Considerada como a rainha das maxitrails, a GS elevou a BMW Motorrad para patamares de popularidade (e números de vendas!) nunca antes vistos. E numa época do motociclismo em que os clientes continuam a procurar as trails, e onde os fabricantes rivais apostam forte, a BMW Motorrad não podia ficar parada e ver a sua “best-seller” perder a liderança sem dar uma reposta à altura. Por isso, renovaram o modelo, e hoje, 28 de setembro, a fábrica da marca em Berlim foi o cenário para a revelação mundial da nova R 1300 GS.
Naturalmente orgulhoso do trabalho realizado por toda a equipa que ao longo dos últimos meses trabalhou nesta nova geração da BMW R 1300 GS, Thilo Fuchs, responsável máximo pelos motores Boxer arrefecidos a água, faz questão de realçar alguns dos pontos em destaque nesta novidade:
“Com a nova R 1300 GS vamos, mais uma vez, apanhar a concorrência de surpresa. Com um novo motor, maneabilidade fantástica e qualidades dinâmicas impressionantes, vai marcar o ritmo tanto em estrada como em off road”.
Com uma história que se prolonga à mais de quatro décadas e começou com a R 80 G/S, a nova R 1300 GS hoje apresentada oficialmente ao mundo aposta num motor Boxer profundamente renovado.
Com um design mais compacto graças ao posicionamento da caixa de velocidades por debaixo do bloco de dois cilindros, mas também ao reposicionamento das árvores de cames, o bicilíndrico que encontramos agora na maxitrail alemã disponibiliza 145 cv às 7.750 rpm e um binário máximo de 149 Nm às 6.500 rpm. O “redline” deste novo motor bicilíndrico é atingido às 9.000 rpm.
Trata-se assim do motor Boxer mais potente alguma vez produzido pela BMW Motorrad para uma moto de produção em série.
Refira-se que a cilindrada cresceu para os 1300 cc. O aumento da cilindrada para os precisos 1300 cc é conseguido graças ao aumento do diâmetro dos cilindros para 106,5 mm, mas também com recurso a uma nova cambota que reduziu o curso para os 73 mm.
A entrega de grande parte da potência, mas, principalmente do binário gerado pelo motor Boxer da nova R 1300 GS acontece nos médios regimes. De acordo com a marca alemã, entre as 3.600 rpm e as 7.800 rpm o binário é constante, fixando-se nos 130 Nm nestes regimes, e permitindo assim ao condutor usufruir de uma reposta mais enérgica precisamente nos regimes onde essa performance é mais necessária, principalmente quando a moto está carregada com dois ocupantes e malas cheias de equipamento.
O sistema de refrigeração mantém o “mix” de arrefecimento por ar / líquido, e um valioso sensor de detonação ajuda a R 1300 GS a garantir uma eficácia máxima de queima de gasolina e um comportamento ainda mais suave.
Claro que o sistema ShiftCam não poderia faltar, e assim a nova R 1300 GS conta com um motor capaz de apresentar diferentes parametrizações ao nível do curso das válvulas e tempo de abertura das mesmas, no lado da admissão. Dependendo de uma série de parâmetros pré-definidos, o motor usa uma geometria de cames específica, o que garante uma resposta sempre pronta aos impulsos no acelerador, mas também um consumo menor de combustível.
Por falar em consumos, a BMW Motorrad afirma que apesar de mais potente do que a geração anterior, o novo motor Boxer de 1300 cc consegue apresentar consumos muito aproximados aos da R 1250 GS, revelando assim a excelência do trabalho feito pelos engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento do novo motor.
A caixa de seis velocidades, conforme já referimos, está agora posicionada por debaixo do motor em vez de ficar atrás. Isto permitiu à BMW Motorrad encurtar o comprimento do conjunto motor / transmissão, sem esquecer a otimização da distribuição de pesos, permitindo à R 1300 GS oferecer maior equilíbrio em termos dinâmicos.
O trabalho de renovação do motor Boxer desta maxitrail permitiu à marca alemã anunciar uma redução de peso do bloco de motor completo e transmissão que chega aos 6,5 kg. Isto permitiu, por outro lado, e em conjunto com outros componentes mais leves, reduzir o peso do conjunto em 12 kg quando comparamos a R 1300 GS com a geração anterior.
A nível mecânico podemos ainda destacar a transmissão por cardã, agora com ligações maiores, mais resistentes, enquanto a caixa de velocidades apresenta um novo sensor que, aliado ao sistema Shift Assistant Pro (opcional), permite ao condutor desta maxitrail usufruir de trocas de caixa mais precisas e ainda mais suaves.
