Foi durante a madrugada (hora portuguesa) desta terça-feira, 6 de fevereiro, que Miguel Oliveira deu finalmente início à sua nova temporada de MotoGP. O agora piloto da nova equipa satélite Trackhouse Racing, teve a oportunidade de completar as primeiras voltas aos comandos da sua nova Aprilia RS-GP24 no primeiro dia de testes oficiais em Sepang.
Vencedor de cinco Grandes Prémios na categoria rainha, Miguel Oliveira é visto pelos responsáveis da marca italiana como uma peça fundamental no projeto de evolução do protótipo de Noale.
Para isso, é agora importante que o piloto português da Trackhouse Racing tenha à disposição a moto igual às motos usadas pelos pilotos de fábrica, Aleix Espargaró e Maverick Viñales. Desta forma as informações recolhidas por Miguel Oliveira vão permitir à Aprilia Racing obter uma indicação mais clara de qual o caminho a seguir ao nível do desenvolvimento da moto.
Nesse sentido, o 15º tempo do dia de hoje, cortesia de uma volta em 1m58.750s, não parece significar muito para Miguel Oliveira.
O piloto português está claramente focado na sua missão de descobrir o que vale a nova Aprilia RS-GP24, e ajudar o departamento de competição da marca italiana a testar as diferentes possibilidades e componentes que foram criados para esta temporada de MotoGP. Nomeadamente ao nível da aerodinâmica.
Miguel Oliveira saiu para a pista com um conjunto generoso de sensores, uma estrutura fixa à traseira da sua moto, e que têm como objetivo medir o fluxo de ar naquela zona da moto. Curiosamente, a secção traseira da RS-GP24 é a que mais se destaca em termos de design comparativamente ao que conhecíamos, e por isso é natural que a Aprilia queira perceber como é que as novidades afetam o fluxo de ar e a aerodinâmica do conjunto.
Depois de um dia em que completou 54 voltas ao circuito de Sepang, Miguel Oliveira já conseguiu fazer uma primeira avaliação da sua nova moto da Trackhouse Racing e o que sentiu de diferente comparativamente à moto que pilotou o ano passado.
Começando por falar do maior destaque na sua moto (a “raquete” de sensores), em declarações publicadas pelo portal italiano GPOne, o piloto português refere que “É como andar com uma raquete de ténis na traseira, temos tanto material para experimentar que fizemos os testes. Sente-se a diferença ainda que não seja muito grande”.
Para o piloto português, o dia de hoje foi “Um dia positivo. Era importante descobrir algumas coisas na moto para entender como se movimenta, e qual o caminho a seguir. Temos muito trabalho pela frente, precisamos de tempo, mas as sensações são boas. Este foi apenas o primeiro dia e sabemos bem que nunca é simples. Pela uma hora fiz a minha volta rápida. Foi a primeira volta em que pilotei com a combinação certa de pneus, dado que aproveitámos o dia para realizar várias avaliações. No final, isto são testes, e estamos apenas no início com tantas coisas para experimentar e todas as voltas as referências são diferentes”.
Por fim, Miguel Oliveira não deixou escapar a oportunidade de fazer uma primeira comparação entre a moto que agora tem à disposição, e a Aprilia do ano passado:
“É difícil dizer se a diferença é grande, mesmo que se sinta uma diferença importante em termos de sensações entre a moto de 2022 e esta. Tem mais downforce, o motor é diferente, mais potente, mas precisamos de entender tudo. Começámos a trabalhar hoje, concentrados. Há muito trabalho pela frente. Sinto muito potencial na moto, mas é preciso algum tempo para equilibrar tudo. Também não é fácil de gerir os pneus no primeiro dia – queimas alguns pneus que sabes que não vais usar. Portanto é difícil ver também a classificação, onde estarias exatamente. Mas ainda temos dois dias pela frente, temos tempo”.
Na madrugada desta quarta-feira teremos o segundo dia de testes oficiais de MotoGP em Sepang.
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