado dia 6 de dezembro, o laboratório conjunto de investigação “BioDLab”, dedicado ao estudo da degradação e da biodegradação da borracha dos pneus. O objetivo é compreender melhor o processo de degradação associado ao uso dos pneus, e desenvolver soluções técnicas para os problemas ambientais que colocam as partículas de desgaste resultantes do contacto entre a estrada e o pneu.

​A missão do laboratório de investigação, que terá uma duração de 4 anos, é desenvolver ferramentas que permitam identificar soluções concretas para que as partículas de desgaste sejam bio assimiláveis pelo meio ambiente.

Michelin e o ambiente

​Para garantir a segurança dos utilizadores, os pneus devem proporcionar um elevado nível de aderência à estrada, o que provoca uma erosão que gera partículas de desgaste. Estas partículas formam uma mistura complexa, de que inúmeros fenómenos químicos estão ainda por descobrir, especialmente no que se refere à sua evolução no tempo, quando expostas ao sol e à água.

Na interface entre o estudo dos materiais, a química e a microbiologia, esta nova colaboração entre o CNRS, a Michelin e a UCA pretende desenvolver métodos para avaliar a degradação dos elastómeros, um componente essencial dos pneus, e gerar uma análise detalhada que permita compreender os mecanismos implicados.

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​Mais especificamente, a investigação irá centrar-se na ligação entre a degradação das borrachas dos pneus – também conhecidas como elastómeros diénicos –, mediante um processo foto e termoquímico, e a sua biodegradação mediante microrganismos, ou, também, mediante enzimas1. Serão desenvolvidos métodos para avaliar os distintos processos de degradação, e uma análise detalhada permitirá compreender melhor as reações físico-químicas em questão.

Michelin e o ambiente

​Nesta colaboração participarão uma vintena de membros do Instituto de Química de Clermont-Ferrand (Universidade de Clermont Auvergne/CNRS), e uma dezena de empregados do Departamento de Operações de Investigação e Desenvolvimento da Michelin.

​“O CNRS está entusiasmado com a criação deste novo laboratório conjunto com a Michelin, que oferece um quadro de trabalho estruturado e duradouro para explorar conjuntamente o impacto ambiental dos pneus, um desafio comum. A Michelin é um dos principais parceiros industriais da nossa organização, com nove estruturas conjuntas de investigação em funcionamento, e inúmeras colaborações de investigação ligadas a temas científicos partilhados”, refere Jean-Luc Moullet, Diretor-Geral de Inovação do CNRS.

​O CNRS fomenta a criação de laboratórios associados com empresas, para fazer avançar a investigação, e enfrentar juntamente com estas os desafios da sociedade. A organização conta com mais de 260 laboratórios de investigação associados ativos.

Michelin e o ambiente

​“Estamos muito felizes por colaborar, uma vez mais, com o CNRS e a Universidade Clermont Auvergne, num novo e ambicioso campo de investigação. Este laboratório sobre partículas de desgaste ilustra o forte compromisso por parte do Grupo. Ter em conta o impacto ambiental das suas atividades faz parte da estratégia da Michelin. Desde há vários anos, o Grupo comprometeu-se a reduzir a abrasão dos seus pneus, apoiando-se na sua experiência em materiais, e numa estratégia de conceção historicamente centrada na otimização do uso dos materiais. Esta política permitiu-nos reduzir as emissões de desgaste dos nossos pneus em 5% entre 2015 e 2020. A Michelin também é reconhecida internacionalmente enquanto líder em longevidade. Esta posição foi confirmada por um teste recente realizado pelo ADAC2, o automóvel clube alemão (estudo publicado em março de 2022), envolvendo uma centena de pneus diferentes. Por último, o Grupo sempre foi partidário da fixação de limites regulamentares de abrasão dos pneus, para limitar as emissões de partículas de desgaste em todo o mundo. Neste sentido, apoiou ativamente as recomendações da Comissão Europeia (norma Euro 7)”, explica Eric-Philippe Vinesse, Diretor de Investigação e Desenvolvimento, e membro do Comité Executivo, do Grupo Michelin.

“O BioDlab é o terceiro laboratório conjunto criado pela Michelin e pela Universidade de Clermont Auvergne, e o segundo em que participa o Instituto de Química de Clermont Ferrand (ICCF). A Universidade de Clermont Auvergne está muito contente com este novo acordo, cuja criação é fruto de uma ambiciosa política de colaboração entre os nossos laboratórios e o mundo empresarial, e a Michelin em particular. Esta parceria científica irá apoiar a produção de materiais inovadores e sustentáveis, pelo que se inscreve plenamente na nossa estratégia científica, cujo objetivo é ‘conceber modelos de vida e de produção sustentáveis”, declara Mathias Bernard, Presidente da UCA.

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