Num dia em que a chuva fez uma breve aparição no circuito de Losail, no Qatar, Andrea Iannone foi o mais rápido no ‘time attack’. Mas foi Andrea Dovizioso que mais uma vez mostrou melhor consistência, rodando rápido volta após volta.
A chuva roubou algum tempo em pista aos pilotos, que acabaram por rodar, de um modo geral, menos voltas do que ontem.
A chuva foi quase um aperitivo para o final de sábado, quando os pilotos vão poder rodar na pista molhada artificialmente. Será um teste para perceber se, em caso de chuva no fim-de-semana de grande prémio, é possível correr nessas condições.
No ano passado passado a qualificação do GP do Qatar foi cancelada por causa da chuva, e em 2009 a corrida foi adiada para segunda-feira, pelo mesmo motivo.
Agora, num ano em que algumas corridas vão ser mais curtas para se adaptarem aos horários televisivos, a Dorna pretende que não haja surpresas no peculiar GP do Qatar. Sendo realizado à noite, sob iluminação artificial, há o problema dos reflexos dificultarem a visibilidade. Loris Capirossi e Franco Uncini já rodaram com iluminação artificial e a pista molhada num testes preliminar realizado no ano passado; agora é a vez dos pilotos. Só depois de ouvidos e apenas se todos concordarem é que será possível correr à noite e à chuva no Qatar.
Iannone na mó de cima
Para Andrea Iannone estes testes parecem ser os melhores da pré-temporada. Já ontem tinha estado em destaque e hoje acabou por saltar para o comando dos tempos nos últimos minutos da sessão.
Mas foi Andrea Dovizioso quem continuou a impressionar com a sua consistência, acabando mesmo por fazer o seu melhor tempo durante a simulação de corrida, o que lhe dá excelentes indicações para o primeiro GP do ano, nesta pista.
A Honda testou uma nova solução aerodinâmica, com apêndices um pouco maiores do que os usados até agora. Ao contrário do ano passado, este ano as equipas vão poder usar apenas duas carenagens diferentes. Se em 2017 puderam começar o ano com a carenagem de 2016 e uma nova, podendo depois introduzir uma terceira solução a meio do ano, este ano será diferente. As equipas começam com apenas uma carenagem e depois podem apresentar apenas uma alternativa, a qualquer momento da época.
Marc Marquez acabou por sofrer uma queda, que quase era mais uma das suas famosas recuperações, mas acabou por cair mesmo. Quedas também para Johann Zarco e Jack Miller, que depois ia levando com Danilo Petrucci.
Dificuldades na Yamaha
Depois dos indícios deixados ontem sobre o seu futuro, Valentino Rossi não quis confirmar que vai continuar a correr por mais dois anos. Diz que é o mais provável, mas ainda não decidiu. «Temos tempo, ainda vou pensar nisso…» diz o italiano, que reforçou no entanto que não terá a sua equipa em MotoGP nos próximos dois anos.
Quer Valentino Rossi não estavam satisfeitos com os seus resultados. Os pilotos da equipa Yamaha oficial continuam a debater-se com problemas de aderência, especialmente com o pneu usado. Porém Rossi ficou convencido que podia ter feito melhor: «A posição não é fantástica, porque durante o ‘time attack’ tive alguns problemas com o pneu dianteiro, e não consegui», lamentou o veterano.
Em dificuldades e também à procura de aderência esteve Jorge Lorenzo: «Foi ium dia complicado. À tarde, quando ainda está quente, os tempos surgem com facilidade, mas depois quando a temperatura desce, falta-me a confiança no pneu da frente e não consigo ser rápido», explica o espanhol.
Recordes do circuito:
Pole position: 1’53.927 (Jorge Lorenzo – Yamaha, 2008)
Volta mais rápida em corrida: 1’54.927 (Jorge Lorenzo – Yamaha, 2016)
1. Andrea Iannone – Team Suzuki Ecstar (45 voltas, 1’54.586)
«Aqui, deste ontem que a moto me dá boas sensações. Consigo cada vez mais pilotar com o meu estilo habitual, e temos menos dificuldades aqui, onde não há travagens fortes. Hoje completei uma curta simulação de corrida e foi bastante positiva, ainda temos espaço para melhorar, mas a equipa Suzuki está a fazer um bom trabalho. Pegámos emn toda a informação dos dois primeiros testes e tentámos fazer uma moto competitiva. Até agora estou contente com o modo como as coisas estão a correr aqui no Qatar!»
2. Andrea Dovizioso – Ducati Team (41 voltas, 1’54.627)
«Apesar das condições climatéricas incertas não nos tenha permitido usar todo o tempo disponível, no final acabámos por testar tudo o que tínhamos previsto. Estou muito satisfeito com as sensações na moto. Nesta pista a Desmosedici GP sempre funcionou muito bem, mas este ano vai ser ainda melhor. Estabeleci o meu melhor tempo numa mini-simulação de corrida de 12 voltas que fiz esta tarde, e tenho que admitir que os tempos surgiram muito facilmente. Aqui no Qatar, no entanto, todos os dias temos condições diferentes e por isso amanhã temos que tentar ser também rápidos e concluir os nossos trabalhos.»
