Depois de todos os treinos livres, realizaram-se as importantes sessões de qualificação de MotoGP a contar para o Grande Prémio de Valência, corrida que decidirá o novo campeão de 2022 da categoria rainha. Com Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) a mostrar um excelente ritmo de corrida na quarta sessão de treinos livres, esperava-se que o piloto português conseguisse superar o desafio da Qualificação 1.
Com a temperatura do asfalto valenciano a aumentar, e assim a permitir a utilização do composto duro na roda dianteira e macio na roda traseira, Miguel Oliveira começou a sempre complicada Q1 a realizar o 5º tempo a menos de meio segundo do mais rápido nessa primeira metade de sessão que foi Alex Rins (Suzuki Ecstar).
Na segunda saída para a pista, o piloto português voltou ao ataque ao cronómetro e conseguiu melhorar o seu registo, acreditando que tinha o ritmo necessário para garantir uma das duas primeiras posições. A sua melhor volta chegou a colocar o seu nome em segundo, volta realizada com um tempo de 1m30.236s, mas que acabou por ser insuficiente para garantir a passagem à desejada Q2 de MotoGP.
Miguel Oliveira viria a terminar a Q1 em 4º, o que lhe dá a 14ª posição na grelha de partida, a pouco mais de uma décima do mais veloz Maverick Viñales (Aprilia Racing), que passou em primeiro e levou consigo para a Q2 o também espanhol Alex Rins.
Esta última qualificação de Miguel Oliveira com a KTM foi um pouco o exemplo daquilo que tem sido a temporada, com o piloto português a revelar um bom ritmo de corrida na TL4, mas com muitas dificuldades em conseguir garantir uma excelente volta rápida que lhe permita passar à Q2 quando precisa de batalhar na Q1.
Ainda assim, e como tantas vezes já referimos nos últimos tempos, o piloto português não tem por hábito “deitar a toalha ao chão”, mesmo quando a qualificação corre de forma menos positiva, e por isso esperamos que logo no arranque e primeiras voltas da corrida de MotoGP, Miguel Oliveira consiga um bom arranque como já nos habituou, e depois ascenda na classificação para obter uma boa pontuação nesta corrida final com a KTM.
Quanto à Q2, a decisiva sessão de qualificação da categoria rainha, o mais veloz em pista foi Jorge Martin (Prima Pramac Ducati). “Martinator” tem vindo a especializar-se na obtenção de “pole positions”, e com mais esta em Valência igualou mesmo Francesco Bagnaia, ambos a terminarem a temporada 2022 com um total de cinco “pole positions” para cada.
Quem conseguiu aproveitar da melhor forma o ritmo imposto por Martin foi Marc Márquez (Repsol Honda). Embora não tenha rodado “colado” ao compatriota da Ducati, Márquez e a sua Honda RC213V seguiram de perto Martin e a sua Ducati, aproveitando a referência visual, e terminou a qualificação de MotoGP com o segundo melhor tempo.
Já Jack Miller (Ducati Lenovo Team), também a despedir-se da sua equipa neste GP de Valência, não evitou uma queda que lhe estragou as hipóteses de batalhar pela “pole”, mas ainda assim garantiu um lugar na primeira fila da grelha de partida ao ser o terceiro mais veloz em pista.
Quanto à luta pelo título, Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) continua a mostrar-se melhor do que o rival Francesco Bagnaia e a Ducati, pelo menos até ao momento, pois em todos os treinos e qualificação consegue ser mais rápido que o líder do campeonato. O atual campeão do mundo de MotoGP vai arrancar de 4º para a corrida de domingo, sabendo que tem de vencer para sonhar com a renovação do título.
Quartararo ainda teve uma derradeira volta para conseguir entrar na primeira fila da grelha de partida, mas um exagero logo na curva 1, seguido de saída de pista na curva 2, estragou por completo qualquer hipótese de o francês ascender à primeira fila da grelha de partida.
Já Francesco Bagnaia, que também não evitou uma saída de pista, mas sem consequências, não foi além do 8º melhor tempo em qualificação, o que o deixa atrás do seu perseguidor no campeonato.
Ainda assim, e tal como tem acontecido até ao momento, o piloto italiano não parece estar particularmente incomodado por ter sido batido em todas as sessões por Quartararo, sabendo que pode fazer uma gestão relativamente tranquila, dentro do que se pode definir de tranquilidade num momento decisivo para o título.
Convém referir, até porque muitos fãs acreditam que a vantagem de 23 pontos que detém no campeonato já lhe garante o título mesmo antes da corrida terminar, que o título apenas ficará decidido na derradeira passagem pela linha de meta na corrida de amanhã. Basta recuar no tempo e relembrar o que aconteceu em 2006 para percebermos que a história ainda não está escrita!
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