Depois do GP de França os pilotos rumaram a Barcelona, onde tinham previstos dois dias de testes. O principal objectivo foi conhecer e testar as alterações efectuadas ao Circuito de Barcelona-Catalunha.
Para além de ter sido totalmente re-asfaltado, o circuito catalão sofreu alterações nas antigas curvas 10 e 12. Na 10, sem espaço para afastar as barreiras de protecção, a alternativa usada nos últimos dois anos passa a ser a configuração normal do traçado; esta curva, mais apertada que a original, viu o seu relevé corrigido. Com a adopção desta versão, a curva 10 é desdobrada em 10 e 11, e a antiga curva 12 passa a ser 13. Esta rápida direita onde Luis Salom perdeu a vida a 3 de Junho 2016, viu agora a barreira de protecção ser afastada, ganhando uma escapatória muito maior. Assim, deixou de ser usada a chicane inicialmente concebida para a F1 e usada nos últimos dois GPs de MotoGP.
Para isso dois módulos da Bancada C e toda a Bancada H tiveram que ser movidas, e a escapatória ganhou assim 20 metros a partir do ponto de travagem.
O primeiro dia, terça-feira, contou com a presença da chuva, pelo que apenas as equipas de concessão, com dias ilimitados de testes (Aprilia, KTM e Suzuki), sairam para a pista. No dia seguinte, sem chuva e com o sol a marcar presença, rodaram todos os pilotos. Nestes testes não estiveram presentes EG 0,0 Marc VDS, Alma Pramac Racing e Angel Nieto Team.
Assim que a pista secou ainda no primeiro dia, três pilotos rodaram abaixo do actual recorde da pole position. Andrea Iannone, Pol Espargaró e Aleix Espargaró rodaram abaixo do 1’40.546 conseguido por Aleix Esparagaró com a Suzuki na qualificação do GP da Catalunha de 2015.
Ainda mais rápido
Depois de no primeiro dia terem estado apenas 8 pilotos em pista, na quarta-feira, com bom tempo rodaram todos os 20 presentes. Os tempos baixaram consideravelmente, mostrando como o circuito ficou mais rápido com o novo asfalto. Os pilotos Yamaha concentraram-se nos testes de pneus e seria Maverick Viñales a registar o melhor tempo do dia: 1’38.974. Foi o único a rodar em 1’38, mas Johann Zarco e Jorge Lorenzo não ficaram longe, a menos de três décimas do espanhol.
Os pilotos da Suzuki contaram com a companhia do piloto de testes Sylvain Guintoli e trabalharam no chassis; o mesmo aconteceu com a KTM, que contou, para além dos pilotos oficiais, com Mika Kallio, e trabalharam num novo chassis e braço oscilante.
Todos os pilotos testaram pneus para a Michelin, e o feedback no final foi muito positivo, quer em relação ao novo asfalto, quer em relação aos pneus.
Queda aparatosa de Rabat
A sessão chegou a estar interrompida depois de Maverick Viñales ter tido um problema de motor que obrigou à bandeira vermelha. Registaram-se várias quedas ao longo do dia, de Xavier Simeon, Dani Pedrosa e Takaaki Nakagami; mas a mais aparatosa e grave foi a de Tito Rabat, cuja moto se incendiou e originou nova bandeira vermelha. O espanhol da Reale Avintia perdeu o controlo da Ducati na última curva e foi parar ao hospital com ruptura muscular do flexor profundo dos dedos e do flexor ulnar do carpo, contusão do nervo ulnar e ainda edema ósseo na epitróclea.
Rabat teve alta do hospital esta manhã, depois de mais exames, que revelaram uma ruptura muscular de três centímetros no braço esquerdo. Xavier Mir, médico traumatologista bem conhecido dos pilotos decidiu que não é necessária qualquer cirurgia. Assim, Rabat planeia estar presente no próximo GP, em Itália, no primeiro fim-de-semana de Junho.
Melhores tempos:
1. Maverick Viñales – 1’38.974
2. Johann Zarco – 1’39.251
3. Jorge Lorenzo – 1’39.257
4. Cal Crutchlow – 1’39.521
5. Andrea Dovizioso – 1’39.657
6. Valentino Rossi – 1’39.708
7. Marc Marquez – 1’39.714
8. Andrea Iannone – 1’39.952
9. Takaaki Nakagami – 1’40.187
10. Aleix Espargaró – 1’40.332