3. Marc Marquez – Repsol Honda Team (59 voltas, 1’54.753)
«Hoje tudo correu bastante bem, apenas sofremos um pouco a meio da sessão, quando começámos a experimentar algumas coisas que nos fizeram perder a direcção durante um bocado. Mas no final isso também nos permitiu perceber algumas coisas diferentes. Quando ao anoitecer a temperatura baixou e tinha o pneu dianteiro de composto duro caí na curva 2, mas é algo típico deste circuito. No final isso também teve a sua parte positiva, porque tive que pegar na segunda moto, o que não estava previsto para hoje, e senti-me melhor. Por isso estamos contentes com o modo como correu o dia, mas amanhã temos que continuar a trabalhar duro nas afinações com o objectivo de melhorar o nosso ritmo e ser mais consistentes nesta pista, que é uma das mais exigentes para nós.»
4. Johann Zarco – Monster Yamaha Tech 3 (49 voltas, 1’54.874)
«De um modo geral foi um grande dia, fizémos grande progresso com o novo pneu e estou contente com isso. Com pneus usados também tivemos um bom ritmo e as condições estavam hoje muito interessantes. Fomos melhor do que ontem, já que encontrámos o que nos faltava. Mas ainda estamos a trabalhar nisso. Sinto que estamos num bom nível, mas talvez não no nível mais alto para lutar pela vitória. O que eu sinto na moto é muito bom, a velocidade também está bem, e estou a desfrutar bastante aqui. Para amanhã ainda temos alguns pormenores para melhorar.»
5. Alex Rins – Team Suzuki Ecstar (41 voltas, 1’54.697)
«Para mim este segundo dia foi realmente bom, não tivemos coisas novas para testar, estivemos apenas concentrados em finalizar a GSX-RR para o ritmo de corrida. Tentámos coisas pequenas na suspensão, mas não muito; acho que foi realmente positivo porque o nosso ritmo foi muiot bom para além de uma única volta. Amanhã vou fazer uma simulação de corrida e ver onde estamos ‘na realidade’.»
6. Cal Crutchlow – LCR Castrol Honda (51 voltas, 1’54.992)
«Tivemos outro dia positivo. No entanto, as minhas sensações com a dianteira da mto não são fantásticas, hoje foi outro dia difícil por causa dessas sensações, e estamos com algumas dificuldades em fazer a moto curvar. Mas a minha velocidade está lá e sinto-me confiante. Hoje andámos com o pneu usado, também testámos o mais macio e consegui completar com ele 10 voltas. Amanhã temos que continuar a trabalhar e fazer o que pudermos antes da primeira corrida do ano no Qatar. Estou ansioso.»
7. Maverick Viñales – Movistar Yamaha MotoGP (52 voltas, 1’55.051)
«Para mim foi um dia positivo, testámos muitas coisas. Comparado com ontem, hoje perdemos um pouco de aderência. É a mesma sensação que temos tido em todos os testes. Temos que trabalhar ainda mais e mais arduamente. Melhorámos o nosso ritmo, mas durante o ataque ao cronómetro não me senti tão bem quanto ontem, por isso não pude melhorar muito. Mas acho que temos as coisas claras para amanhã, por isso vamos pelo menos tentar uma simulação de corrida com o depósito cheio, para ver como a moto funciona. Para amanhã vemos também concentrar-nos na melhoria da sensação com o pneu traseiro e melhorar a consistência da moto.»
8. Danilo Petrucci – Alma Pramac Racing (30 voltas, 1’55.188)
«Hoje começámos muito rápidos, mesmo com os pneus usados de ontem. Durante algum tempo estive no topo da classificação, mas depois praticamente caí com o Jack. Não sei o que aconteceu, foi muito estranho, porque não houve avisos. Perdemos um pouco de tempo, mas quando regressámos à pista estava outra vez rápido. Estou satisfeito com o que consegui até agora no Qatar.»
9. Jack Miller – Alma Pramac Racing (47 voltas, 1’55.236)
«Depois da queda vi o Danilo quase a acertar-me. Foi assustador, mas felizmente nada aconteceu. Não foi um dia fácil, porque depois da queda tivemos que resolver um problema na moto. Mas, para ser sincero, estou muito satisfeito, porque sinto que conseguimos muitas melhorias desde ontem. Acho que ainda tenho mais para dar. Vou tentar amanhã.»
10. Dani Pedrosa – Repsol Honda Team (35 voltas, 1’55.282)
«Hoje foi um pouco mais difícil do que ontem, porque tinha algumas dores na mão esquerda devido à queda. Tive que pilotar com cuidado e não pude rodar totalmente cómodo. De qualquer forma, tentámos fazer o melhor possível e no final completámos algum trabalho, tanto de afinação da moto como de pneus. Não testámos muitas coisas, já que não pude rodar sessões completas. Veremos se amanhã estou mais recuperado e podemos fazer melhor, porque aqui as condições mudam muito do dia para a noite, e por isso temos que continuar a trabalhar.»