Terminaram os testes de pré-temporada. Em três dias de testes em Losail, foram três os pilotos que lideraram no final de cada um deles. Hoje foi Johann Zarco, que realizou o melhor tempo destes testes, ao mesmo tempo que se mostrou muito consistente. Com esta prestação o francês deu razão a Marc Marque; este apontou-o há um par de semanas, a par de Andrea Dovizioso, como um dos principais rivais em 2018.
Quem conseguiu dar a volta aos testes no final do último dia foram os pilotos da equipa oficial Yamaha. A uma hora e meia do final, com Zarco no topo, Rossi era 18.º e Viñales19.º. Estavam a quase dois segundos do francês, e várias posições atrás do estreante Hafizh Syarhin, que era 11.º.
Mesmo com uma queda no início do dia, Valentino Rossi manteve a concentração para sacar mais um coelho da cartola. O piloto italiano realizou o seguindo melhor tempo dos testes, mas admite estar ainda com dificuldades em gerir os pneus. A sua simulação de corrida não foi conclusiva e fica a dúvida sobre o comportamento da Yamaha na segunda metade da corrida, com pneus usados.
‘Descoberta’ final
Foi só também na última hora dos testes Maverick Viñales conseguiu descobrir a ‘sua’ moto, para melhorar e terminar em 5.º na tabela combinada. Depois de ter andado perdido ontem, o espanhol parece ter encontrado a direcção certa, mas apenas nos últimos 40 minutos conseguiu rodar como gosta.
Os testes terminaram com os tempos muito aproximados, com 12 pilotos separados por menos de um segundo. Quem mostrou uma grande consistência foi Andrea Dovizioso. A Ducati trouxe muitas coisas para testar, desde diferentes motores a soluções aerodinâmicas. O italiano não só conseguiu cumprir o plano de trabalho, como foi consistentemente rápido. É por isso apontado como um dos favoritos na luta pelo título.
Testes ‘à chuva’
A pré-temporada terminou com 30 minutos de testes na pista molhada. O circuito foi ‘alagado’ por 15 camiões, de modo a que os pilotos pudessem rodar com piso molhado sob iluminação artificial. O objectivo é perceber se é seguro correr à chuva neste circuito sob a luz dos holofotes.
A maior parte dos pilotos não encontrou grandes problemas, comparando as condições com outros circuito quando chove. Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci sairam juntos para perceber o efeito do spray com as luzes. Não são condições ideiais, mas parece não haver um problema de maior. Marc Marquez referiu que é mais difícil veros correctores e as linhas brancas. O problema é que o piso molhado não é exactamente a mesma coisa que situação de chuva, pelo que o assunto ainda termina por aqui, e deverá ser abordado na próxima reunião da Comissão de Segurança.
Recordes do circuito:
Pole position: 1’53.927 (Jorge Lorenzo – Yamaha, 2008)
Volta mais rápida em corrida: 1’54.927 (Jorge Lorenzo – Yamaha, 2016)
Melhores tempos dos três dias:
1. Johann Zarco – Monster Yamaha Tech 3 (154 voltas, 1’54.029)
«Foi um terceiro dia muito bom, estou deleitado por ter terminado com o melhor tempo. Acho que era mesmo possível rodar em 1’53, mas temos que aceitar que temos que compreender passo a passo como pilotar a esta velocidade. Fizemos um excelente trabalho com a equipa e, com tudo o que fizemos ao longo destes três dias, sinto mais confiaça e pudemos trabalhar bem assim. Quando fiz uma longa simulação de corrida, não fui muito rápido, Fiz 17 voltas consecutivas, mas provavelmente estava um pouco cansado depois dos intensos dias passados aqui. De qualquer modo, fomos constantes e posso relaxar na moto. Estou realmente contente com isso e preciso manter esta sensação em mente para o fim-de-semana de corrida daqui a 15 dias.»
2. Valentino Rossi – Movistar Yamaha MotoGP (148 voltas, 1’54.276)
«Estou bastante satisfeito depois deste teste, especialmente depois desta tarde, porque acho que trabalhámos muito nestes dias e também na primeira parte de hoje. Esta tarde juntámos tudo e consegui fazer um bom tempo por volta para terminar em segundo, e também tenho um bom ritmo. Mas ainda estamos muito próximos na tabela de tempos, há muitos pilotos que estão fortes. Continuamos a sofrer com os pneus, atrás e à frente, e fiz apenas metade da distância de corrida. Temos que tentar perceber o que acontecerá desse ponto para a frente da corrida – veremos em duas semanas.»
