Desta vez foram as duas Yamaha oficiais a dominar a tabela final do segundo dia de testes de MotoGP em Sepang, que terminou com tempos muito aproximados entre os 14 primeiros.
Maverick Viñales e Valentino Rossi continuaram a trabalhar na electrónica, especialmente no sentido de solucionar o problema de pneus que sofreram ao longo do ano passado. Valentino Rossi chegou a liderar a tabela de tempos, acabando por ser batido no final pelo seu companheiro de equipa. Viñales rodou hoje quase o dobro das voltas de Rossi, e ambos rodaram com a nova carenagem, vista ontem nas motos dos pilotos de testes.
Na Honda os pilotos oficiais testaram a nova carenagem, a par dos motores com novas especificações, e Cal Crutchlow hoje esteve também a trabalhar para o HRC com novos componentes.
As Ducati oficiais desta vez ficaram um pouco mais para trás, mas quer Andrea Dovizioso quer Jorge Lorenzo continuam a mostrar-se muito optimistas e agradados com a D16 GP18.
Na Alma Pramac Danilo Petrucci continuou o trabalho de desenvolvimento da GP18, enquanto que Jack Miller apesar de estar ainda na fase de aprendizagem com a GP17, voltou a ser dos mais rápidos do dia.
Houve algumas quedas a registar, com Pol Espargaró a terminar mais cedo por ter ficado bastante dorido (depois de passar pelo centro médico do circuito foi transferido para o hospital de Kuala Lumpur, para mais exames), e Marc Marquez caiu já perto do final do dia, quando procurava uma volta rápida, tendo saído praticamente ileso.
Andrea Iannone também sofreu um incidente, sendo forçado a parar quando a sua Suzuki GSX-RR pegou fogo. A Suzuki admite que a direcção seguida no ano passado no desenvolvimento do motor não terá sido a melhor, e está confiante nas melhorias para 2018.
Hoje o melhor rookie foi Franco Morbidelli, com o 17.º tempo, a 1,307 s de Viñales.
1. Maverick Viñales (68 voltas, 1’59.365)
«O segundo dia correu mesmo bem. Senti-me muito bem com a moto. Temos estado a trabalhar especialmente na electrónica, mas ainda há mais coisas a fazer. Ainda temos um longo caminho a percorrer para configurar a electrónica correctamente, mas estou contente com os passos que temos dado. Tentámos trabalhar em condições de calor, especialmente por volta do meio-dia, e seguiremos o mesmo plano amanhã. Estamos a tentar melhorar muito em condições de calor para resolver os problemas que sofremos no ano passado. Acho que foi um dia positivo e estou preparado para trabalhar um pouco mais amanhã.»
2. Valentino Rossi (39 voltas, 1’59.390)
«Estou contente com este segundo dia porque trabalhámos bem e terminámos o nosso programa previsto para hoje. Experimentámos pequenos e grandes detalhes, algumas coisas foram boas e outras nem tanto. Por exemplo, gosto da aerodinâmica, e consegui melhorar o meu ritmo e o tempo por volta. Acho que fiz hoje o meu melhor tempo em Sepang, porque 1’59.3 é bom. Está tudo muito apertado, todos os pilotos da frente estão muito fortes, vai ser interessante. Estou muito satisfeito por estar aqui na frente. Gosto mais desta carenagem do que da do ano passado porque tenho maior protecção e – como sou grande e alto – é o que eu preciso, e isso é bom. As condutas – porque não são asas – são boas porque a moto faz menos cavalinhos e isso dá-nos mais contanto no trem dianteiro. Também somos rápidos em recta, por isso foi um bom dia.»
3. Cal Crutchlow (65 voltas, 1’59.443)
«Foi mais um dia positivo, tivemos muitas coisas para testar, para nós e para a Honda, por isso o horário foi muito apertado. Infelizmente tivemos que começar tarde porque a pista estava húmida, mas de um modo geral estou contente com as nossas prestações hoje. Trabalhámos muito bem com os pneus usados ao longo do dia, o que foi importante. Depois pudemos puxar numa volta rápida no final, mas não tive muito boas sensações nessa volta. Por isso é bastante positivo que o tempo por volta tenha sido tão bom, apesar de não me ter parecido. Isso também significou que apenas usámos um pneu do nosso lote para poder procurar um bom tempo por volta. O nosso ritmo de corrida parece bem neste momento em comparação ao da concorrência, por isso amanhã temos que continuar a trabalhar com o que temos no nosso plano e entretanto trabalharemos com a Honda e com a equipa para ver onde poderemos melhorar.»
4. Jorge Lorenzo (44 voltas, 1’59.498)
«Hoje fomos de novo competitivos e estou muito contente com isso. Resolvemos alguns pormenores, testámos novos componentes e afinações e no fim ainda conseguimos melhorar o nosso ritmo e o nosso tempo por volta. Acredito que ainda temos margem para melhorar e, quando tivermos uma melhor compreensão das coisas, acho que poderemos expressar todo o potencial da Desmosedici GP, que é muito elevado.»
5. Jack Miller (44 voltas, 1’59.509)
«Estou realmente satisfeito. E tenho que dizer que estou contente mais pelas sensações que a moto me transmite do que com os tempos, que são muito positivos. Começámos a trabalhar na afinação e isso sgnificva que ainda temos uma margem. Mas temos que dar um passo de cada vez. O objectivo é crescer dia após dia sem pensar muito nos tempos por volta.»
