Texto Alberto Pires • Fotos Delfina Brochado
Em acção
O trânsito citadino é o ambiente mais difícil para a Adventure, já que as proteções e as malas obrigam a um cuidado especial. É o único momento delicado, de alguma forma mitigado através do acionamento progressivo da embraiagem, do funcionamento suave a baixa rotação do motor e de um raio de viragem de 5,2 metros. Em estrada a MT ganha outra vida. A posição de condução é natural, confortável, e a ergonomia adequada a uma utilização despreocupada. Com o polegar esquerdo podemos optar por um modo de motor “S” ou “E”, mais desportivo ou económico, e o motor sobe de rotação alegremente, mudando a sonoridade para um registo quase desportivo no último terço do seu funcionamento. Os retrovisores têm a parte larga no exterior, oferecem um ajuste progressivo e não vibram.
O assento do condutor molda-se bem ao corpo e é confortável, já o do passageiro podia ser um pouco mais largo e as pegas para as mãos menos recuadas. O painel digital é apelativo e o contraste das informações permite boa leitura, especialmente a informação da velocidade, mas o conta rotações em gomos de 500 rpm, não sendo relevante para a utilização, não nos facilita as contas nas medições. Para quem necessitar de usar um smartphone com GPS, tem disponível uma tomada USB para o alimentar. O motor aguenta rodar sem qualquer vibração a partir das 3.000 rpm, a cerca de 70 km/h, e tem força suficiente para não termos que trocar constantemente de caixa. O seu funcionamento é ainda assim leve e preciso, mas nas reduções agradece que se lhe aconchegue a rotação.
As suspensões funcionam bem e é possível modificar rapidamente o ajuste da dianteira, para mais ou menos pré-carga. Aliviando ganha bastante mais curso, esconde as irregularidades de forma mais eficaz, mas também afunda mais na travagem. Na sétima das dez posições, como estava originalmente, revelou-se o melhor compromisso. Na traseira nem experimentei mudar, tinha tração, não saltava e não descolava nas travagens mais exageradas. Entra nesta equação a qualidade dos Metzeler Roadtec Z8, mas também merece uma boa nota a atuação do ABS, que entra em ação de forma equilibrada mesmo quando é provocado, não se notando que prolongue a distância de travagem. Se a viagem for longa, pode contar com uma iluminação razoável em médios e boa em máximos.