O Campeonato Nacional de Velocidade, também conhecido como CNV Moto, voltou à ação no passado fim de semana para cumprir a segunda ronda da temporada 2024. Esta segunda ronda levou mais uma vez o paddock ao circuito do Estoril, que já tinha sido palco da abertura do campeonato. Um fim de semana de grandes emoções em pista e uma enorme festa no paddock, que nem a chuva que decidiu aparecer conseguiu estragar.
A chuva tornou-se por isso num dos protagonistas desta ronda Estoril II do CNV Moto 2024, prova disputada sob a égide da Federação de Motociclismo de Portugal e com organização a cargo do Motor Clube do Estoril.
Apareceu logo pela manhã de sábado, e foi deixando o asfalto do traçado perto da Serra de Sintra sempre molhado, obrigando os pilotos e equipas das diversas categorias a trabalhos reforçados no que diz respeito à afinação das motos.
Com o adiamento da 1ª corrida da categoria Naked Bikes / TLC para o dia seguinte, em virtude de uma questão de ordem técnica, foram os pilotos das 85GP/Moto4 e MIR Moto 5 a abrir a contenda.
Alexandre Cabá (Beon), uma vez mais o único presente em Moto4, venceu com grande à-vontade, enquanto Henrique Vicente e Lourenço Vicente disputavam a primazia entre as MIR Moto5. Um grande duelo com vantagem final para Henrique Vicente pela ínfima margem de 0,047s. Seguiram-se Tomás Carneiro, João Freire, Carolina Azevedo e Lara Pinto.
Na Copa Dunlop Motoval, Rafael Ribeiro (Yamaha) vencia a geral e a classe 2, mantendo-se invicto, após uma boa luta com Rui Palma (BMW Motorrad), novamente segundo, agora na frente da Ducati Panigale V2 de Leungo Gaorekwe, sendo este também o pódio da classe.
Em 4º lugar da geral, Afonso Sousa (Kawasaki) vencia a classe 1 à frente de Wagner Pederneira (Kawasaki) e Vítor Silva (Honda).
Chegava então a vez da corrida que agrupava as Superbike com as Superstock 600, com Ricardo Lopes (Honda CBR1000RR Fireblade) a sair na frente, seguido das Yamaha ‘seiscentos’ de Gonçalo Ribeiro e Martim Marco.
Nota para a estreia nesta corrida de Tomás Alonso nas STK600 (apenas no sábado), ele que iria alinhar também, como habitualmente, em SSP300.
Na frente, Ricardo Lopes comandava, mas, atrás de si, Ruben Macuá (Yamaha R1) passou as R6 e subiu ao 2º posto, recuperando até terminar a somente 0,239s do líder incontestado na bandeirada de xadrez.
Gonçalo Ribeiro não conseguia acompanhar o ritmo dos dois primeiros e rodava um pouco mais atrás, conseguindo assegurar o 3º posto, que lhe permitiu garantir então a terceira vitória do ano nas STK600. Rodrigo Valente (4º) e Isaac Rosa (6º) completaram o pódio das STK600, com Miguel Romão (5º) a ser 3º nas SBK.
Finalmente, em Supersport 300 / Pré-Moto3, viveu-se uma grande discussão a três entre Dinis Borges, Martim Jesus e Tomás Alonso, todos em Kawasaki Ninja 400, com Borges a vencer por apenas meio segundo sobre Jesus e Alonso, estes últimos separados por somente duas milésimas, com vantagem para Martim Jesus.
Vasco Fonseca (Beon), Tiago Martins (Beon) e Tiago João (Motochanics) compunham o pódio de Pré-Moto3.
No domingo as nuvens permaneceram ameaçadoras, mas a chuva esteve arredada do Circuito do Estoril, com mais público a chegar para o espetáculo e para o evento que se realizava no paddock, o Paddock MotoFest. Recordamos que esta foi a primeira edição desta iniciativa, que levou mais adeptos ao circuito do Estoril e permitiu às marcas estarem mais próximo dos motociclistas.
O Paddock MotoFest, de acordo com os seus organizadores, promete regressar na próxima visita do CNV Moto ao circuito do Estoril, sendo certo que, de acordo com as primeiras informações, o formato do Paddock MotoFest, pese embora se venha a manter inalterado, vai sofrer uma evolução de forma a tornar-se ainda mais atrativo para todos os envolvidos.
As corridas do Campeonato Nacional de Naked Bikes realizaram-se ambas no domingo, com a primeira a abrir o programa e a resultado numa enorme batalha em pista entre a BMW S 1000 R da classe NB1 pilotada por Duarte Amaral e a Triumph Street Triple 765 RS da classe NB2 de Frédéric Bottoglieri.
