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MotoGP 2022 Valência – Francesco Bagnaia é campeão!

Piloto italiano conquista o título de MotoGP numa corrida intensa. Francesco Bagnaia é o novo campeão e com a Ducati.

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Novembro 6, 2022

Depois de uma corrida imprópria para cardíacos, que o diga Davide Tardozzi, diretor de equipa da Ducati Lenovo Team, Francesco Bagnaia acaba de se tornar no novo campeão do mundo de MotoGP. Um enorme feito para o piloto italiano, o piloto que mais vitórias garantiu em 2022, mais voltas em corrida liderou, e que é também o piloto que leva o prémio de mais “pole position” conquistadas.

Para a Ducati, esta é uma temporada de ouro, que para além dos títulos de construtor e equipas, adiciona ainda o tão ambicionado título de pilotos que lhes escapava desde 2007, com Casey Stoner. A Ducati garante assim o triplete de MotoGP.

O vencedor desta corrida final de temporada do Grande Prémio de Valência foi Alex Rins (Suzuki Ecstar), que assim fecha com “chave de ouro” uma era da casa de Hamamatsu na categoria rainha – recordamos que a Suzuki abandona a competição no final deste ano –, que liderou de início ao fim, enquanto Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory), num derradeiro esforço fantástico, consegue mesmo cruzar a meta em 5º.

Mas vamos à corrida que deu por terminada a temporada 2022 de MotoGP. A corrida das decisões!

No arranque para a prova valenciana o circuito Ricardo Tormo apresentou um asfalto com temperatura bastante quente, pelo que foi possível aos pilotos usarem o pneu dianteiro duro, o tal que Miguel Oliveira referiu ao longo deste fim de semana ser o melhor para a sua KTM RC16. A combinação de pneu duro dianteiro com médio traseiro foi a preferida de quase todos os pilotos.

Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) desta feita não foi capaz de garantir a liderança da corrida de MotoGP após os semáforos se apagarem, pois, vindo de trás, Alex Rins e a sua Suzuki GSX-RR, moto japonesa que estava aqui a fazer a sua última corrida, saltou para a frente do pelotão. Jack Miller (Ducati Lenovo Team) e Marc Márquez (Repsol Honda) estavam à espreita dos lugares de topo, mas o foco nas primeiras voltas foi Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team).

Ao piloto francês apenas uma vitória interessava, mas o arranque a partir de 4º não foi o perfeito, até porque logo atrás de Quartararo o italiano Bagnaia arrancava de forma muito boa, fazendo então marcação cerrada ao seu perseguidor na classificação.

Os dois rivais rodaram muito próximos durante várias curvas, com Bagnaia, ao contrário do esperado, a adotar uma postura mais agressiva e não ficando na expectativa. Naquele que foi o momento mais quente da corrida de MotoGP, e um dos momentos decisivos na decisão do título, Bagnaia consegue forçar Quartararo a abrir trajetória, consegue colocar a sua Ducati Desmosedici GP na frente do francês, que não dá a luta por terminada e acaba por ser tocado pela moto do italiano.

Um momento de cortar a respiração para fãs, pilotos e responsáveis das equipas Ducati e Yamaha, que viram uma das asas da moto de Bagnaia saltar.

Nesta batalha, em que Quartararo acabou por conseguir sair por cima, os dois pilotos acabaram por ficar atrasados em relação a Alex Rins, Jorge Martin, Marc Márquez e Jack Miller. Quando se desenvencilhou de Bagnaia, Quartararo tinha uma diferença superior a um segundo e meio para o quarto classificado.

Por seu lado, a partir desse toque em que perde parte do pacote aerodinâmico, Francesco Bagnaia começa a sofrer bastante para aguentar atrás de si um enorme pelotão de pilotos rápidos, como Brad Binder (Red Bull KTM Factory), que não se mostrou preocupado com luta pelo título e não demorou muito para passar o italiano da Ducati. Conseguiria “Pecco” levar o seu esforço até ao fim e garantir o título?

Lá na frente, Alex Rins estava intocável na última corrida da Suzuki em MotoGP. Porém, o grupo de quatro fica reduzido a três, pois Márquez sofre uma queda na curva 8 e assim dava por terminada a sua temporada 2022.

