O Grande Prémio da Tailândia é o grande foco dos pilotos, equipas e também dos fãs, que há muito (des)esperam pelo recomeço da competição. No circuito Chang International teremos então um fim de semana em cheio, com muitos ‘temas’ em destaque, e com muitos pontos a serem fulcrais para se perceber melhor o que vai acontecer.
Posições discutidas na última volta, decisões de campeonato na última corrida, batalhas arrepiantes e momentos decisivos, salpicados com os emocionantes ‘mano-a-mano’ mais picantes na pista e animados pelas reações efusivas dos fãs bancadas de cada circuito de MotoGP.
Sim, o campeonato de motociclismo mais emocionante do Mundo finalmente está de volta neste fim de semana na Tailândia. Um templo de pura paixão e pouco mais de duas semanas após o memorável lançamento da temporada na capital Banguecoque, este é o início de uma temporada de 22 Grandes Prémios que promete mais reviravoltas do que nunca.
E porque estamos perante um arranque da maior temporada de sempre, fazemos aqui uma antevisão mais detalhada, com destaques e análises que nos permitem procurar antecipar algumas situações no Grande Prémio da Tailândia.
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Bagnaia vs Márquez: O dia do acerto de contas
Uma grande história ao longo do segundo semestre de 2024, após o anúncio da contratação do oito vezes campeão, que depois se prolongou no período de paragem do campeonato, nos testes de pré-temporada e agora chega também ao fim de semana de corrida.
Este é o assunto sobre o qual os fãs não param de falar, e por um bom motivo. Francesco Bagnaia tem um novo companheiro de equipa: Marc Márquez. Estes dois formam uma dupla que preenche todos os sonhos da Ducati.
São oito títulos de MotoGP entre os dois, e muitas batalhas pela vitória compartilhadas nos últimos anos. Agora chegou a hora de ver quem consegue sair por cima aos comandos de motos idênticas.
Ambos já venceram em Buriram e, a julgar pelo teste realizado há duas semanas, é o #93 que parece levar vantagem sobre o #63. Mas, como sempre, será um erro de palmatória excluir ‘Pecco’. O italiano tem por hábito reagir muito bem quando se sente ‘apertado’. Mesmo quando o ‘aperto’ vem do seu próprio companheiro de equipa.
Reviravolta: Jorge Martin de fora, as esperanças da Aprilia estão em Marco Bezzecchi
Num minuto, um piloto está a levantar o troféu mais cobiçado de MotoGP, e, de repente, a sua carreira sofre um desvio inesperado que obriga a repensar a forma de abordar a temporada.
Jorge Martin (Aprilia Racing) pode ter o #1, mas seu início de temporada 2025 colocou o Campeão de MotoGP numa situação extremamente complicada depois de uma queda em Sepang no primeiro dia de teste, ao qual se soma mais um incidente em treinos sofrido na segunda-feira, e que exclui Jorge Martin da abertura da temporada (e de outros GP) com fraturas na mão esquerda.
Com um início dramático, o ‘Martinator’ entra na temporada de defesa do título com o pé esquerdo. Isto significa que a Aprilia Racing passa a apostar de forma mais firme no novo recruta, Marco Bezzecchi, o italiano que tem sido uma boa surpresa na pré-temporada e obteve excelente prestação no teste de MotoGP realizado em Buriram.
Ataque do ‘Tubarão’: A estreia de Pedro Acosta na equipa de fábrica
A sua ascensão já foi meteórica conquistando títulos em Moto3 e Moto2. Mas Pedro Acosta (Red Bull KTM Factory) parece ainda estar numa tendência ascendente. Confiante nas suas capacidades, e rápido nos testes, um dos grandes destaques do ano passado pode ser uma grande surpresa.
No entanto, conseguir a primeira vitória no Grande Prémio de MotoGP é um objetivo que Acosta ainda não conseguiu atingir, e espera que em 2025 finalmente seja possível subir ao degrau mais alto do pódio.
O companheiro de equipa Brad Binder estará alerta para o ‘perigo’ que vem do outro lado da box da KTM, com o sul-africano certamente focado em mostrar à equipa que é o piloto principal. Ambos pareceram estar confortáveis e fortes no que a simulação de corrida durante os testes diz respeito, por isso será preciso estar atento à dupla da equipa de fábrica da marca austríaca.
Na Red Bull KTM Tech3 é mais uma questão de adaptação.
Pareceu que tudo correu bem para Maverick Viñales no último dia do teste de Buriram, mas Enea Bastianini está ainda longe de conseguir a ligação ideal com a sua moto e não teve vida fácil na pré-temporada. Ainda assim, a formação da KTM tem muitos campeões mundiais e, como nas temporadas anteriores, só será possível confirmar qual é o verdadeiro potencial das KTM quando as luzes dos semáforos se apagarem no domingo do Grande Prémio da Tailândia.
