Tendo regressado ao todo-o-terreno em 2014 após 13 anos de jejum será pela mão de Armindo Neves que o CNTT terá no seu pelotão em 2019 uma SWM RS 300R, com o apoio da fábrica e do distribuidor oficial para Portugal a Lusomotos.
Um projecto desta natureza justifica que antes de se falar do lado desportivo e ambições do piloto se faça primeiro uma retrospectiva histórica e o enquadramento na realidade actual. A SWM foi formada em Milão no ano de 1971 por dois pilotos de ‘off-road’. A gama era composta por 3 modelos – 50, 100, 125cc, todos com motores Sachs. Conquistou um título no campeonato italiano de Motocross 125 e uma medalha de bronze no Europeu de Endurance também de 125, mas cessou a sua produção em 1984.
Em 2014 a SWM ressurgiu, sediada em Itália, como resultado de uma nova parceria entre Apelio Macchi e Daxing Gong. O engenheiro italiano tinha anteriormente trabalhado na Cagiva, Aprilia e Husqvarna com as quais obteve 51 títulos mundiais (46 com Husky 5 com Aprilia). Gong é um empresário chinês de sucesso e chefe do grupo Shineray, um fabricante em grande escala de veículos de duas e quatro rodas na China.
Na EICMA 2014 foram apresentados seis novos modelos da SWM onde a maioria do pessoal são ex-funcionários Husqvarna que já trabalhou sob a direção de Macchi. A produção da primeira RS650 começou em Julho de 2015. Os modelos RS são baseados no projeto Husqvarna.
É aqui que volta a entrar Armindo Neves: ‘Vou disputar o CNTT 2019, na classe TT2 aos comandos de uma SWM RS 300R. O grande objectivo é dar a conhecer a marca, que é uma marca histórica fabricada em Itália e demonstrar que é possível ser competitivo com um produto de referência, que herdou um enorme ‘know-how’ e que está disponível no mercado por um preço muito abaixo da concorrência. Vai ser um enorme desafio para mim, mas que estou a encarar com um grande entusiasmo.’
Um ‘player’ muito importante neste projeto é a Lusomotos, o importador da SWM, uma casa com quem Armindo Neves tem uma relação de mais de 20 anos: ’Uma relação que vem desde o tempo que competia ‘a sério’, agora limito-me a dar o meu melhor, mas tenho pela frente um título de veteranos para conquistar. Sempre fui apoiado pela Lusomotos e construímos desde essa altura uma forte amizade e respeito mútuo.’ salienta o piloto natural de Benavila, no concelho de Avis, que acrescenta:
‘É para mim é um forte motivo de orgulho estar ligado a uma empresa de referência, com gente de bem e apaixonada pelas 2 rodas, e que nos conhecemos e respeitamos há muitos anos. Vindo de quem veio não podia recusar este desafio.’
Armindo Neves, estreou-se na terceira edição da Baja de Portalegre no ano de 1989. Interrompeu a sua participação em provas de todo-o-terreno após a prova alentejana de 2001, tendo iniciado no ano seguinte um percurso nas quatro rodas no mundo dos ralis. Regressou ao TT em 2014 e em 2016 competiu também em motos de velocidade sempre com o apoio da Lusomotos.
O Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno terá sete provas e arranca já no próximo dia 16 de Fevereiro com o Raid TT Paraíso do Todo-o-Terreno com organização do Góis Moto Clube.