Enquanto isso, Bagnaia continuava em sofrimento com a sua moto em inferioridade, e Joan Mir (Suzuki Ecstar) e ainda Miguel Oliveira estavam de olho na posição ocupada pelo líder do campeonato. Demorou até à 13ª volta para Mir suplantar Bagnaia, e depois precisámos de aguardar pela 17ª volta para ver o piloto português também conseguir ultrapassar o italiano da Ducati. Neste momento, e tendo em conta que tinha arrancado de 14º, Miguel Oliveira já tinha recuperado sete posições. Mas a corrida do português ainda viria a melhorar antes da bandeira de xadrez.

Um pouco à frente de Bagnaia, Fabio Quartararo dava tudo por tudo para reagrupar aos três primeiros, sempre com a vitória no seu pensamento. Porém, o francês não foi capaz de aguentar atrás de si um endiabrado Brad Binder, então o mais rápido em pista. Na 18ª volta o sul-africano da KTM consegue mesmo passar por Quartararo, e a partir daí o campeão de 2021 de MotoGP continuou a sua corrida a tentar subir na classificação, mas a cada volta ficava cada vez mais complicado de realizar o sonho de revalidar o título.

Sempre com Rins na liderança, intocável, Jack Miller acaba por levar longe demais o seu esforço e acabou por cair na curva 11, pouco depois de ser passado por Binder, que continuava a sua corrida em recuperação.

Mais atrás, Quartararo não conseguia verdadeiramente entrar na luta pelo pódio, e Bagnaia também era ultrapassado por Luca Marini (Mooney VR46) e ainda por Enea Bastianini (Gresini Racing), ele que, devido a desistência por problemas técnicos na Aprilia RS-GP, via Aleix Espargaró entregar-lhe o terceiro lugar no campeonato. Ainda assim, o 9º lugar era mais do que suficiente para Francesco Bagnaia assegurar o título, até porque, como referimos, Fabio Quartaro não ia além do quarto lugar em corrida.

O título não escapou mesmo ao italiano, que assim terminou com uma longa espera por parte dos “tiffosi”, que desde 2009 não viam um compatriota ser campeão de MotoGP. O último tinha sido Valentino Rossi, o nove vezes campeão do mundo, que fez questão de no final da corrida entrar em pista e celebrar com o seu pupilo Francesco Bagnaia um título que dá à VR46 Academy um enorme resultado.

Para os italianos esta conquista de Francesco Bagnaia tem também um enorme motivo de celebração, pois passam agora 50 anos desde que Giacomo Agostini foi campeão de 500 cc numa MV Agusta. Francesco Bagnaia e Ducati são novamente uma dupla italiana no topo da categoria rainha.

Após a corrida, em declarações concedidas à Sport TV, Francesco Bagnaia fez questão de referir que “É difícil dizer seja o que for, mas estou muito feliz. Muito orgulhos da minha equipa, de mim, fizemos uma coisa incrível. Foi uma luta apertada, nunca para lá do limite, acima de tudo respeito. É incrível. Tenho de estar muito feliz por ter o Fabio como rival, penso que é um dos grandes no paddock. É um monstro! É incrível ter um rival como ele”.

E qual terá sido o momento em que Bagnaia deu a volta à temporada que parecia perdida com 91 pontos de atraso?

O italiano, novo campeão de MotoGP, não tem dúvidas: “Foi em Silverstone. Tive um fim de semana complicado e venci na mesma. Foi o que me ajudou a concentrar, mas também a ficar furioso. Sem contar com o Japão onde cometi um erro, tudo correu de forma perfeita”.

Regressando à corrida, Alex Rins aguentou a liderança até final, ele que liderou desde a primeira volta esta derradeira corrida de MotoGP em 2022. Mas atrás o espanhol que oferece à Suzuki uma vitória na despedida da marca japonesa, Brad Binder ainda não estava satisfeito, e nas últimas voltas roubou mesmo o segundo lugar a Jorge Martin, que depois da “pole” no GP de Valência terminou a corrida em terceiro lugar.

Fabio Quartararo, apesar do esforço, não foi além do quarto lugar, insuficiente para ser campeão mesmo que Bagnaia não pontuasse, levando atrás de si Miguel Oliveira, que na derradeira volta de MotoGP aos comandos de uma KTM, consegue mesmo superar o espanhol Joan Mir e assim fecha a temporada com um excelente 5º lugar.

Uma despedida também em grande plano para o piloto português, que, fruto dos resultados de Alex Rins e de Jorge Martin, termina a temporada 2022 de MotoGP no 10º lugar da classificação da categoria rainha.

MotoGP – resultados do GP de Valência