6. Johann Zarco (48 voltas, 1’59.702)
«O que vimos no primeiro dia é que a moto é capaz de ser muito consistente, mas ontem senti que não era suficientemente rápida. Mas na minha última volta de hoje fui muito rápido e consegui um bom tempo. Obviamente, os outros pilotos melhoraram o seu ritmo nos últimos 30 minutos. De qualquer modo, podemos estar felizes, já que cumprimos o objectivo de baixar dos dois minutos. De hoje há muitas coisas positivas a tirar, embora não tenha sido fácil encontrar soluções nalgumas áreas que queremos melhorar. É o primeiro teste de pré-temporada do ano, por isso é realmente importante trabalhar na moto em vez de apenas procurar uma boa volta. Por agora tenho que descansar um pouco e dormir bem, e amanhã quero experimentar coisas diferentes para poder dar ainda maior retorno.»
7. Marc Marquez (68 voltas, 1’59.730)
«Hoje estou muito contente, porque demos alguns passos em frente e senti-me muito bem com a moto; especialmente à tarde, quando pusemos tudo no sítio e consegui a minha volta rápida no momento em que a temperatura ambiente estava mais elevada. Para além de ter continuado o trabalho no motor e com a afinação, hoje testámos uma nova carenagem e, quando fazemos este tipo de testes, temos que ajustar um pouco o equilíbrio da moto. Teremos que rodar mais para obter mais dados e habituarmo-nos a rodar com ela. Há algumas coisas que temos que continuar a melhorar – áreas de afinação que temos que continuar a ajustar -, mas até ao momento estou contente com o nosso ritmo e creio que estamos a trabalhar bem. Infelizmente, quando montei um pneu novo no final do dia, começou a chover um pouco. Perdi o trem dianteiro na curva 2, mesmo sem estar a forçar, mas isso não é muito importante.»
8. Andre Dovizioso (32 voltas, 1’59.732)
«Estou satisfeito com o trabalho que fizemos hoje e com as sensações que tenho com a nova moto, embora à tarde infelizmente tenhamos sido incapazes de completar todos os testes que tínhamos planeado. No ano passado também tínhamos mostrado ser muito competitivos aqui em Sepang, por isso agora temos que tentar compreender quanta margem de manobra para melhorias ainda temos com a moto de 2018, e será vital verificar os aspectos positivos nas próximas pistas que visitaremos e em diferentes condições.»
9. Danilo Petrucci (46 voltas, 1’59.767)
«As sensações são muito positivas, e com a nova moto melhoram de dia para dia. Hoje realizámos um trabalho importante para a Ducati que será útil durante a temporada. Depois, à tarde, tentámos o primeiro verdadeiro ataque ao cronómetro com a ‘2018’. Ainda tenho que ganhar um pouco de confiança para conseguir baixar mais um pouco o tempo. Tentaremos certamente amanhã.»
10. Andrea Iannone (57 voltas, 1’59.917)
«Como disse nos últimos dias, estamos num caminho de crescimento, trabalhando a passo a passo para perceber e ver que limites encontramos. Hoje foi mais um dia nesse caminho, compreendemos muitas coisas e descobrimos coisas positivas e negativas, que tornaram o dia muito útil. Focámo-nos em afinações diferentes para perceber como é que a GSX-RR reage às alterações e conseguimos muita informação. O tempo e as quedas afectaram o horário dos trabalhos, e estamos um pouco atrasados na nossa lista de afazeres, por isso temos que manter a concentração para amanhã para perceber o máximo possível o verdadeiro potencial das várias opções e das diferentes configurações que temos aqui, de modo a planear o trabalho até ao Qatar.»
11. Aleix Espargaró (47 voltas, 1’59.925)
«Os testes hoje demonstraram como a categoria de MotoGP é competitiva: com apenas cerca de meio segundo de diferença e estou fora do top 10. No meu caso, estou muito satisfeito com o modo como estamos a trabalhar. Apenas rodei na moto de 2018 e devo dizer que as melhorias são claras. Especialmente em termos de arquitectura do chassis, a Aprilia desenvolveu a RS-GP seguindo os meus pedidos e as prestações em curva beneficiaram com isso. Ainda temos margem para melhorar, por exemplo, em aceleração, mas a base com que começamos a temporada será ainda mais evoluída, por isso não posso deixar de estar optimista.»
12. Dani Pedrosa (56 voltas, 1’59.999)
«Hoje tivemos todo o dia para rodar e isso permitiu-nos testar muita coisa. Principalmente, usámos a nova especificação do motor e analisámos a nova carenagem e outras combinações aerodinâmicas. Trabalhei também nas suspensões e nos pneus, porque temos que fazer muitos ajustes quando fazemos este tipo de trabalho. Alguns aspectos correram bem – o controlo anti-cavalinho funciona melhor e podemos aplicar-nos mais na saída das curvas -, mas temos que melhorar outros aspectos e também experimentar tudo de novo em pistas diferentes. De um modo geral as sensações são positivas e hoje também fomos muito precisos no nosso trabalho, e conseguimos seguir o nosso plano previsto. Amanhã será o último dia e tentaremos trabalhar mais nos pormenores.»