O mundo em que vivemos está a atravessar uma série de grandes mudanças. Seja devido à pandemia, seja devido à guerra na Ucrânia, a verdade é que muitos aspetos da nossa sociedade estão a ser obrigados a adaptar-se a uma nova realidade… e aos custos associados! É precisamente esse aspeto que está na ordem do dia no Mundial de Resistência FIM, e mais precisamente em relação às icónicas 8 Horas de Suzuka.
A ronda japonesa deste campeonato realiza-se este ano a 7 de agosto. Porém, e apesar de ainda faltar bastante tempo para essa prova no circuito de Suzuka, as equipas europeias estão a preparar os contentores para enviar material para o Japão.
E nesta preparação de logística as equipas enfrentam agora um sério problema: os custos de transporte que triplicaram!
De acordo com Mandy Kainz, responsável máximo da equipa Yamaha Austria Racing Team (YART), uma das principais equipas a tempo inteiro do Mundial de Resistência FIM, os custos para transportar o material da equipa para o Japão para participar nas 8 Horas de Suzuka são o equivalente ao orçamento que a equipa tinha para toda uma temporada antes do início da pandemia do Covid-19.
As equipas movimentam os seus pertences através de serviços aéreos de transporte de carga. Antigamente o preço era de 10 euros por cada quilo, mas esse valor está nos 30 euros por quilo. O triplo!
Mandy Kainz refere que inclusivamente poderá compensar às equipas adquirir todo o material que precisam para competir numa loja no Japão, em vez de transportar os seus inúmeros caixotes com equipamento por via aérea:
“Penso que poderemos deixar as caixas em casa com o equipamento. É melhor ir a uma loja no Japão com uma lista e comprar as ferramentas no momento. Temos de perceber que apenas para estar no Japão são 150.000 euros. Nem estamos a falar em custos de viagens do pessoal e equipamento. Os custos da viagem triplicaram, mas o orçamento da temporada não. O custo total das 8 Horas de Suzuka deverá ser de 300.000 euros”.
Numa prova tão importante para qualquer equipa que participa no Mundial de Resistência FIM, e particularmente para as equipas com ligação oficial às marcas japonesas, que fazem “ponto de honra” de correr em frente aos fãs japoneses, Mandy Kainz acredita que a participação na edição de 2022 das 8 Horas de Suzuka não está em causa, mas avisa que “Podemos fazer isto uma vez com custos tão elevados, mas se será possível repetir, não sei…”.
Tudo indica que apesar dos custos triplicarem para a participação nas próximas 8 Horas de Suzuka, a realização da prova com as principais equipas europeias presentes não está em causa.
Porém, será importante para o Mundial de Resistência FIM continuar a acompanhar de perto a evolução dos custos de transporte e logística do material das equipas, principalmente para estas provas fora da Europa, se quiserem garantir que o campeonato continua competitivo e com a presença de todos os fabricantes e as suas principais formações.
