Contacto BMW R1250R

Este é daqueles modelos que passam desapercebidos no mercado, até que um dia temos a oportunidade de rodar aos seus comandos. A partir desse dia, tudo muda. Esta nova versão da R1250R acentua esse sentimento, pois a par de uma imagem compacta e musculada, temos agora um boxer poderoso e irrequieto! Sim, continua a ser uma das melhores motos da BMW!

Domingos Janeiro • Fotos Bruno Ribeiro –

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Rebelde e desportiva

Basta um primeiro olhar para vermos que a R1250R está diferente. Bastante diferente. Exibe agora um aspecto mais rebelde e musculado, com uma largura de impor respeito na frente, com natural destaque para o boxer, que mantém o protagonismo. Mas a estética está bastante diferente, passou a aproximar-se mais do estilo ousado e provocante das streetfighter, abandonando os traços mais conservadores. Na frente, destaque para a nova óptica e pequeno ecrã, para o generoso radiador e tampas laterais, as entradas de ar de grandes dimensões laterais e depois, toda a imponência e esplendor do motor de dois cilindros.

O modelo que tivemos disponível para teste, vinha equipado com praticamente todos os acessórios que é possível montar neste modelo (ver caixa), como, por exemplo as suspensões de ajuste electrónico. A grande vantagem do Dynamic ESA é precisamente a facilidade que temos em explorar o comportamento da suspensão nos diferentes tipos de utilização, com a vantagem de termos um modo de ajuste automático, onde a moto faz a gestão por ela própria do amortecimento, consoante a leitura que faz das condições onde se encontra a rolar. No que a travagem diz respeito, os generosos discos dianteiros com pinças radiais Brembo, apresentam um tacto inicial demasiado brusco, mas potência é coisa que não lhes falta.

Atrás, o tacto é normal, mas ao pisarmos com mais força, notamos o ABS a barafustar. A posição de condução é confortável, mas desportiva, com o nosso corpo a ter tendência em cair sobre o depósito de 18 litros, colocando ainda mais peso sobre a frente, o que acaba por benefi ciar o comportamento, principalmente em estradas mais reviradas, com uma frende fácil de colocar e muito incisiva. No entanto, e mesmo equipada com os Michelin Pilot Road 4, cujo funcionamento é muito franco e sério, quando exigimos muito do conjunto, notamos a roda traseira a escorregar, com avisos prévios e com o controlo de tracção a dar-nos alerta.

O monobraço traseiro confere-lhe um aspecto muito moderno e agressivo, acompanhando na perfeição as novas linhas da ótica e secção traseira. Assento amplo e confortável, com o arco das pernas estreito o que faz com que cheguemos com ambos os pés ao chão, para maior conforto e segurança e em momento algum sentimos que os 239 kg de peso a cheio, nos intimidam.

Super-heróis

Aos comandos da nova R1250R sentimo-nos aos comandos de uma super-máquina, digna de um qualquer super-herói. Uma moto que nos coloca um sorriso nos lábios, cada vez que nos acercamos dela.

O sistema de ignição sem chave (opcional) é de um conforto tal que acabamos por nem nos apercebermos realmente do cómodo que é. O escape Akrapovic HP, embala-nos numa melodia em “loop” que não nos cansamos de ouvir e que acaba por se tornar num vício, potenciado pelo sistema de passagem de caixa assistido, o quick shift (opcional), que não prima pelo tacto e que pode ser desactivado. No que toca ao motor, não me canso de afirmar: estamos perante o melhor boxer de sempre! Os 136 cv que passou a ter, estão bem distribuídos por toda a faixa de binário e para termos a noção de quão potente é, a certa altura, rodávamos no modo Rain e nem nos tínhamos apercebido…

O motor de dois cilindros é realmente impressionante e a entrega de potência e binário, sente-se com maior vigor e determinação, em relação à R1250GS, não só pelo menor peso do conjunto, mas também pelas “afinações” diferentes. Se formos em sexta, a baixa velocidade, enrolamos punho, o boxer reclama, por breves instantes, antes de começar a ganhar um vigor impressionante, desde baixa rotação. Muito bom!

Mas não são só rosas, pois devido à configuração do motor, quando adoptamos um estilo de condução mais desportivo, nas passagens de caixa notamos o conjunto desequilibrar por instantes, tanto em recta, como em curva valha-nos o amortecedor de direcção… No que toca a consumos, o valor fixou-se nos quatro litros, aos cem quilómetros, numa utilização mista.

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