No icónico circuito Bugatti disputa-se este fim de semana a prova de abertura da temporada 2023 do Mundial de Resistência FIM. As 24 Horas Motos em Le Mans prometem ser um espetáculo dentro e fora da pista, com milhares de pessoas a acamparem há vários dias ao redor do traçado francês, numa enorme festa que pode acompanhar de perto na nossa página de Instagram onde vamos partilhando vídeos captados pelo nosso jornalista Bruno Gomes, que está no circuito a acompanhar de perto o que acontece, e com particular foco nas prestações do Pedro Nuno.
O piloto português que se estreia na categoria principal EWC estando inserido na Team Bolliger Switzerland, com a Kawasaki Ninja ZX-10R #8, sentiu algumas dificuldades nas sessões de qualificação que se dividiram entre o dia de quinta e esta sexta-feira.
Pedro Nuno, que divide a moto japonesa com os pilotos Nico Thöni e Marcel Brenner, não conseguiu mostrar na Q1 o ritmo que tinha vindo a revelar nos testes privados e treinos livres. Infelizmente as condições climatéricas afetaram a primeira qualificação do piloto português, enquanto os seus companheiros de equipa conseguiram rodar com piso seco ou húmido.
Com o tempo de qualificação final a ser a média entre os tempos dos dois pilotos mais rápidos da equipa, Pedro Nuno esperava conseguir na segunda sessão de qualificação aumentar o seu ritmo. Mas a sexta-feira 14 de abril “acordou” muito molhada e fria no circuito Bugatti, e a derradeira qualificação para as 24 Horas Motos em Le Mans acabou por não ter qualquer efeito ou alteração nas posições provisórias definidas no dia de ontem.
Para o piloto português, o dia de hoje viria a ser mais problemático ainda, quando entrou em pista com um pneu novo Pirelli de chuva montado na sua roda dianteira. Com o frio que se faz sentir no traçado francês, e a muita água acumulada no asfalto, Pedro Nuno não conseguiu evitar uma queda logo na sua volta de saída para a pista. Uma queda a baixa velocidade e que deixa o português algo dorido na zona da anca.
As quedas, aliás, sucederam quase em todos os momentos nesta qualificação, pois o nível de aderência do asfalto está bastante baixo, até porque a temperatura ambiente não vai além dos 9 graus Celsius.
Pedro Nuno acabou por perder a sessão de 20 minutos sem conseguir registar qualquer tempo. A moto “principal” – a equipa tem duas motos com afinações ligeiramente diferentes, com os pilotos a decidirem definir uma das motos como sendo a principal – do Team Bolliger Switzerland #8 sofreu alguns danos, aparentemente estéticos, mas com os mecânicos agora a aproveitarem a tarde de hoje para desmontar a moto e verificar e reparar, caso necessário, eventuais danos na Ninja ZX-10R #8.
Quando conseguiram desmontar a moto na box, descobriram danos mais profundos, e que obrigaram a uma reparação. Segundo nos confirmou Kevin Bolliger, responsável máximo da Team Bolliger Switzerland, foi necessário substituir radiador, linhas de travagem e travões, sistema de escape, carenagens (algumas sem reparação, outras com reparação), embraiagem, condutas de ram-air, depósito de combustível, avanços, painel de instrumentos, entre outros componentes e peças mais pequenas.
Aqui ficam as declarações exclusivas do Pedro Nuno à Revista MotoJornal:
Conta-nos como correu a qualificação.
“Ontem (5ª feira) correu bem. Antes da qualificação começámos com os treinos livres a seco, tivemos boas sensações e principalmente conseguimos estar no ritmo que queremos. Na Qualificação 1 tivemos alguns problemas com as condições da pista e do clima. Primeiro o Nico apanhou chuva mas para utilizar pneus mistos, o Marcel depois entrou com slicks, e eu entrei no fim quando já estava a chover bastante, principalmente no primeiro e no segundo setor, mas tive um bom feeling, com bons tempos, lutar quando o pneu ainda estava bom pelos lugares da frente, mas viria a terminar em 10º. Na Qualificação 2 sofri uma queda que não me deixou completar a Q2, mas também não seria importante pois os tempos com a chuva não iriam melhorar. Portanto ficámos com os tempos de ontem”.
Já há alguma estratégia para a corrida e objetivos definidos tendo em conta o que vocês verificaram nos testes e treinos?
“Até novas indicações, será o Nico a arrancar, depois o Marcel, e eu serei o último a entrar em pista. Se tudo correr bem, e com o ritmo que temos, que é um ritmo muito certo, muito constante, conseguimos estar a lutar pelo top 5 à geral. Esse é o nosso objetivo”.
Com tudo isto, a equipa acabou por ficar com o 17º tempo na qualificação final, e será dessa posição que arrancam para a corrida das 24 Horas Motos em Le Mans, que iniciará este sábado 15 de abril pelas 15H00 locais, ou seja, pelas 14H00 de Portugal Continental, e as previsões meteorológicas apontam para que ao contrário do dia de hoje com muita chuva, o fim de semana em Le Mans seja mais simpático, com sol, embora as temperaturas não devam subir muito mais.
Recordamos que haverá transmissão televisiva nos canais Eurosport.
Quanto ao topo da tabela de tempos, e mesmo sem sair para a pista na segunda qualificação, acabou por ser a Yoshimura SERT Motul – Gregg Black, Sylvain Guintoli e Etienne Masson – a garantir uma complicada “pole position”.
Desta forma a equipa Suzuki arranca na frente e em melhor posição para conseguir uma terceira vitória consecutiva nas 24 Horas Motos em Le Mans, seguida pela YART Yamaha – Niccolo Canepa, Marvin Fritz e Karel Hanika –, uma equipa sempre rápida, mas que, noutros anos, tem apresentado problemas de fiabilidade, com os campeões em título FCC TSR Honda France – Josh Hook, Mike di Meglio e Alan Techer – a serem os terceiros melhores em qualificação.
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par das novidades do Mundial de Resistência FIM e das 24 Horas Motos em Le Mans, com especial destaque para a presença do piloto português Pedro Nuno na equipa Team Bolliger Switzerland #8.