Jorge Lorenzo anunciou no início de Março que voltaria a correr, participando como wildcard no GP da Catalunha. O anúncio criou uma grande expectativa, com toda a gente curiosa por ver o que conseguiria o espanhol fazer de novo aos comandos de uma Yamaha. Porém isso não vai acontecer. Não é porque o GP da Catalunha foi adiado e não tem ainda data definida. É porque a Comissão de Grandes Prémios decidiu, após duas reuniões electrónicas dos seus elementos, que não haverá qualquer wildcard na temporada de 2020.
Existe a possibilidade de serem realizados grandes prémios à porta fechada – ou seja, sem público – e com o número de pessoas no paddock reduzido ao mínimo essencial; por isso é importante também optimizar o espaço nas boxes, o que seria mais complicado com mais um piloto, respectiva moto(s) e mecânicos. Para além disso, a medida entra em linha com objectivo de conter custos numa temporada complicada do ponto de vista financeiro. Assim, não haverá wildcards em nenhuma das três categorias este ano. Em MotoGP cada equipa tinha direito a três por temporada (as equipas de concessão tinham direito a seis).
Existe a intenção de recuperar os wild cards em 2021, mas isso fica dependente de uma nova avaliação prévia à temporada de 2021.
Para além desta medida, a Comissão de Grandes Prémios tomou ainda outras.
Alteração nas concessões
Uma vez que o calendário terá menos grandes prémios do que os previstos originalmente, foi revista a atribuição de pontos de concessão. Tendo em conta o menor número de eventos a realizar em 2020, era possível a um fabricante sem este estatuto ganhá-lo com base em resultados de poucas corridas. Para evitar que isso aconteça, durante a temporada de 2020 apenas se podem perder concessões, e não ganhar. Mas os pontos de concessão conquistado em 2020 continuarão a ter uma validade de dois anos.
As fábricas de concessão em MotoGP são aquelas que não tenham alcançado uma vitória a seco desde 2013. Neste momento apenas KTM e Aprilia têm esse estatuto. Dadas as condições peculiares da temporada de 2020, em Abril a Comissão de Grandes Prémios decidiu congelar as especificações técnicas até ao final de 2021, com efeito imediato; mas agora abriu uma excepção: os construtores com concessões (KTM e Aprilia) poderão apresentar os seus motores para homologação ao Director Técnico do campeonato até 29 de Junho.
Perder e ganhar concessões
O estatuto de concessão permite aos fabricantes usar nove motores por piloto por temporada (sete para as fábricas sem este estatuto), não têm que congelar o desenvolvimento dos motores no início da temporada, podem realizar testes com os seus pilotos contratados e com pilotos de testes a qualquer altura e em qualquer circuito (sendo apenas limitados pela alocação de pneus) e podem alinhar um wildcard seis vezes numa temporada (em vez de apenas três).
Se um dos construtores de concessão conseguir uma vitória ganha três pontos de concessão; dois por um segundo lugar e um por cada terceiro lugar. Ao chegar ao total de seis pontos, perdem esses benefícios na temporada seguinte.
Quando um construtor não conquista um único ponto de concessão numa temporada, todos os pilotos que usem motos dessa marca no ano seguinte beneficiarão das regras de concessão.