A Voz do Rodrigo Ribeiro
Se fosses tu ‘a mandar’, o que farias ao IUC das motos?
Eu ‘faço política’ há décadas. O jeito que me falta para piloto nas pistas, sobra-me em jeito para tentar ouvir, reunir, conciliar e arranjar soluções para os problemas comuns. Assim, nestas mesmas últimas décadas, cheguei a DUAS grandes conclusões:
1- É um milagre ter conseguido chegar ‘inteiro’ ao meio século de vida e, se me tivesse dedicado antes às pistas de velocidade… A MINHA MOTO ANDARIA PARA TRÁS.
2- É também um milagre que tenha conseguido mostrar que é possível alterar LEIS & MENTALIDADES sobre os motociclistas, desde que todos colaborem e compreendam que ‘NADA APARECE FACILMENTE’.
Quanto à nossa ‘velha bandeira’ sobre o IUC, os últimos episódios na Assembleia da República vieram dar-nos uma esperança como há muito não tínhamos. Ninguém espera MILAGRES, mas todos nós esperamos MUDANÇAS. Costumo sempre dizer que “A POLÍTICA É A ARTE DO POSSÍVEL”. Não do ótimo ou do perfeito, mas tão somente do possível.
Por isso, deixo aqui na Motojornal o seguinte desafio para que cada leitor possa pensar o que preferiria fazer sobre o ‘se mandasse’:
HIPÓTESE 1 – Redução igual do montante anual, independentemente da cilindrada ou idade do veículo.
HIPÓTESE 2 – Redução diferenciada do montante anual, reduzindo maioritariamente os valores atualmente brutalmente elevados.
HIPÓTESE 3 – Manutenção de escalões e valores, mas com fixação de limite de anos para cobrança (exemplo: Motos isentas ao fim de 15 anos).
HIPÓTESE 4 – Fixação de valor único para todos os veículos de duas rodas a motor.
HIPÓTESE 5 – Fixação de valor após uso da mesmíssima fórmula de cálculo para os carros, pagando-se apenas uma percentagem desta.
Todas estas hipóteses têm vantagens e desvantagens e estão longe de ser as únicas possíveis. Todas podem e devem ser analisadas ao pormenor. AQUI ESTÁ O QUE ‘CUSTA MANDAR’, O QUE CUSTA DECIDIR, MESMO QUE O ORÇAMENTO O POSSA PERMITIR!
FALAR É FÁCIL, MAS DECIDIR E FAZER DECIDIR É SEMPRE MUITO MAIS DIFÍCIL DO QUE SONHAMOS.
Quanto aos seiscentos mil motociclistas portugueses, sou testemunha privilegiada que eles têm estado muito bem representados junto dos órgãos de soberania pelos seus dirigentes federativos e associativos.
Sei que não estudam este mesmo assunto há meses, mas sim há décadas e que não dão ‘palpites’, mas sim ‘pareceres fundados e informados’. Por isso, deixo aqui uma dupla palavra de esperança e confiança sobre o tema.
Tenho confiança em todos.
Boa sorte a eles, a nós, motociclistas!
Texto: Rodrigo Ribeiro
Crónica originalmente publicada na Revista Motojornal #1579 já nas bancas e disponível para compra online aqui .
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do mundo das duas rodas. E siga-nos no Canal Oficial da Revista Motojornal no WhatsApp para receber todas as notícias atualizadas diretamente no seu telemóvel de forma ainda mais prática!