O Moto-rali em Coimbra 2019 foi lição de sucesso para os 73 aprendizes que dali saíram no fim-de-semana passado diplomados “doutores” em ultrapassar desafios.
Um Fado Mototurístico, um Moto-Rali dos Doutores… vários títulos se podiam dar ao excelente fim-de-semana que o renascido Moto Clube de Coimbra organizou a 5 e 6 de Outubro para 73 participantes de todo o país. Esta foi a quinta jornada do 23º Troféu de Moto-Ralis Turísticos Michelin-BMW FMP 2019. Portanto não há dúvida de que Coimbra é uma lição!
O Moto-rali em Coimbra 2019 foi lição de sucesso mas organizar um moto-rali turístico naquela cidade é obra. O MC Porto já o fez duas vezes na Invicta. O MC Lisboa outras tantas na sua capital. Até o Mototurismo do Centro, pelas mãos do mesmo Zé Valença, já havia levado o evento à Cidade do Mondego há cerca de 15 anos.
Os percursos são trabalhosos, de ruelas e vielas. Ou seja, desenhar o road-book obriga a muita “transpiração”, a necessidade de imensas autorizações complica. Por outro lado, o atraso com que estas chegam desespera. E quando, ainda por cima, algumas vem com horários ou datas nada a jeito, obrigando a refazer várias vezes o já de si complexo programa.
Sabendo de todos os neurónios queimados nos cérebros da equipa do MC Coimbra devido à montanha de imprevistos, os “mototuristas” partiram no sábado de manhã das margens do Mondego para a cidade. Portanto, tolerando as falhas que pudessem aparecer. Mas o incrível é que não houve falhas nesta estreia. Bateu tudo certo!
À descoberta da cidade
Conhecer Coimbra ao pormenor em dia e meio não é possível. Mas o Zé Valença e demais amigos conimbricenses tentaram. E conseguiram abrir muitas portas. Ficou na retina a visita à faustosa e monumental Biblioteca Joanina, com 302 anos e a mais importante do Mundo à altura, apenas atrás da de Paris. E o escutar atento da História e estórias do Mosteiro de Tentúgal. O eloquente Sr. José Craveiro narrou com alma e paixão as desventuras das freiras que inventaram o famoso doce como remédio para o povo anímico.
Foi um moto-rali muito motociclístico, obrigando a puxar pelos dotes de condução, num sobe e desce de ruas difíceis e estreitas, entre varais de roupa e ‘Repúblicas’ de estudantes. Foi um privilégio poder passar de moto no Jardim Botânico ou entrar com ela num quartel de Guarda Fiscal. Tudo para uma melhor contemplação de Coimbra e seus séculos de história. Uma cidade que guarda os restos mortais de D. Afonso Henriques, que doutorou centenas de vultos do nosso País na sua Universidade com 727 anos. Onde cada esquina, cada porta, cada tijolo teria imenso que contar se pudesse falar.
Os participantes cantaram o fado na Lapa dos Esteios, recordaram Pedro e Inês na Quinta das Lágrimas. Subiram a apertada escadaria da torre da Universidade, a tal ‘cabra’ que chama para as aulas, houve quem desse um biqueiro na raposa, e todos espreitaram a Sé Velha e o Penedo da Saudade. Foi sentida a noite estudantil (há coisas que não mudam…). Além disso, também perceberam que é a colónia de morcegos-anão que cuida da saúde dos livros na Biblioteca Joanina.
Uma jornada de desafios
O Moto-rali em Coimbra 2019 foi lição de sucesso, traduzindo-se para todos numa jornada muito interessante e animada. Além disso, não faltou muita música, comida, bebida e alegria.
Ainda deu para dar uma fugida às estraditas circundantes, pelas margens do Mondego. No sábado para montante, até à Mata Nacional de Vale de Canas, e no domingo até Tentúgal, destacando o surpreendente Palácio de S. Marcos e o bucolicismo típico e fresco de Ançã e a nascente do rio que dá o nome à vila.
Para que todos chegassem a casa a tempo de votar nas legislativas, o almoço final decorreu em tempo recorde. Portanto, premiando Vítor Olivença, do MC Albufeira, como o mais atento às imensas questões que surgiam a cada curva. As “Alexandras” vieram a seguir. Com o Xuxu do MC Porto em 2º e com o João Aleixo de Albufeira em 3º lugar.
Pelo meio, os divertidos entusiastas dos Conquistadores de Guimarães apresentaram o seu moto-rali. Este que será o próximo e levará os participantes de Penafiel a Fafe, a 2 e 3 de Novembro. Ou seja, como um dos temas é o verde branco, surgiram vestidos de Deus Baco.