MotoGP 2023 – A reação de Miguel Oliveira ao Grande Prémio do Japão

Miguel Oliveira fechou o Grande Prémio do Japão com um 18º lugar após estar a lutar pelo pódio. Eis a reação do piloto português.

miguel oliveira

Uma corrida de MotoGP à chuva é, por norma, sinal que teremos Miguel Oliveira a discutir as melhores posições. E a verdade é que na corrida deste domingo que concluiu o Grande Prémio do Japão no circuito Mobility Resort Motegi, o piloto português da CryptoData RNF Aprilia esteve precisamente em grande plano a partir do momento em que a chuva se fez sentir com maior intensidade.

Nesta corrida, Miguel Oliveira garantiu logo um bom arranque, colocando a sua Aprilia RS-GP 22 #88 em 8º quando tinha arrancado da 16ª posição na grelha de partida.

Pese embora se tenha assistido ao caos no momento das trocas de motos no final da primeira volta do GP do Japão, com quase todos os pilotos a entrarem em simultâneo na box para trocar para motos com pneus de chuva, momento em que Miguel Oliveira viria a perder algumas posições, assim que a situação em pista estabilizou, o português mostrou um grande andamento que o levou até à 4ª posição entre os pilotos de MotoGP.

Rodou alguns momentos bem perto de Marco Bezzecchi (Mooney VR46) e tinha em vista o terceiro lugar e um possível pódio neste domingo japonês bem chuvoso.

miguel oliveiraMas de repente, e quando tudo indicava que iria conseguir chegar a esse terceiro lugar, até atendendo ao ritmo evidenciado a cada volta realizada, Miguel Oliveira “desapareceu” da classificação e entrou na box da CryptoData RNF Aprilia.

Teria sofrido algum problema técnico na sua moto?

Na verdade, desta vez o problema ficou a dever-se a uma questão técnica com o capacete do piloto português, nomeadamente com a viseira do capacete, que impossibilitou o piloto de ver o suficiente para pilotar e terminar a corrida. Sem conseguir ver a pista, Miguel Oliveira optou por sair, regressar à box, não arriscando a sua segurança (e também de outros pilotos), numa corrida que foi do sonho ao pesadelo em poucos momentos.

Após o português entrar na box, a Direção de Corrida viria a interromper a mesma devido às condições climatéricas e para segurança dos pilotos, sendo que a Direção de Corrida viria a permitir que o português estivesse presente no recomeço da prova japonesa, pese embora os mecânicos da CryptoData RNF Aprilia tenham colocado a moto #88 no interior da box antes da interrupção, o que deveria ter impedido Miguel Oliveira de regressar.

No entanto, esse regresso não durou muito, pois na volta de aquecimento para o recomeço do GP do Japão ficou claro que não existiam condições de segurança para prosseguir a prova, tendo a mesma sido dada como concluída à 12ª volta e com Miguel Oliveira a ser então creditado com a 18ª posição final.

miguel oliveiraEm reação à corrida principal do programa do Grande Prémio do Japão, Miguel Oliveira refere que “Estava a correr bem, o flag to flag (troca da moto) aconteceu de forma suave, sem problemas. Mudei de moto e comecei a corrida à chuva e estava a sentir-me bastante competitivo. Depois, com mais chuva, senti-me ainda melhor, a moto estava a portar-se bastante bem. Mas depois, três voltas antes de me retirar, comecei a ter dificuldades em ver. Não conseguia ver nada e isso nunca me tinha acontecido, nem conseguia ver onde é que estava a meter as rodas. Havia demasiada água e eu dizia para mim para estar calmo e não desistir. Mas eu vim (para a box) meia volta antes e então a minha corrida estava terminada. O pessoal meteu a moto na box o que fez com que fosse difícil recomeçar, mas finalmente eu poderia recomeçar do pit lane, mas a corrida foi terminada, entretanto”.

Entrando numa análise mais detalhada ao que aconteceu nesta corrida do GP do Japão, e em declarações à Sport TV, Miguel Oliveira fez também questão de realçar as condições em que a corrida estava a ser disputada, e o que aconteceu para o obrigar a entrar na box:

“As condições estavam muito complicadas mesmo. Já antes de me retirar tive alguns sustos, sem saber onde pôr as rodas, a começar a virar para as curvas muito cedo porque não via, sem perceber onde conseguia acelerar ou travar, e, portanto, estava a andar completamente cego. Por isso, obviamente agora é fácil de dizer que me retirei demasiado cedo, mas as condições estavam impraticáveis. Foi muito frustrante”.

Mas quando a corrida parecia pronta a recomeçar, o que vimos foi confusão na box da CryptoData RNF Aprilia. Poderia Miguel Oliveira retomar a corrida visto não ter caído ou sofrido um problema mecânico na sua moto?

“O que aconteceu foi que eu entrei, e sabemos que 99% das vezes em que entramos na box a meio da corrida nos vamos retirar, mas a Direção de Corrida percebeu após a minha retirada que as condições estavam muito perigosas para correr, e simplesmente a equipa rapidamente colocou a moto dentro da box e sabemos que se queremos retomar a corrida a equipa não pode colocar a moto na box. Essa parte é algo que a equipa aprendeu. Já sabiam, obviamente, pelo regulamento, mas aprendeu nesse sentido e obviamente a retomar a corrida tinha de retomar em último, e sair do pit lane, o que não chegou a acontecer porque as condições estavam muito semelhantes a antes da corrida ser dada como terminada”.

Em conclusão, o piloto português mostra-se “Triste, foi algo que nunca me aconteceu, e por isso saio daqui do Japão um bocadinho vazio emocionalmente”.

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