SBK – Adeus limites de rotações. Olá limite do fluxo de combustível

A Comissão de Superbike a anunciou novidades nos regulamentos do Mundial SBK. O destaque é a introdução de limite do fluxo de combustível.

limite do fluxo de combustível

Ao longo de duas reuniões realizadas no circuito de Jerez Ángel Nieto (19 de outubro) e no circuito Barcelona-Catalunha (15 de novembro), os membros que integram a Comissão de Superbike, entidade que gere os regulamentos técnicos do Mundial Superbike (SBK), decidiram aprovar um novo conjunto de alterações aos regulamentos. E uma das grandes e principais novidades que terá impacto direto na performance das motos em pista, é a introdução do limite do fluxo de combustível!

Esta novidade regulamentar foi concebida como substituição da medida de limitar o regime máximo de rotações que as motos dos diferentes fabricantes que competem no Mundial SBK podem usar. Esse limite de rotações tem sido redefinido ao longo do tempo, adaptando-se, de forma a equilibrar a performance das motos.

Menos rotações permitidas para motos que vencem mais vezes, mais rotações permitidas para motos de fabricantes em dificuldades ou com resultados fracos.

O problema muitas vezes apontado a esta regra do limite máximo de rotações dos motores na classe Superbike, é que muitos consideram que é uma forma demasiado penalizadora de limitar a performance das motos e equilibrar o campeonato.

Aliás, entre as diversas polémicas associadas a este tema das rotações, podemos destacar a curiosidade de que, por exemplo, a Ducati Panigale V4 R que qualquer motociclista pode adquirir num concessionário da marca italiana e conduzir em estradas públicas, consegue atingir um limite máximo de rotações que é superior ao limite da Panigale V4 R de competição. Ou seja, a moto de estrada faz mais rotações do que a moto de competição. Uma situação estranha, mas que foi sendo aplicada como forma de limitar a performance da Ducati em pista.

A partir de 2025 deixaremos de ter essa regra. No seu lugar será aplicada uma regra que tem como objetivo limitar a performance das motos, mas através da implementação de um limite de fluxo de combustível.

Todos os motores de todas as motos dos diversos fabricantes que competem no Mundial Superbike terão como limite de fluxo de combustível o valor fixado em 47 kg/H. Haverá uma tolerância de 2 gramas por volta acima do limite definido.

Para a temporada seguinte, ou seja, para 2026, esse limite será definido no final de julho de 2025, sendo que o valor final será encontrado após análise aos dados recolhidos na primeira metade da temporada, e de acordo com o que foi definido com os fabricantes.

Isto significa que estará nas mãos de cada fabricante definir o combustível que é consumido pelos motores, aumentando ou diminuindo o regime máximo de rotações dos motores para encontrar a máxima performance sem ultrapassar o limite de fluxo de combustível definido no regulamento.

Gregorio Lavilla, diretor da Dorna WSBK, explica que “Com uma quantidade reduzida de combustível, serão os fabricantes que decidirão até onde podem levar as rotações dos seus motores durante as corridas”.

A introdução deste limite de fluxo de combustível no Mundial Superbike já vinha a ser preparado há algum tempo.

Em 2023 algumas equipas experimentaram sensores específicos para esta situação, e em 2024 cada fabricante teve de equipar pelo menos duas das suas motos com o sistema que permitiu recolher dados relativos ao fluxo de combustível. Foram estes dados que permitiram definir o limite de fluxo de combustível para a temporada 2025 que, recordamos, é igual para todos os fabricantes!

Sobre o tema combustível, convém também ter em conta que a Comissão de Superbike anunciou ainda a redução da capacidade máxima do depósito de combustível de cada moto. A partir da próxima temporada teremos um limite máximo de 21 litros de gasolina, quando até agora esse limite estava situado nos 24 litros.

E, tendo em conta as novas soluções aerodinâmicas que podemos encontrar nas motos de competição e que derivam das soluções usadas pelos fabricantes nas suas motos de estrada, a Comissão de Superbike decidiu clarificar a situação dos apêndices aerodinâmicos.

Neste caso, a entidade governativa procurou introduzir um regulamento próximo do que encontramos em MotoGP. Isto significa que os apêndices aerodinâmicos não podem apresentar uma deflexão superior a 10 mm quando uma força descendente de 50 N é aplicada através de uma bola com um raio de 20 mm.

O objetivo da introdução desta norma é de evitar que os fabricantes consigam tirar vantagens aerodinâmicas maiores do que as que são conseguidas originalmente com os apêndices aerodinâmicos homologados pelos regulamentos.

limite do fluxo de combustível

Para a categoria mais pequena do Mundial Superbike, as Supersport 300, sabemos agora que a Comissão de Superbike está a trabalhar no sentido de redefinir a categoria em termos de cilindrada. Não se sabe ainda qual a cilindrada que será escolhida, mas sabemos já que vamos ter novidades para a temporada 2024.

Recordamos que as Supersport 300 foram estreadas no Mundial Superbike em 2017, e desde então mostraram ao mundo o talento de muitos pilotos jovens que ali começaram a sua carreira ao mais alto nível.

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