No capítulo da ciclística, Jochen Beck, responsável pelo projeto da nova R 1300 GS dentro da BMW Motorrad, faz questão de realçar que a marca alemã decidiu seguir um rumo oposto ao até agora definido. Nomeadamente na redução de dimensões das estruturas e componentes da maxitrail.
Isto foi possível graças à utilização de novos processos de produção de componentes específicos, como por exemplo o quadro principal em folha de aço, mais compacto, mais rígido do que o quadro da R 1250 GS, enquanto na traseira encontramos instalado na R 1300 GS um subquadro fabricado em alumínio fundido e que substitui a estrutura tubular em aço.
A opção por este novo subquadro permite alcançar patamares superiores de rigidez estrutural, otimizando o comportamento dinâmico de uma moto que pesa agora 237 kg a cheio. Mas também garantiu que os designers têm maior liberdade para conseguir desenhar uma traseira mais esguia e de linhas desportivas que ajudam a aumentar a sensação dinâmica desta maxitrail.
Ao nível das suspensões, a BMW Motorrad avança para um novo mundo, ou melhor, mundos. Neste caso estamos perante a utilização do novo sistema Evo Telelever com elemento flexível à frente, e Evo Paralever na traseira.
O Evo Telelever combina as características do sistema Telelever usado nos modelos mais desportivos onde já apareceu – R 1200 S ou HP2 Sport – e também do sistema usado nas GS. O sistema está fortemente fixo às bainhas enquanto a ligação ao guiador foi desenhada de forma a evitar quaisquer outras forças a não ser a transmissão das forças inerentes à direção da R 1300 GS.
Isto traduz-se numa melhoria, de acordo com a BMW Motorrad, ao nível da precisão da direção e todo um comportamento mais estável numa moto concebida para percorrer muitos quilómetros em pisos de asfalto ou fora de estrada, e com peso extra derivado das malas carregadas e passageiro.
Opcionalmente, o proprietário da R 1300 GS poderá optar pela instalação do sistema de suspensões eletrónicas DSA – Dynamic Suspension Adjustment, se pretender um patamar de eficácia superior às suspensões convencionais de série.
Neste caso estamos perante uma evolução do sistema eletrónico anterior, o bem conhecido Dynamic ESA. O novo DSA disponível para a nova geração R 1300 GS permite ajustar o amortecimento dinâmico à frente e atrás, com o correspondente ajuste na dureza das molas. Este sistema está ligado diretamente a cada modo de condução, mas também às condições de condução e a manobras específicas.
Nas suspensões podemos também referir o sistema opcional de controlo adaptativo da altura, ou ainda a possibilidade de combinar tudo isto com o pacote de suspensões desportivas.
No primeiro caso estamos perante um sistema que automaticamente ajusta a altura da moto quando a R 1300 GS está parada ou circula a baixa velocidade. O assento passa dos 850 mm de altura para os 820 mm. O condutor poderá optar por diferentes modos de funcionamento do controlo adaptativo da altura.
No segundo caso, a R 1300 GS com as suspensões desportivas ganha maior curso para as rodas dianteira e traseira (20 mm a mais), mas também apresenta afinações de suspensões específicas para suportar uma condução mais exigente e até dinâmica, de forma a que o condutor consiga extrair do conjunto todo o seu potencial.
Na travagem, uma componente sempre muito importante em termos dinâmicos, mas principalmente de segurança, a BMW Motorrad opta por instalar de série na nova R 1300 GS os sistemas ABS Pro Integral e Controlo Dinâmico da Travagem.
O ABS Pro Integral significa que o condutor, ao acionar a manete de travão, estará a ativar o sistema de travagem em ambos os eixos em simultâneo. O mesmo acontece agora quando o pedal de travão é acionado, sendo de destacar que o sistema de ABS inclui parâmetros otimizados para uso em estrada ou fora dela.
Para ajudar a R 1300 GS a reduzir ainda mais as distâncias de travagem, a BMW Motorrad instala ainda o Controlo Dinâmico de Travagem. O sistema intervém em situações de travagem mais forte, ou de emergência, cortando impulsos inadvertidos de acelerador e ajudando assim a diminuir a distância de travagem. Diga-se, porque é importante em termos de segurança, que nos momentos de travagem de emergência a luz de travão dinâmica irá alertar outros veículos para uma possível situação e emergência, mitigando os impactos traseiros.
Agora que ficámos a conhecer a grande maioria dos componentes mecânicos da ciclística, entramos no cada vez mais fundamental pacote eletrónico.
As maxitrails modernas estão “carregadas” de opções eletrónicas que permitem aos condutores ajustar o comportamento da moto às mais diversas situações ou necessidades e gostos pessoais. A este nível a BMW R 1300 GS não foge à regra.