3. Andrea Dovizioso – Ducati Team (139 voltas, 1’54.331)
«Estou muito contente com o trabalho que realizámos durante estes três dias, porque pudemos testar tudo aquilo que tínhamos programado, e pudemos preparar bem a corrida, embora aqui no Qatar as condições do circuito mudam facilmente, e talvez dentro de duas semanas sejam diferentes destes últimos três dias. Durante o teste a pista tinha muita aderência, o que normalmente é difícil encontrar aqui em Losail, e em diferentes simulações fomos rápidos e constantes. Estou muito satisfeito com o nosso potencial.»
4. Cal Crutchlow – LCR Castrol Honda (153 voltas, 1’54.457)
«Hoje foi o terceiro dia de testes e o último antes da primeira prova da temporada, dentro de duas semanas, mas estamos muito positivos com a sensação na moto a seco. Decididamente ainda temos que melhorar, mas pelo menos a equipa tem informação para trabalhar com a Honda nas próximas semanas para avaliar a situação. A nossa sensação na frente não é perfeita ainda, mas consegui ser consistentemente rápido durante o dia, o que é importante. O nosso problema são as especificações dos pneus dianteiros. Nenhum deles se adequa ao meu estilo de pilotagem, por isso teremos que ter isso em conta no fim-de-semana do grande prémio, pois será crucial. Mas de um modo geral estamos suficientemente contentes com as prestações de hoje, fiz uma simulação de 12 voltas e fiquei satisfeito. No teste com piso molhado achei que a visibilidade é ok, mas a pista fica realmente escorregadia e tenho a certeza que vamos discutir isto na Comissão de Segurança antes da primeira corrida no Qatar.»
5. Maverick Viñales – Movistar Yamaha MotoGP (156 voltas, 1’54.471)
«Nos últimos 40 minutos acho que demos um grande passo. Sinto-me bem na moto, mas não ainda a 100%, por isso ainda há espaço para melhorar. De qualquer modo, tivemos três dias de árduo trabalho, e perdemo-nos algures a meio do caminho. Nesses momentos não podia puxar e isso mostra que precisamos manter a concentração quando fazemos alterações, porqwue nos últimos 40 minutos parecia uma moto completamente diferente. Como disse, precisamos continuar a trabalhar. Acho que se tivesse que fazer uma volta rápida agora, podia fazer um tempo muito bom. Assim que subi para a moto, depois das alterações, senti-me confortável e podia manter um bom ritmo – não tão bom como no ano passado, mas depois de hoje chegámos a algumas conclusões.»
6. Andrea Iannone – Team Suzuki Ecstar (103 voltas, 1’54.586)
«Estou desapontado por não ter podido rodar hoje, mas sentia-me muito mal. Tentei, mas era impossível sair para a pista. Sentia-me doente e muito fraco. De qualquer modo o progresso que fizemos desde o último teste deixa-me muito satisfeito, tivemos dois dias muito positivos e temos uma boa base. Falhou-nos a afinação de pormenor que deveríamos ter feito hoje, mas trabalharemos arduamente antes da corrida para recuperar este trabalho perdido. Exceptuando a minha doença, senti-me muito bem com a moto e com a equipa.»
7. Marc Marquez – Repsol Honda Team (181 voltas, 1’54.591)
«Em geral estou satisfeito com o modo como correu a nossa pré-temporada. Trabalhámos muito no nosso ritmo de corrida, que no final é o mais importante. É verdade que aqui no Qatar sofremos um pouco, mas estamos igualmente contentes porque hoje em concreto demos um passo em frente e pude pilotar regularmente em 1’55 médios e baixos. Também pudemos testar o braço oscilante em carbono, apenas numa saída, e consegui rodar bastante rápido, mas temos que continuar a trabalhar mais nele. Claro que o campeonato será muito competitivo desde a primeira corrida, e espero desfrutar. Quando ao teste com o piso molhado, o reflexo das luzes faz com que seja um pouco mais difícil ver os correctores e as linhas brancas, e a pista fica um pouco escorregadia. Mas na minha opinião em caso de chuva seria possível fazer a corrida.»
8. Alex Rins – Team Suzuki Ecstar (156 voltas, 1’54.650)
«Acho que os três dias a pilotar aqui foram muito bons, e foi um teste muito positivo porque testámos muitas coisas e confirmámos todas essas coisas. Também tentámos uma simulação de corrida e o ritmo foi bom, por isso estou realmente ansioso por começar a temporada com muita confiança, e acho que temos um grande conjunto.»
9. Danilo Petrucci – Alma Pramac Racing (133 voltas, 1’54.659)
«Estou realmente contente com a simulação de corrida. Consegui fazer uma simulação muito boa com pneus macios atrás e à frente e isto é realmente positivo, porque fizemos muito poucas alterações à moto. Não fui à procura de um tempo por volta, mas isso não é importante. Agora temos que esperar duas semanas, mas a confiança é muito elevada.»
