Bol d’Or 2022 – Entrevista exclusiva a Pedro Nuno

O piloto português está de regresso ao Mundial de Resistência. Veja aqui a entrevista exclusiva da revista MotoJornal ao Pedro Nuno antes do Bol d’Or.

pedro nuno

Um ano depois da sua estreia no Mundial de Resistência FIM, o português Pedro Nuno volta a merecer a confiança da equipa francesa Slider Endurance que compete na categoria Superstock. E a revista MotoJornal avançou primeiro com esta novidade, publicando os primeiros detalhes desta terceira prova do Pedro Nuno na resistência.

A Yamaha R1 #119 voltará a ter Pedro Nuno como um dos três pilotos da equipa. Esta será a terceira corrida de resistência para o piloto português, e logo no centenário do Bol d’Or.

O circuito Paul Ricard será o cenário para o que se espera que venha a ser um fim de semana de glória para o FIM WEC, campeonato que aqui chega ao fim da sua temporada e onde muitas equipas ainda podem chegar ao título na categoria principal EWC.

Mas as nossas atenções estarão particularmente centradas na prestação do piloto português, que já a caminho de França e antes de se juntar à equipa Slider Endurance para um dia de testes antes do Bol d’Or 2022, concedeu uma entrevista exclusiva à revista MotoJornal onde aborda não apenas o futuro imediato na prova francesa, como também deixa em aberto outras possibilidades para o próximo ano.

Leia abaixo a entrevista exclusiva da revista MotoJornal ao Pedro Nuno

pedro nunoMotoJornal – Como é que te sentes antes desta terceira corrida no Mundial de Resistência?

Pedro Nuno – Sinto-me bem, sinto que estou com uma preparação muito melhor, até por causa das duas corridas de 24 horas que eu já fiz. Isso dá-me uma bagagem muito importante para eu encarar esta corrida do Bol d’Or, encarando esta corrida de forma diferente. Portanto sim, sinto-me melhor preparado.

MotoJornal – Estás ansioso?

Pedro Nuno – Ansioso não. Sei para o que é que vou. Simplesmente estou melhor preparado para a corrida.

MotoJornal – A equipa Slider Endurance continua a apostar em ti. Isso quer dizer que no futuro poderás ser mais do que um piloto convidado? Ou poderias assumir um papel de piloto a tempo inteiro?

Pedro Nuno – Este campeonato num futuro próximo poderá ser ótimo para complementar outro. Ainda está em cima da mesa muitas coisas para o próximo ano, e este campeonato é uma dessas coisas. Portanto sim, quem sabe se conseguirei estar aqui a tempo inteiro. Esse é um objetivo.

pedro nunoMotoJornal – Há um ano fizeste a tua estreia aqui no Bol d’Or. Estiveste em bom plano, mas infelizmente desistiram. Para este ano a experiência do ano passado vai permitir encarar os treinos e corrida de outra forma?

Pedro Nuno – Como no ano passado fiz aqui a minha primeira corrida no Mundial de Resistência, isso faz com que eu chegue este ano já aos testes antes do fim de semana de forma diferente. Como já conheço a pista estes testes vão ser focados principalmente na afinação da moto, até porque no ano passado eu competi com os Michelin e agora a marca obrigatória é Dunlop. Por isso vou focar-me mais no lado da moto, o que é muito bom pois vai permitir ter um ritmo mais rápido e mais confortável.

MotoJornal – Gostas do circuito? E o que achaste do ambiente que se vive no paddock da resistência em comparação com outros paddock em que já estiveste?

Pedro Nuno – Para mim este circuito é lindo! É um dos melhores circuitos que existem, na minha opinião não tem comparação com nenhum outro circuito na Europa. Tem uma parte técnica totalmente diferente, super rápido, e não se compara mesmo com nenhum outro. Em relação ao paddock, é um ambiente muito mais familiar, onde se vive muito mais o espírito de equipa, porque para além de ser um desporto individual como somos três na moto existe obrigatoriamente muito mais espírito de equipa. É tudo muito mais amigável, até porque numa corrida de 24 horas como não é aquela décima de segundo que faz a diferença, mas sim o trabalho dos pilotos e equipa ao longo das 24 horas, então existe muito mais partilha de ajuda, mais cooperação. E isso agrada-me porque os pilotos também são mais valorizados.

MotoJornal – Não tens feito corridas de um campeonato. E isso é sempre mau em termos de ritmo. Como é que tens preparado este Bol d’Or?

Pedro Nuno – É óbvio que não estar a tempo inteiro num campeonato que isso prejudica. Não só em termos de ritmo, mas em tudo. Mas eu preparei esta corrida com um bom treino físico, com ajuda do preparador que é o Miguel Silva e do Bruno Jorge da Federação de Motociclismo de Portugal, tenho treinado muito pit bike com os meus amigos, e isso tem sido a base do meu treino.

MotoJornal – Quais são as expectativas para esta corrida? Pódio na classe? Já falaste com a equipa sobre isso?

Pedro Nuno – Para esta corrida a equipa decidiu trocar todos os pilotos, e eu ainda não os conheço. Mas sendo eu o mais rápido do trio, consigo gerir o meu stint conforme o meu cansaço. Tento sempre andar muito rápido, mas a poupar algumas décimas aqui e ali, pois essas décimas que me poupo ao longo da corrida vão transformar-se em cansaço que eu não irei ter no final da prova. Vai permitir estar mais focado nos últimos stints, que é onde o cansaço leva a mais erros, e obviamente os segundos que eu sou mais rápido vão deixar-me mais confortável para fazer essa gestão.

pedro nunoFique atento a www.motojornal.pt pois ao longo dos próximos dias vamos acompanhar de perto todas as incidências do Bol d’Or, prova final do Mundial de Resistência FIM 2022, com especial foco nos resultados do piloto português Pedro Nuno. A não perder!