TEXTO RODRIGO CASTRO.
Gauleses na linha da frente
Os números em termos de vendas são o espelho do sucesso da marca gaulesa que continua a ser um caso de sucesso em termos competitivos e desportivos. Com uma política consistente e, acima de tudo, certeira em termos de desenvolvimento do seu produto, a Sherco tem razões para sorrir dado que teve o melhor ano de sempre em termos de vendas alcançando a notável marca de 8.000 unidades produzidas entre modelos de Enduro e Trial.
Não nos podemos esquecer que Sherco é um fabricante europeu de dimensões médias e que neste momento se assume como a terceira marca mais vendida na gama de enduro, batendo-se com fortes concorrentes como é o caso da KTM, Husqvarna, Beta, TM e Gas Gas. Neste campo podemos confirmar que a Sherco tem estado num excelente plano com uma gama cada vez mais alargada, mas concentrada mais em exclusivo em motos de Enduro e Cross Country.
Dois mil e vinte trouxe algumas novidades fruto de um ano intenso em termos de competição, mas também fruto de um trabalho efi ciente por parte da equipa de Investigação e Desenvolvimento de produto. A gama está dividida em diversas cilindradas: três modelos a dois tempos e quatro modelos a quatro tempos. Todos os modelos têm três versões a versão Racing que é versão original equipada com componentes WP em termos de suspensão e menos equipamento.
A versão Factory, sem dúvida a mais interessante de todas tem está equipada com componentes de suspensão KYB da última geração, disco de travão de maiores dimensões da marca Galfer, proteção de cárter AXP, ventoinha de refrigeração nos modelos a 4T, mesas de direcção NEKEN, escape Akrapovic nas 4T, decoração mais agressiva inspirada nos modelos de competição, cremalheira AFAM, bateria de lítio entre outros “mimos” que a Sherco disponibiliza por um ligeiro acréscimo no PVP final. A versão de Cross Country é em tudo idêntica com a exceção de não ter faróis, embora seja possível fazer a instalação, tendo também uns settings de suspensão um pouco mais rijos e consistentes que a versão Factory Racing de Enduro.
As alterações de 2020 centraram-se no factor peso, peso que foi retirado em diversos componentes como na aba de fixação do silenciador da 250 e 300 a 2T que está mais leve 150 g, modelos que também estão equipados com uma nova caixa de lamelas produzida numa borracha mais leve, componente que com esta nova evolução perdeu 270gr enquanto que dentro do motor das 2T a cremalheira da embraiagem perdeu mais 196gr. O trabalho de redução de peso também se estendeu às 4T, 250 e 300, que perdem 400gr no sistema de lubrificação e motor de arranque, enquanto que as motos de maior cilindrada a 450 e 500 emagrecem 600 gr com as mesmas modificações.
Nota para os elementos de suspensão KYB que evoluem em 2020 no amortecedor traseiro que passa a ter um corpo de 50mm mantendo a tripla afinação: extensão, compressão em baixa e alta velocidade e pré-carga da mola. Na frente temos umas bainhas KYB de cartucho fechado com tecnologia AOSS e que foram consideradas como os melhores componentes com tecnologia ar/óleo/molas do mercado ao longo dos últimos tempos.