Sinje Gottwald atravessou África numa moto elétrica Cake Kalk AP

Sinje Gottwald atravessou o continente africano numa moto elétrica e sem assistência. A Cake Kalk AP precisou de menos de 140 cargas para 13.000 km.

Sinje Gottwald

Todos os motociclistas mais aventureiros e amantes das grandes viagens já sonharam em completar, ou completaram mesmo, um percurso que os levou a destinos fantásticos. Uma moto com motor a combustão interna e por vezes apenas uma tenda, são os elementos necessários para estas aventuras. Porém, a motociclista aventureira Sinje Gottwald decidiu fazer algo diferente, e tornou-se agora na primeira motociclista a conseguir realizar com sucesso a travessia do continente africano numa moto elétrica, e sem assistência externa!

A viagem que durou 124 dias e terminou com um total de 13.000 km no conta-quilómetros da Cake Kalk AP, iniciou-se em Espanha e terminou na África do Sul, um percurso inteiramente desenhado através da costa Oeste do continente africano depois da travessia de Espanha para Marrocos por ferry.

Nesta aventura de moto elétrica, Sinje Gottwald não contou com qualquer assistência externa, quer a nível mecânico, quer também a nível médico.

Sinje Gottwald Veterana nestas andanças de viagens de longa distância, depois de ter cumprido em 2017 a circunavegação a solo do globo, atravessado a Europa e Ásia de moto, explorou a Austrália, a América do Norte e ainda os desertos de Marrocos e trilhos sempre difíceis do Mali, Sinje Gottwald enfrentou desafios bastante particulares nesta sua aventura com a moto elétrica Cake Kalk AP.

Tudo começou com a preparação cuidada desta viagem continental.

Sem poder contar com assistência mecânica no terreno, Sinje Gottwald foi obrigada a levar consigo componentes a duplicar como forma de poder ultrapassar, pelos seus próprios meios, qualquer problema técnico na moto de origem sueca.

Sinje Gottwald A motociclista levou então duas baterias, dois carregadores e outras peças de substituição como um controlador, um acelerador completo, fusíveis, ferramentas e ainda um obrigatório computador portátil que lhe permitiria, caso necessário, conectar-se à equipa técnica da Cake de forma a obter atualizações de software durante a viagem ou indicações para resolver questões mecânicas.

A aventura iniciou-se a 14 de outubro de 2022 em Espanha, tendo a viagem prosseguido com a obrigatória passagem de ferry para o Norte de África. As complicadas areias do deserto de Marrocos causaram o primeiro problema técnico, tendo Sinje sido obrigada a trocar um fusível.

Solucionado esse problema, a Cake Kalk AP tomou rumo à Mauritânia e Senegal, com os seus famosos trilhos que fazem parte da história do Rali Dakar. Seguiram-se Gâmbia de onde passou a fronteira para a Guiné Bissau, onde o cenário apresentou dificuldades novas como percursos lamacentos e cheios de água.

Sinje Gottwald O percurso seguiu rumo à Costa do Marfim, depois Gana, onde Sinje Gottwald e a Cake Kalk AP tiveram de (des)esperar mais de 24 horas antes de conseguirem o visto para poderem entrar no país, antes de atravessar os Camarões e Angola. Por entre outros países, e sempre com cenários majestosos que apenas conseguimos encontrar em África, motociclista e a sua moto elétrica finalmente entraram na África do Sul onde viria a dar-se por concluída a viagem.

Aqui fica a lista completa de países

Marrocos

Mauritânia

Senegal

Gâmbia

Guiné Bissau

República da Guiné

Serra Leoa

Libéria

Costa do Marfim

Gana

Togo

Benim

Nigéria

Camarões

Gabão

Congo

Angola

Namíbia

África do Sul

Sinje Gottwald Para além das motivações pessoais de conhecer novas culturas e países, Sinje Gottwald garante que uma das motivações que a levou a enfrentar este desafio foi o de mostrar ao mundo que, apesar das dificuldades esperadas de viajar numa moto elétrica, seria possível ultrapassar as dificuldades com a atitude mental e preparação adequada.

Pese embora a Cake Kalk AP tenha sido concebida para percursos mais curtos e diversão “rápida”, a verdade é que a moto elétrica mostrou capacidades que a levaram bastante além daquilo para que foi concebida.

Entre as características que, na opinião de Sinje Gottwald, se destacaram ao longo dos 124 dias de aventura, encontram-se a facilidade de manutenção, a leveza do conjunto que permitiu enfrentar obstáculos que de outra forma seriam mais difíceis de ultrapassar, e a fiabilidade da moto elétrica que provou ser à “prova de bala” quando comparada com os problemas mecânicos normalmente associados às motos equipadas com motor a combustão interna.

Sinje Gottwald Por outro lado, terminada a viagem, os registos apontam para menos de 140 cargas completas de bateria da Cake Kalk AP para cumprir todos os 13.000 km do percurso.

Sem sequer um furo para atrapalhar a viagem, Sinje Gottwald refere que “A Kalk é simplesmente fantástica! A manutenção foi quase zero, foi basicamente ajustar e lubrificar a corrente. Alguns problemas menores que consegui solucionar, e não tive um único furo nos pneu. A moto atraiu imensa atenção, onde quer que parasse as pessoas vinham ter comigo e perguntavam sobre ela, e muitas disseram-me que era a primeira vez que estavam a ver uma moto elétrica. Não conseguiam acreditar que eu tinha vindo de tão longe nela!”, começou por dizer.

Mas, apesar de tudo o que correu bem, certamente houve dificuldades maiores nesta viagem. E qual foi a maior dificuldade associada à utilização de uma moto elétrica numa viagem tão grande?

A reposta só podia ser uma: “Encontrar locais para carregar a bateria foi a parte mais difícil, em algumas áreas foi extremamente complicado, e tive de planear cada dia ao pormenor. Muitas vezes não sabia se ia conseguir encontrar um local para carregar! Sofri algumas pequenas quedas em terrenos mais complicados e a baixa velocidade, mas mais do que uma vez quase fui atropelada por automóveis. O trânsito é caótico e quando ultrapassam não deixam qualquer espaço”.

Se quiser saber mais sobre esta aventura única que terminou com Sinje Gottwald a tornar-se na primeira motociclista a cruzar África numa moto elétrica, e sem qualquer assistência externa, pode clicar aqui e visitar a página de Instagram desta motociclista aventureira.

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