De Itália chega a notícia da morte de Ivano Beggio, o mítico pai da Aprilia. Ivano Beggio pegou na empresa do seu pai Alberto, que fabricava bicicletas desde o pós-guerra, e transformou-a num fabricante de motos e scooters nos anos ’70.
Sob a alçada de Ivano Beggio a marca italiana teve uma rápida ascensão, graças também ao envolvimento na competição. Beggio era um apaixonado pelas corridas, e isso reflectiu-se na filosofia da marca. A Aprilia alcançou inúmeros sucessos na velocidade mundial, somando títulos de pilotos e construtores. Pelas suas equipas oficiais passaram pilotos como Loris Reggiani, Valentino Rossi, Manuel Poggiali, Max Biaggi, Marco Melandri, ou Roberto Locatelli, entre muitos outros.
Antes da velocidade a Aprilia tinha-se também aventurado no motocross e trial.
Das 50 cc às 1000 cc
No início dedicou-se apenas a motos de baixa cilindrada, mas a gama foi crescendo até chegar às desportivas de um litro. Envolveu-se também na categoria rainha do mundial de velocidade, ainda na era das dois tempos, com uma bicilíndrica, e chegou a estar presente em MotoGP, com a RS3 uma tricilíndrica. Desde há muito a marca está também envolvida no Mundial de Superbike, primeiro com a bicilíndrica RSV Mille e nos últimos anos com a tetracilíndrica RSV4.
A marca cresceu especialmente nos anos ’90, passando das 50 000 unidades produzidas para quase 300 000. Nesta altura, por volta de 1997, cerca de metade da produção era exportada.
Depois de ter adquirido a Moto Guzzi e a Laverda perto do final do século, a empresa encontrou dificuldades financeiras. Pressionado pelos bancos, em 2004 vendeu as marcas ao Grupo Piaggio. Roberto Colanino, presidente do grupo, nomeou Ivano Beggio Presidente Honorário, cargo que ocupou até 2006.
Sempre polémico e apaixonado, deixou a sua marca na indústria das duas rodas.
Ivano Beggio morreu em casa, em Asolo, Treviso. Não resistiu à luta contra a doença que o afectava há muito, e faleceu aos 73 anos de idade.