A Comissão de Superbike, que reune representantes da Federação Internacional de Motociclismo, Motorcycle Sports Manufaturer Association e WorldSBK, reuniram-se no final de Novembro e aprovaram mais algumas alterações ao regulamento do Mundial de Superbike para 2018. Para além de algumas alterações aos horários dos treinos, à qualificação (agora qualquer piloto tendo participado na qualificação, mesmo excedendo os 107% da pole, pode participar nas corridas, arrancando do último lugar da grelha) e clarificação das penalizações, houve mais um ajustamento ao regulamento técnico, não só clarificando algumas das regras divulgadas anteriormente, mas introduzindo novas.
Primeiro, mantém-se a proibição de utilização de suspensões electrónicas, mesmo que presentes no modelo original de produção. Segundo, e mais interessante, passa a ser permitida a utilização de ‘componentes aerodinâmicos’, as famosas ‘asas’, mas desde que presentes no modelo de homologação, ou seja, na moto de produção que qualquer um pode comprar.
O que não deixa de ser um paradoxo: em MotoGP, onde as motos não têm nada a ver com modelos de produção, os construtores investiram muito dinheiro a desenvolver as asas que acabaram banidas no final de 2016, para depois continuarem a gastar mais dinheiro para contornar o regulamento que as baniu.
Agora nas SBK, aprovam-se regulamentos que limitam a electrónica para tentar controlar os custos e manter as motos não muito diferentes das originais, mas abre-se outra caixa de Pandora com esta ‘abertura’ de asas, inexistentes, até agora – e inúteis?… – nas motos de estrada. Mas também é verdade que, neste caso, o investimento de desenvolvimento por parte dos construtores beneficiará todas as equipas que usarem essa moto. Assim é provável que muito em breve vejamos as desportivas de um litro à venda com asas.
Aliás, a Aprilia adiantou-se: no EICMA no início de Novembro, apresentou um novo kit para RSV4 que tem apêndices aerodinâmicos; apoiada no seu programa Factory Works, que criou motos de competição baseadas na RSV4 para diversos campeonatos de Superstock e Superbike, expandiu esse programa e oferece agora o kit Aprilia Racing Factory Works, para utilização em circuito, para as RSV4 RR e RSV4 RF de 2017 e 2018, que para além de optimizar as prestações do motor, inclui um kit aerodinâmico semelhante ao usado pelas suas RS-GP oficiais em MotoGP. É um primeiro passo a caminho de ter uma RSV4 com asas de origem, e certamente outras marcas se seguirão.