A Yamaha está de volta? Quartararo está rápido e a Prima Pramac revela potencial
Houve muitas mudanças no seio da Yamaha, mas a formação de fábrica permanece como estava. E Fabio Quartararo ganhou um lugar de destaque com as suas performances no teste de Sepang, revelando não só um excelente ritmo em volta de ataque ao cronómetro, como também um ritmo consistente na simulação de corrida.
No teste de Buriram esteve um pouco mais discreto, embora tanto Quartararo como Alex Rins tenham claramente encontrado uma clara melhoria no desempenho das suas YZR-M1 para este início de temporada 2025 de MotoGP.
Depois, temos de ter em conta a grande mudança da equipa vencedora do mundial do ano passado, com a Prima Pramac a deixar a família Ducati para assumir um novo desafio de ser a equipa satélite da casa de Iwata.
A Prima Pramac Yamaha conta com motos de fábrica na sua especificação de 2025. Jack Miller, pelos resultados nos teste em Sepang e Buriram, parece estar já mais confortável aos comandos da moto japonesa.
Já o português Miguel Oliveira parece ainda não ter encontrado forma de aproveitar todo o seu potencial, referindo problemas no momento de travagem com a M1.
Porém, e mesmo que os tempos nos testes não o revelem, Miguel Oliveira referiu sempre que tem ainda um ‘trunfo escondido na manga’ para o Grande Prémio da Tailândia. Veremos se o #88 consegue revelar em ambiente de Grande Prémio o que se espera de um piloto que já tem cinco vitórias em MotoGP.
Em resumo, há motivos para acreditar que a Yamaha com quatro motos idênticas tem potencial para entrar em pista no Grande Prémio da Tailândia com reais ambições (e possibilidades) de obterem bons resultados.
Honda com mentalidade positiva: O progresso leva à perfeição
As motos Honda HRC Castrol de Joan Mir e Luca Marini tornaram-se, por mérito próprio, num dos destaques no teste de Buriram. Ambos os pilotos deram passos em frente à medida que o caminho da Honda de volta ao sucesso parece estar a evoluir de forma positiva.
Numa simulação de Sprint, os dois pilotos de fábrica da Honda conseguiram acompanhar os tempos obtidos aos pilotos da Yamaha. E isso permite à equipa ‘respirar’ um ambiente mais positivo e os pilotos estão confiantes para 2025.
Johann Zarco (Castrol Honda LCR) também é um grande trunfo para a Honda e teve boas exibições nos testes, sendo que em determinados Grandes Prémios poderá ser um dos destaques na luta pelas melhores posições.
As ‘cartas fora do baralho’: Outros pilotos rápidos à procura de surpreender
Alex Márquez (BK8 Gresini Racing) persegue aquela ilustre primeira vitória num Grande Prémio de MotoGP e no teste de Sepang foi o piloto a bater e revelou um ritmo incrível – tanto em volta rápida como na simulação de corrida.
Também aos comandos de um Ducati Desmosedici GP24 e entrando no ambiente familiar da Pertamina Enduro VR46, Franco Morbidelli mostrou sinais de ter reencontrado alguma da sua antiga forma que lhe deu um vice-campeonato.
O companheiro de equipa Fabio Di Giannantonio falhou grande parte dos testes depois de uma fratura na clavícula esquerda devido a uma queda no teste de Sepang, mas estará de volta às pistas no Grande Prémio da Tailândia.
Todos estes três pilotos já sabem o que é subir ao pódio no MotoGP várias vezes. E podem ser uma surpresa já este fim de semana.
Os “rookies”: Um campeão de Moto2, o piloto da casa e um estreante que dá que falar
Ai Ogura (Trackhouse Racing) foi um dos que mais se destacou nos testes de pré-temporada e, juntamente com Marco Bezzecchi, fez mais voltas do que qualquer outro piloto. Convém ficr de olho no #79 neste primeiro Grande Prémio de MotoGP.
Fermin Aldeguer (BK8 Gresini Racing) também teve uma pré-temporada em grande forma e foi um dos pilotos que deixou claro que teremos de estar atentos ao espanhol ao longo da temporada, já a partir do GP da Tailândia. O teste de Buriram revelou-se mais desafiante para o estreante da Gresini Racing, mas quando a viseira descer e os semáforos se apagarem no Chang International, é muito provável que Aldeguer esteja a discutir posições de destaque no seu primeiro GP.
E por falar em “rookies” a ter em conta nesta temporada, temos de falar em Somkiat Chantra (Idemitsu Honda LCR). O tailandês tem, muito provavelmente, a missão mais difícil de todos os estreantes: está numa Honda ainda à procura da sua melhor forma, mas ainda não está aperfeiçoada. Junta-se a isso o facto de Chantra estrear-se em casa, perante os seus fãs. Somkiat Chantra é uma estrela de rock na Tailândia. Será que o apoio dos fãs tailandeses vai ajudar o “rookie” a superar-se?
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