A vitória de Duarte Amaral foi arrancada mesmo em cima da meta e apenas confirmada no “photo-finish”. A decisão final mostrou que a vitória foi arrancada pela ‘microscópica’ vantagem de 1 milésima de segundo!
Luís Franco (BMW S 1000 R) foi o terceiro, mas a quase meio minuto dos dois primeiros que imprimiram um ritmo endiabrado nesta primeira corrida do Campeonato Nacional de Naked Bikes.
A segunda corrida das Naked teve um final semelhante, mas desta feita com Duarte Amaral a bater Bottoglieri por 0,2s e Ricardo Almeida (BMW S 1000 R) a fechar o pódio. Fernando Mercier (Suzuki) voltou a ser o único inscrito no Troféu Luís Carreira, mas apenas realizou a primeira corrida, que viria a abandonar.
Na segunda corrida das 85GP / Moto4 e MIR Moto5, o vencedor do dia anterior Alexandre Cabá repetiu a exibição da véspera, vencendo com ampla vantagem, enquanto, entre as MIR Moto5, Lourenço Vicente desta vez triunfou com autoridade, relegando Henrique Vicente para o 3º lugar da geral e 2º da classe MIR Moto5, à frente de Tomás Carneiro.
Na Copa Dunlop Motoval, Rafael Ribeiro, num patamar de performance que se está a revelar demolidor para os seus adversários, conseguiu nesta ronda Estoril II mais uma ‘dobradinha’ e assinou assim o quarto triunfo da época em outras tantas corridas. Rafael Ribeiro está imbatível aos comandos da sua Yamaha R1!
Leungo Gaorekwe e Alexandre Suati completaram o pódio da geral e da classe 2 da Copa Dunlop Motoval. Na classe 1, vitória para Ricardo Rodrigues (Yamaha), seguido de Wagner Pederneira (Kawasaki) e Manuel Teixeira (Kawasaki).
Na segunda corrida que voltou a colocar em pista em simultâneo as motos de Superbike STK600, assistiu-se a nova luta entre Ruben Macuá, que desta feita assinou um grande arranque, e Ricardo Lopes.
Na antepenúltima volta, um erro de Ricardo Lopes deixou Macuá isolado rumo à vitória. O piloto da Honda e vencedor da corrida 1 no sábado viria mesmo a perder também o 2º posto da geral para Gonçalo Ribeiro, que por sua vez voltou a vencer entre os pilotos das ‘seiscentos’. Refira-se que nas Superbike o pódio ficou fechado com a presença de Miguel Romão.
Já o pódio completo da classe STK600 voltou a ter então Gonçalo Ribeiro no degrau mais alto, com Rodrigo Valente – piloto apoiado pela Revista Motojornal – a ser segundo classificado novamente, enquanto o degrau mais baixo do pódio registou uma troca de posições em relação ao que vimos na primeira corrida.
Martim Marco, desta feita, conseguiu mesmo chegar ao pódio. Tendo rodado em 2º bastante tempo, o jovem de 15 anos viria a perder essa posição quando no final da reta do Estoril a sua moto ficou em ‘ponto-morto’. Ainda assim, um resultado assinalável para este jovem piloto.
Finalmente, na corrida reservada às SSP300 e Pré-Moto3, Tomás Alonso, que tem vindo a brilhar com pódios no campeonato espanhol ESBK e recentemente esteve também presente no campeonato italiano CIV, puxou dos galões para vencer com 0,7s de vantagem sobre Dinis Borges, enquanto o espanhol Daniel Miralles conseguiu subir ao lugar mais baixo do pódio.
Vasco Fonseca, Tiago Martins e Frederico Guimarães terminaram esta corrida no pódio de Pré-Moto3, por esta ordem.
Depois da segunda corrida de Naked Bikes, que já referimos e fechava o programa desta ronda Estoril II, faltava ainda a ‘cereja no topo do bolo’ para este fim de semana de corridas: a parada de motos inserida no programa do Paddock MotoFest.
Durante três voltas, atrás de um carro de serviço, um longo cortejo de motociclistas percorreu o traçado do Estoril, terminando em grande este evento que será repetido em setembro, quando da terceira visita do CNV ao Circuito do Estoril.
A demonstração de que quando existem iniciativas organizadas, os motociclistas portugueses dizem ‘Presente!’ e vão às corridas.
Agora o CNV Moto terá uma paragem um pouco mais prolongada. A terceira prova do Campeonato Nacional de Velocidade 2024 tem lugar a 20 e 21 de julho no Autódromo Internacional do Algarve.
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