O fim-de-semana do GP de França está a ser pródigo em anúncios de contratações para 2019 em MotoGP. Na verdade acabam por ser renovações. Aleix Espargaró e Álex Rins renovaram por mais dois anos na Aprilia Racing Team Gresini e Team Suzuki Ecstar, respectivamente. Já hoje surgiu a renovação de Andrea Dovizioso com a Ducati Team, também por dois anos. E ‘Desmo’ Dovi era mesmo a principal peça a encaixar no puzzle das contratações, pois agora outras se seguirão.
Aleix Espargaró continuará assim a fazer parte do projecto italiano. Este é o segundo ano de Espargaró com a Aprilia RS-GP, que continuará a desenvolver nos próximos dois anos.
Aposta na continuidade
Embora no ano Espargaró passado tenha terminado várias vezes entre os 10 primeiros, conseguindo dois sextos lugares como melhores resultados. Este ano ainda não conseguiu igualar essas classificações, à custa de problemas técnicos, mas o espanhol está confiante no futuro.
«Estou muito satisfeito por ficar na Aprilia nos próximos dois anos. Pela primeira vez na minha carreira consigo ter alguma estabilidade e isso é importante para melhorarmos e crescermos juntos. Tenho um único objectivo, uma obsessão, e que é levar a RS-GP ao pódio. Quero agradecer à Aprilia e a toda a minha equipa. Continuaremos a trabalhar a 100% até 2020», diz Espargaró.
A permanência de Aleix Espargaró na Aprilia não é uma surpresa, e para a Aprilia significa também continuidade.
Rins acredita no projecto Suzuki
Quanto a Álex Rins, será também a aposta da Suzuki na continuidade de um piloto que revelou rápida adaptação às MotoGP. Começou a temporada passada lesionado, mas depois mostrou rapidez aos comandos da Suzuki, aproximando-se do pódio no final da temporada. Pódio esse que acabou por surgir este ano, ironicamente num início de temporada atípico para Rins, com três quedas em quatro corridas.
Apesar disso, o espanhol está confiante no futuro: «Estou muito feliz com esta renovação. Mesmo quando estava ainda em Moto2 e estava a pensar na subida a MotoGP, foi sempre o projecto Suzuki que parecia o mais brilhante e interessante aos meus olhos. O projecto que a equipa tem para mim é fantástico, posso confiar totalmente nas capacidades da empresa e da equipa quando falamos de desenvolvimento e evolução, e tenho a certeza que continua a apontar para bons resultados. Agora só precisamos de continuar a trabalhar arduamente e ver o quanto longe conseguimos ir…», diz Álex Rins.
Dovi afinal fica
Quando a Andrea Dovizioso, era uma questão de negociação. Ambas as partes queriam manter a ligação e foi uma questão de acertar ‘agulhas’. Mas foi uma negociação longa e complica, como admitiu Paolo Ciabatti, director desportivo da equipa italiana.
O mesmo confirma Andrea Dovizioso. «Foi uma negociação muito importante e levou o seu tempo. É normal, havia muitos pormenores a acertar. Estou contente e orgulhoso por ter terminado. Se olhar para o passado, partimos sempre muito afastados e o último ano foi incrível. Juntos queremos algo mais, e agora temos três temporadas para o fazer, tudo dependerá de nós», diz Dovizioso, que diz ter usado a sua experiência para não ser desgastado pelas conversações. Dovi confessa ainda ter mesmo ponderado sair: «Gosto de ser transparente, e admito que nalguns momentos a minha cabeça começou a inclinar-se noutras direcções».
Um dos pormenores a acertar era, naturalmente, de cariz financeiro – até porque Jorge Lorenzo entrou na equipa a ganhar muito mais do que Dovi. Apesar de não querer, como sempre, falar em valores, Dovizioso diz que os termos do contrato são agora diferentes: «Antes tinha bónus importantes em função dos resultados, mas de base ganhava pouco. Agora a situação é diferente. Quando se fala de contratos, falar numa única cifra é limitativo, há muitos outros detalhes», explica o italiano.
Agora que contratações faltam?
Com a confirmação de hoje de Andrea Dovizioso, estão 13 pilotos confirmados dos 24 lugares da grelha para 2019. No que diz respeito às equipas oficiais ainda há lugares por confirmar e com vários candidatos. Para o lado de Andrea Doviozoso, o próprio italiano diz que o mais provável é vir Danilo Petrucci ou Jack Miller.
Ou seja, Desmo Dovi admite como principal cenário a saída de Jorge Lorenzo. Para aonde? O espanhol disse ao longo das últimas semanas que quer mostrar resultados com a Ducati para valorizar a sua posição no mercado. Uma das possibilidade de que se fala, caso deixe a Ducati, é a Suzuki, caso se confirme a saída de Andrea Iannone. E este? The Maniac não esconde estar a considerar várias hipóteses, e a mais recente de que se fala no paddock seria mesmo o regresso à Ducati. Se o contrato de Dovi não tiver nada contra…
Outro lugar cobiçado é o de Dani Pedrosa. Se o espanhol sair da Repsol Honda, a sua equipa de sempre, aonde irá parar? E quem irá para o lugar dele? Um dos nomes mais badalados era o de Johann Zarco, mas este optou pela KTM. Cal Crutchlow está na LCR, mas o seu contrato é com o HRC (até ao final de 2019), e podia ser a escolha lógica.
Depois faltam ainda as equipas satélite, ou seja, há ainda muita ‘silly season’ pela frente.