Conforme estava previsto, realizou-se no passado fim de semana a segunda ronda da temporada 2024 do sempre competitivo e espetacular campeonato FIM JuniorGP, uma competição que coloca em pista em quatro categorias diferentes muitos dos melhores pilotos do mundo da velocidade, e que, acreditam os especialistas, vão no futuro dar cartas em mundiais como o MotoGP.
Em pista nesta ronda que aconteceu no circuito do Estoril, e por entre as muitas dezenas de talentos estrangeiros, tivemos em ação quatro pilotos portugueses: Ivo Lopes chamado à última hora para o Europeu Moto2 com a EasyRace Team, Gonçalo Ribeiro a evoluir no Europeu Stock 600, e depois tivemos os mais jovens Afonso Almeida e Martim Marco na classe European Talent Cup.
E para os quatro tivemos destinos diferentes.
Ivo Lopes, campeão nacional e bicampeão espanhol de Superbike, que alinha pela equipa EasyRace no ESBK, ao ser recrutado à última hora para substituir o lesionado Brett Roberts (lesionou-se numa queda nos treinos que antecederam o fim de semana do FIM JuniorGP), teve assim de fazer uma adaptação rápida a uma moto que desconhecia por completo, a Boscoscuro de Moto2, o que não o impediu de chegar diretamente à Q2.
Com as condições de aderência bastante traiçoeiras, o piloto português saiu da terceira linha da grelha de partida, mais especificamente de 9º. Ivo Lopes rapidamente chegou à luta pelo terceiro lugar após um grande arranque, mas viria a dar por terminada a sua corrida que já fazia os fãs portugueses sonhar com vitória após um erro seu que levou à queda e ao abandono.
Na segunda corrida das Moto2 deste FIM JuniorGP no Estoril, e ainda que tocado numa mão em resultado da queda, Ivo Lopes conseguiu mesmo assim fechar no ‘top 10’, recuperando vários lugares após um toque nos momentos iniciais o ter feito perder diversas posições.
Depois de um fim de semana repleto de novidades, Ivo Lopes fez questão de referir que “Estoril molhado e… agridoce! Sabíamos que se chovesse poderíamos ser muito rápidos porque ontem, na qualificação senti-me muito bem e foi gerir e adquirir o máximo de dados possível para a equipa. Na primeira corrida de hoje, à chuva, na volta de aquecimento senti-me muito rápido, confiante e isso deixou-me muito feliz. Arranquei bem e vi que estava mais rápido que os meus adversários, consegui recuperar quatro posições e quando lutava pelo terceiro lugar, cometi um pequeno erro, acelerei e caí. Os erros pagam-se caro. Viemos para esta corrida sem grande pressão, mas quando de repente vês que tens possibilidades de lutar pela vitória, nem sempre consegues ter a calma necessária e que eu tanto reconheço em mim. Por vezes as coisas não saem como queremos. Tirando isso senti-me bem, senti-me rápido e sei que história da corrida poderia ter sido outra. Mesmo tocado numa mão, arranquei determinado para a segunda corrida, mas ao chegar à primeira curva, sofri um toque que me fez perder 10 lugares. Comecei a ganhar ritmo e nas voltas seguintes comecei a passar pilotos até que quando faltavam três voltas para o final, a corrida foi interrompida com bandeira vermelha e acabei em P10. Foi muito positivo porque demonstrei que consigo estar ao nível dos pilotos da frente neste campeonato, um campeonato que eu gostava muito de alinhar a tempo inteiro”.
As corridas do Europeu Moto2 do FIM JuniorGP no Estoril tiveram como vencedores Mattia Casadei na Corrida 1, enquanto Roberto García levou a melhor sobre o italiano na Corrida 2, impedindo assim a dobradinha de Casadei nesta ronda portuguesa.
Na única corrida disputada pelos pilotos da categoria Europeu Stock 600, Gonçalo Ribeiro, que lidera a categoria no CNV Moto que arrancou precisamente no circuito do Estoril uns dias antes, esteve em destaque.
O português da Fifty Motorsport, que não qualificou bem depois de sentir mais dificuldades na Qualificação disputada à chuva, levou a sua Yamaha R6 até a um excelente 11º lugar entre os mais de 30 pilotos que competiram nas Stock 600.
Depois de mais um fim de semana em bom plano de destaque no FIM JuniorGP, Gonçalo Ribeiro fez questão de realçar que “Não podia estar mais feliz com o resultado obtido na corrida. Apesar das desfavoráveis condições, soubemos gerir bem a corrida de modo a terminar o mais próximo possível da décima posição. Devo um especial obrigado a toda a minha equipa pelo incansável trabalho feito este fim de semana”.
Na corrida Stock 600 a vitória veio a ficar nas mãos do espanhol Adrían Rodríguez.
A participação portuguesa ficou fechada com as prestações na European Talent Cup (ETC).
Infelizmente para as aspirações do próprio, e também para os portugueses que enfrentaram as condições climatéricas mais adversas para dar uma força e apoio adicional aos compatriotas em pista, Martim Marco viria a ficar de fora das grandes decisões ao falhar a qualificação depois de participar na corrida Last Chance (Última Oportunidade).
Assim, Afonso Almeida foi então o único luso nas corridas da ETC. O português viria a ser desclassificado na Corrida 1 devido a uma inconformidade técnica na sua moto, tendo depois terminado em 21º na Corrida 2 de entre três dezenas de pilotos em pista.
As duas corridas da ETC no Estoril deram vitória a Carlos Cano.
Finalmente, as Moto3 do Campeonato do Mundo JuniorGP eram as únicas que não contavam com uma presença nacional. A vitória coube ao finlandês Rico Salmela, na Husqvarna da IntactGP Junior Team, batendo o espanhol da CFMoto Aspar, Marcos Uriarte, e o neozelandês Cormac Buchanan (KTM – AGR Team).
O FIM JuniorGP prossegue daqui a duas semanas em Barcelona, terceira prova de um total de sete rondas calendarizadas, um campeonato que passará este ano de 2024 também pelo Autódromo Internacional do Algarve, numa segunda visita ao nosso país que vai acontecer a 22 e 23 de junho.
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do mundo do desporto em duas rodas. A não perder!
