A silly season está cada vez mais confusa. Há assuntos que parecem estar decididamente arrumados, mas que não foram ainda publica e oficialmente anunciados.
Falta perceber onde irão parar Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa ou o próprio Joan Mir. Há quem jure a pés juntos que Mir já assinou com a Suzuki – apesar de o seu manager ter negado este fim-de-semana – e que o comunicado de imprensa está escrito, à espera de ordem do Japão para ser divulgado.
Jorge Lorenzo ele próprio confirmou este fim-de-semana que não continuará na Ducati. Uma das coisas que há muito parecia garantida, mas só hoje foi oficializada, é a saída de Dani Pedrosa da Honda.
A equipa anunciou hoje oficialmente a relação com o piloto espanhol termina, por mútuo acordo, no final do ano.
Dois rumores mais recentes tornam toda esta silly season ainda mais louca. Primeiro, Jack Miller terá recusado uma oferta da Honda para ser companheiro de equipa de Marc Marquez. A ser verdade, é uma das coisas mais impensáveis que alguma vez aconteceu no Mundial de Velocidade. Porque foi a terceira nega que o HRC teve nos últimos tempos: primeiro Johann Zarco, depois alegadamente Joan Mir e agora Jack Miller. Lá vai o tempo em que os pilotos se esgatanhavam para entrar no universo HRC e pilotar uma Honda oficial!
Do australiano percebe-se a recusa: depois de o ter contratado para 2015, vindo directamente das Moto3 onde foi vice-campeão, passou pela LCR e pela Marc VDS, na esperança de conseguir uma moto competitiva/oficial. Mas em vez disso levou um ‘adeus e obrigado’ no traseiro no final de 2017. Agora com a Ducati da Pramac, pode ainda não ter vencido como fez com a Honda em Assen em 2016, mas tem a melhor classificação no campeonato ao fim de seis corridas. Está entre os 10 primeiros do campeonato, o que não aconteceu antes. Talvez por tudo isso Jackass preferiu fazer um manguito ao japoneses e ficar na Ducati.
Lorenzo ao lado de Marquez?
Então, e se afinal fosse Jorge Lorenzo a ocupar o lugar de Dani Pedrosa na Honda? Quando Jorge Lorenzo garantiu que ia ficar pelo menos mais dois anos no campeonato, com uma moto oficial, tudo apontava para que fosse a Yamaha, com a estrutura SIC Racing e dinheiro da Petronas. Mas agora outros cenários começam a tomar forma.
Em teoria para Jorge Lorenzo será melhor ficar numa equipa oficial do que numa satélite com uma moto de fábrica. Porém, a RC213V actualmente também não é uma moto fácil de pilotar, exigindo muito do físico do piloto. Precisamente aquilo de que se queixava Lorenzo na Ducati. Ele aproveitou o facto de ter vencido em Mugello para reforçar a ideia que ainda não se tinha mostrado competitivo com a Ducati por uma razão. Os italianos ainda não tinham respondido aos seus pedidos de alteração na moto. Agora que o fizeram, ele venceu sem oposição. E a Honda vai desenvolver a mesma moto para dois pilotos tão diferentes quanto Marquez e Lorenzo?
Outro dos cenários seria a permanência de Lorenzo na Ducati. Paolo Ciabatti, o director desportivo da Ducati, disse no fim-de-semana que o futuro de Lorenzo não está decidido, contrariando as declarações do espanhol. Ciabatti diz que a porta não está fechada. Isto dias depois de ter dito que não faz sentido continuar, se as coisas não funcionam. Mas afinal parece que as coisas parecem funcionar… e agora? Podia Lorenzo ter estado a fazer bluff este tempo todo? Agora a porta parece é aberta para Danilo Petrucci.
Pedrosa com uma Yamaha?
A tal ‘Yamaha Petronas’ pode ser assim o refúgio de Dani Pedrosa depois de 13 anos na Repsol Honda. Pedrosa passou todos os seus 18 anos de mundial a trabalhar com o construtor japonês, com quem conquistou três títulos.
Nos últimos anos Pedrosa debateu-se com uma moto muito física e com pneus que, em temperaturas mais baixas, não consegue fazer funcionar. Podia a Yamaha ser uma moto mais adequada para ele? Há quem pense que sim, e há tempos o próprio Cal Crutchlow disse acreditar que o espanhol com a Yamaha seria campeão, algo que nunca conseguiu com a Honda na categoria rainha.
A silly season está em constante mutação, especialmente agora. Garantidamente até ao GP da Catalunha vão ser muitas as novidades que vamos ficar a conhecer. Para além destes já mencionados, falta conhecer o futuro de outros pilotos, como Andrea Iannone, Scott Redding ou Bradley Smith, por exemplo.