O Campeonato Nacional de Velocidade marcou o regresso ao Circuito do Estoril depois de duas rondas consecutivas no Autódromo Internacional do Algarve. Num fim‑de‑semana quente onde o vento não ajudou à estabilidade das motos em alguns momentos, foi também com uma excelente moldura humana que pilotos e equipas se empenharam para discutir os melhores lugares das classificações finais.
Num ano de elevada competitividade a grelha de partida das Superbike foi liderada por Tiago Magalhães que assinou na qualificação uma melhor volta em 1m41.933s para ocupar a ‘pole’ face aos restantes 18 pilotos que com ele dividiram a pista. O ex-campeão nacional foi o único a conseguir um tempo na casa do segundo 41 para deixar o líder do campeonato, Ivo Lopes, em segundo e André Pires na terceira posição. Pedro Nuno foi forçado a partir da última posição da grelha depois de penalizado.
Com 15 voltas em agenda a primeira corrida foi ganha por Ivo Lopes que depois de sair da segunda posição rapidamente assumiu o comando da corrida com alguma vantagem face aos adversários. Pedro Nuno cerrou os dentes e protagonizou uma fantástica recuperação que o levou até ao segundo posto final a pouco mais de cinco segundos de Ivo Lopes e na frente de Tiago Magalhães, que subiu ao degrau mais baixo do pódio deixando Rui Reigoto e Rui Marto atrás de si. Ivo Lopes assinava assim a sua sexta vitória consecutiva, com Pedro Nuno a assegurar a sua terceira presença no degrau intermédio de pódio.
A segunda corrida teve uma classificação final exactamente igual, com os cinco primeiros a ocuparem precisamente as mesmas posições. Ivo Lopes venceu pela sétima vez consecutiva e dilatou a sua vantagem no campeonato 32,5 pontos, situação de conforto que poderá permitir ao actual campeão renovar o título máximo da velocidade lusa já na próxima ronda do campeonato a realizar de novo no Estoril após o período estival. Matematicamente os sete primeiros ainda podem chegar ao primeiro posto do campeonato, mas realisticamente – e em condições normais – apenas Pedro Nuno pode ainda ver uma ‘luz ao fundo do tunel’ mesmo sendo esta cada vez mais fraca. Tiago Magalhães reforçou igualmente o degrau mais baixo do pódio.
Vencedor em todas as corridas anteriormente realizadas na classe Pré-Moto3 Kiko Maria voltou a mostrar sua rapidez nos treinos ao ser o mais rápido e depois de arrancar na ‘pole’ parecia ser sua a ‘história’ de mais uma vitória no campeonato. Mas uma queda deixou-o fora da luta e foi Marco Dias quem subiu ao degrau mais alto do pódio, ele que fez a sua estreia no campeonato. Daniel Bento foi o segundo na frente de Nuno Ribeiro e ao terminar em sexto Kiko Maria somou ainda preciosos dez pontos que podem valer o título já na próxima prova onde lhe bastará apenas pontuar para ‘agarrar’ o seu primeiro título nacional.
Nas Supersport 300 foi Angel Dominguez quem venceu – foi o primeiro na classificação conjunta de ambas as classes igualmente – na frente de Vasco Esturrado e Miguel Santiago. O campeonato continua a ser liderado por Tomás Alonso que depois de não alinhar no Estoril com um problema técnico na sua moto segura ainda nove preciosos pontos de vantagem numa tabela classificativa onde figuram três vencedores distintos em 2019.
Nuno Ribeiro foi o mais rápido nos treinos para a grelha que juntou as 85cc/Moto4 e MIR Moto5, estas últimas as máquinas que integram a Classe 2 do Velocidade 2020. Com 14 voltas de corrida seria Nuno Ribeiro o vencedor nas 85/Moto4 e Ivan Hernandez o melhor nas MIR Moto5, classe que no próximo Domingo estará em Baltar para mais uma ronda do seu campeonato dividido pelo CNV e Velocidade 2020.
Com 23 pilotos ao longo da mesma a grelha de partida mais preenchida foi como é hábito aquela que junta os pilotos do Troféu ENI – Luis Carreira e o cada vez mais numero pelotão da Kawasaki ZCup. Com duas corridas em agenda como é hábito – com uma dezena de voltas para cada uma delas – os vencedores na primeira batalha foram João Curva na classe Open, Ricardo Almeida na SBK, João Vieira na Sport e Hélder Correia nas SS. Nas contas da ZCup foi o espanhol Abian Romero o vencedor num contingente de 11 máquinas integradas neste monomarca. Na segunda corrida, realizada como é hábito ao Domingo, foram precisamente os mesmos pilotos que subiram ao degrau mais alto do pódio no final da dezena de voltas realizadas.
Nota de destaque no pelotão do Troféu ENI – Taça Luis Carreira para a presença de Pedro Flores que mais uma vez angariou fundos para a Operação Nariz Vermelho. Uma acção já habitual por parte do piloto de Sintra e que encontra sempre muito apoio e carinho entre pilotos, equipas e elementos do Motor Clube do Estoril, em especial os comissários que rapidamente esgotam os ‘narizes vermelhos’ com os fundos recolhidos a serem depois entregues á associação.
Com 22 pilotos em pista as corridas da Copa Dunlop Motoval foram mais uma vez animadas e no primeiro duelo quem levou a melhor na classe 1 após as 10 voltas realizadas foi Jaime Coelho, cabendo a Tiago Cleto a vitória na classe 2, posições que repetiram no dia seguinte no final da segunda corrida para este animado troféu.