Os modos de condução de série são quatro (antigamente três). Neste caso falamos dos modos Rain e Road que se adaptam à maioria das condições de utilização, o modo Eco em que o sistema ShiftCam está parametrizado para maximizar a autonomia, ou ainda o modo mais aventureiro denominado de Enduro, perfeito para percursos fora de estrada. Opcionalmente, a R 1300 GS poderá contar com os modos de condução Pro: Dynamic, Dynamic Pro e Enduro Pro, os dois últimos com mais possibilidades de ajustes individuais.
Refira-se que o sistema de controlo do efeito travão-motor é incluído de série, funcionando de forma diferente de acordo com o modo de condução selecionado.
Continuando nas ajudas eletrónicas, e esta uma ajuda bem-vinda por todos aqueles que têm de viajar com passageiro e equipamento (mais peso), a R 1300 GS conta de série com assistente de arranque em plano inclinado. O Cruise Control Dinâmico é de série, sendo possível aumentar o nível eletrónico com o pacote opcional Riding Assistant.
Neste caso a moto passa a contar com Cruise Control Ativo que ajusta automaticamente a distância em relação ao veículo da frente, aviso de colisão frontal com intervenção nos travões para reduzir a possibilidade de impacto, e assistente à mudança de via de rodagem que usa radar traseiro para monitorizar a posição de veículos no ângulo morto do condutor, avisando por sinais luminosos nos espelhos da presença de veículos em caso de mudança de via de rodagem.
Por fim, temos de referir que de série esta moto conta também com monitorização da pressão dos pneus, punhos aquecidos, sistema de chave “keyless”, ou ainda o painel de instrumentos que é um ecrã TFT de 6,5 polegadas, a cores, de alta definição com diferentes temas de visualização de informações, e que possibilita a conectividade com smartphone e app BMW Motorrad Connected para funcionalidades adicionais na palma da mão.
Por último, temos de abordar o design e também as diferentes variantes disponíveis nesta nova geração da BMW R 1300 GS.
No design, a marca alemã opta por seguir um caminho mais agressivo, mais desportivo e irreverente. O elemento fundamental nesta imagem redesenhada é o bico frontal com uma ótica que apresenta luzes diurnas em forma de X, sendo que integradas na ótica encontramos as luzes de médios e máximos. Os intermitentes estão integrados nas proteções de mãos.
Opcionalmente a iluminação da R 1300 GS poderá ser melhorada com a instalação do Headlight Pro, que desbloqueia a iluminação em curva, permitindo assim conduzir de forma mais segura em momentos em que a iluminação ambiente é bastante reduzida.
Falamos agora das variantes disponíveis.
A versão base R 1300 GS é a opção para aqueles motociclistas que se focam no essencial. O assento está posicionado a 850 mm de altura do solo.
A variante Triple Black, a mais popular entre os motociclistas que adquiriram as anteriores gerações da maxitrail GS, regressa com um esquema de cores onde o preto é fundamental e as jantes em liga leve contam com um design exclusivo. Ao nível do equipamento, a R 1300 GS Triple Black inclui assento e poisa-pés Comfort, descanso central, para-brisas alto ajustável eletricamente e defletores de vento.
A variante R 1300 GS Trophy será a proposta ideal para os especialistas em “off road”.
A pintura Racingblue metalizada indica que estamos perante uma moto de “competição”, para além de diferentes e exclusivos grafismos e cores usadas noutros componentes da GS Trophy. O assento Sport deixa o condutor sentado a 870 mm de altura do solo, as jantes são de raios (opcionalmente em dourado), e um conjunto de acessórios opcionais de proteção mostram que esta R 1300 GS Trophy foi concebida para enfrentar os percursos mais desafiantes.
Por último temos a quarta variante denominada de R 1300 GS Option 719 Tramuntana.
É a opção para os motociclistas aventureiros que procuram exclusividade. Combina jantes de raios em dourado com quadro, subquadro, motor e transmissão em preto. O guiador é em anodizado em dourado. A cor Aurelius Green metalizado é usada nas laterais e guarda-lamas dianteiro, enquanto a secção central é em preto Luxor e cinzento.
Quanto a preços, ainda não temos acesso aos valores que serão praticados no mercado nacional.
No entanto, e em conversa com os responsáveis alemães da BMW Motorrad durante a apresentação da nova R 1300 GS na fábrica em Berlim, a Revista MotoJornal foi informada que, em média, o preço de cada variante deverá ser 1000 euros superior em relação à geração anterior.
No entanto convém não esquecer que esta informação terá ainda de ser confirmada pela BMW Motorrad Portugal, algo que deverá acontecer em breve, e que por isso convém que fique atento a www.motojornal.pt para estar a par dessa atualização a este artigo. A não perder!