10. Jorge Lorenzo – Ducati Team (171 voltas, 1’54.692)
«Hoje foi um dia mais positivo do que ontem, encontrámos uma afinação que era bastante melhor e pudemos fazer várias voltas muito rápidas. No entanto, voltámos a sofrer um pouco quando a temperatura baixa e a húmidade aumenta. Com estas condições custa-nos ser competitivos e manter um ritmo alto. Temos que nos concentrar em melhorar a consistência para a primeira corrida da temporada. Depois de três testes de pré-temporada ainda nos falta muito trabalho para fazer para tirar o máximo potencial da moto.»
11. Jack Miller – Alma Pramac Racing (147 voltas, 1’54.749)
«Também conseguimos melhorar hoje, e é por isso que estou contente. Trabalhámos na afinação com opções que nos dão indicações positivas. Para ser honesto, ainda tenho alguma dificuldade em conseguir a aderência certa, mas durante a simulação de corrida tive boas sensações e o ritmo foi bom. Tenho a certeza que ainda consigo melhorar.»
12. Dani Pedrosa – Repsol Honda Team (116 voltas, 1’54.774)
«Estou bastante contente com a pré-temporada em geral, tanto com o trabalho que fizemos, como com o nosso ritmo. Fomos competitivos em distintas condições, e isso é positivo. Infelizmente, a queda que sofri no primeiro dia tornou as coisas mais difíceis, e a pista em si em muito exigente para nós, mas de qualquer modo progredimos e melhorámos o ritmo. Neste momento não somos os mais rápidos, mas trabalhámos bem e compreendemos muitas coisas, como a pista muda quando há aderência e quando não há. Agora temos que nos concentrar em nós mesmos, sem olhar para os outros, e creio que podemos dar um novo passo em frente para a corrida. Tenho vontade de começar o campeonato. Quanto ao teste com o piso molhado, creio que em caso de chuva durante a corrida deveremos falar todos e decidir em conjunto.»
13. Franco Morbidelli – EG 0,0 Marc VDS (169 voltas, 1’55.132)
«Fizemos uma grande alteração à moto para a última parte do teste de ontem, mas hoje foi mais refinar a afinação com apenas pequenas mudanças. Agora temos três dias feitos nesta pista e fizemos muitas voltas, o que nos permitiu melhorar o ritmo e isso é importante. Os três dias aqui no Qatar correram muito bem, vamos continuar a melhorar e sinto-me mais confortável com a moto, por isso foi uma boa maneira de terminar os testes de pré-temporada. Agora acabaram-se os testes e estou ansioso pela primeira corrida do ano dentro de duas semanas.»
14. Bradley Smith – Red Bull KTM Factory Racing (160 voltas, 1’55.179)
«É bom finalmente terminar os testes e limar algumas arestas na preparação da temporada. Também foi bom manter uma diferença de 1,1, 1,2 para o primeiro e, como na Tailândia, fomos capazes de melhorar ao mesmo ritmo dos outros construtores. Isso significa que a Reb Bull KTM está a reagir e a fazer um bom trabalho de um dia para o outro. Ficar abaixo daquele último segundo é um belo objectivo para nós, e creio que já estamos 1,2 s mais rápidos aqui do que no ano passado, por isso estamos muito satisfeito. Progredimos bem nos últimos 12 meses e podemos estar orgulhosos. Agora veremos os que nos trará o fim-de-semana de corrida. Estamos tão preparados quanto podemos estar. Rodámos com o piso molhado e a visibilidade não parece ser um problema para os pilotos, mas a drenagem pode. Aquaplanagem nunca é divertida! Veremos o que acontece, porque serão circunstâncias especiais se tivermos que correr à chuva aqui.»
15. Aleix Espargaró – Aprilia Racing Team Gresini (157 voltas, 1’55.232)
«Mal posso esperar para regressar aqui dentro de duas semanas para começar a trabalhar. Os testes são importantes, mas fico mais feliz com as corridas. Este ano as coisas serão ainda mais interessantes porque todas as equipas e pilotos estarão num nível muito elevado. Dei o meu melhor durante os testes de pré-temporada para melhorar a RS-GP 2018. É uma pena que um pequeno problema me tenha impedido de terminar a simulação de corrida. A verdade é que os testes de pré-temporada são muitas vezes enganadores. Há muitos pilotos que conseguem fazer algumas voltas rápidas, mas isso muda durante a corrida. Acredito no nosso potencial e estou confiante de que vamos poder batalhar já pelos oito primeiros.»