Pese embora a permanência da KTM no MotoGP esteja garantida para esta temporada 2025, e mesmo com o fabricante austríaco a ter contrato válido para competir até final de 2026, a verdade é que a recente reunião de credores que procuram soluções para a grava crise financeira do grupo deixa tudo em aberto.
Inclusivamente a saída antecipada das motos ‘laranja’ da categoria rainha.
Com uma situação tão delicada para gerir, e num momento em que se sabe que o valor da dívida da KTM é de dois mil milhões de euros, a Dorna Sports, promotor do campeonato, decidiu procurar antecipar-se à eventual saída da marca de Mattighofen e está já a trabalhar numa solução.
De acordo com o portal italiano Motosprint, a organização liderada por Carmelo Ezpeleta terá iniciado conversas a nível informal com as equipas, de forma a perceber se existe abertura para no futuro passarmos a ter equipas de 3 pilotos.
Atualmente as equipas competem apenas com 2 pilotos, sendo que em momentos específicos podem ter 3 pilotos, quando, por exemplo, surge um “wildcard” dos pilotos de testes de cada fabricante em Grandes Prémios selecionados.
Caso a equipa KTM decida mesmo sair do MotoGP, face à elevada dívida que parece crescer a cada dia que passa, o campeonato, para além de ver sair um dos cinco fabricantes que atualmente estão comprometidos com esta competição, perderia de uma só vez quatro motos. As duas da equipa de fábrica e outras duas que estão alocadas à equipa satélite Tech3.
Desta forma os pilotos Pedro Acosta, Brad Binder, Maverick Viñales e Enea Bastianini, que competem aos comandos dos protótipos KTM RC16, poderiam ficar ‘a pé’. E isso é algo que a Dorna Sports simplesmente não quer ver tornar-se realidade.
Principalmente no caso de Pedro Acosta, o talentoso piloto de Murcia, que cresceu em dimensão para um patamar verdadeiramente global ao sagrar-se campeão de Moto3 e depois de Moto2, e que se transformou num dos grandes destaques do MotoGP desde que se estreou na categoria rainha no ano passado.
Assim, e caso esta ideia da Dorna Sports seja trabalhada pelas equipas e restantes entidades envolvidas na categoria rainha, poderemos vir a ter autorização para que sejam inscritos 3 pilotos por equipa. Pedro Acosta, Brad Binder, Maverick Viñales e Enea Bastianini poderiam assim encontrar uma forma de continuar ao mais alto nível a tempo inteiro.
O mesmo meio de comunicação italiano que avança com esta possibilidade, refere também que a Dorna Sports estará disposta a disponibilizar apoio financeiro e logístico adicional às equipas que aceitem esta proposta. Uma forma de compensação.
Equipas de 3 pilotos não é uma situação inédita em MotoGP.
Basta recordar que na temporada 2011 a Repsol Honda inscreveu uma tripla de respeito composta pelos pilotos Casey Stoner, Andrea Dovizioso e ainda Dani Pedrosa. Um ano que acabou com a equipa de fábrica da Honda a garantir um triplete: o seu 60º título de Construtores, o título de Equipas e ainda o mais desejado, o título de Pilotos, que ficou para Casey Stoner.
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