Contacto – Testámos os Bridgestone Battlax S22 em pista

Capazes de um nível de aderência surpreendente, quer no molhado como em piso seco, os novos Bridgestone Battlax S22 oferecem melhores prestações que os antecessores em todos os níveis, mantendo a já excelente longevidade.

Texto: Marcos Leal.

Em estrada e pista

Para os utilizadores de motos desportivas de estrada, os Battlax S21 da Bridgestone são pneus que garantem excelentes características numa utilização em estrada e acabam por ter um comportamento bom em pista. A empresa japonesa acaba de apresentar a evolução destes, os Battlax S22. Este são pneus que não substituem os S21, mas colocam-se acima destes na gama, oferecendo melhores características em todos os campos, sendo marcante as melhorias de aderência em piso seco.

Face ao modelo que o antecede, o S22 oferece uma melhoria nas prestações em todas as situações, destacando-se a aderência em seco.

Mas a Bridgestone tinha objectivos bem ambiciosos para o desenvolvimento do S22, como a melhoria da aderência em piso molhado, garantir um melhor tacto e passagem de informação, mais maneabilidade e velocidade em curva e manter ou melhorar a durabilidade e desgaste do pneu. Para atingirem estes objectivos, os técnicos da Bridgestone trabalharam é diferentes áreas. No desenho dos sulcos procuraram maior capacidade de drenagem, mantendo o máximo de rigidez de cada bloco. Uma nova estrutura do composto da borracha em termos moleculares e estrutura do piso com 3 e 5 camadas distintas (3LC e 5LC). No que respeita ao desenho dos sulcos no pneu, a área total que este cobrem, tanto na frente como na traseira, aumentou, em especial na zona mais exterior do pneu, no ombro.

Composto refinado

Em pista os Battlax S22 destacaram-se pelas prestações e na confiança que transmitem em seco e molhado.

A construção do pneu dianteiro aposta mais uma vez na utilização de 3 zonas de borracha diferente, mais dura na parte central e macia nas duas zonas laterais para oferecer maior aderência em curva. A construção da carcassa continua a apoiar-se no uso da estrutura Monospiral Belt, que foi optimizado uma vez mais no desenvolvimento do S22.. No pneu traseiro a composição da área de contacto com o piso tem 5 zonas de diferentes borrachas, mais dura no centro e que se torna cada vez mais macia, para as zonas laterais e bordo.

Novo composto da zona central do pneu com uso de moléculas de sílica mais pequenas resultam num contacto de 25% mais deste material com o asfalto.

De destacar que o novo composto de borracha utiliza moléculas de sílica de muito menor tamanho, o material, cerca de 25% mais, em contacto com a estrada a cada momento. Segundo dados da Bridgestone, este novos Battlax S22 conseguem oferecer um aumento da velocidade em curva em 15%, que significa uma melhoria de 1,2% no tempo por volta. Mas a maior diferença nos tempos por volta acaba por ser no molhado, onde os tempos por volta com uma BMW S1000RR na pista de teste da Bridgestone, melhoraram em 5% entre estes pneus e os S21.

 Teste à chuva

Com alguma chuva, o dia que tivemos para testar os Bridgestone Battlax S22 no circuito de Jerez de la Frontera, acabou por ser perfeito pela variedade de condições encontradas ao longo da jornada. A primeira saída para pista fez-se no princípio da manhã, com a pista molhada e algum frio. A confiança da Bridgestone no S22 é tão grande que os levou a permitir-nos, senão mesmo aconselhar-nos, a rodar com o piso em condições muito particulares. Arrancámos primeiro atrás de um dos pilotos da marca com um ritmo que não foi baixo logo à saída das boxes. Ao longo da sessão o ritmo foi aumentando até a uma toada bastante elevada. Dos S22 pouco há a reclamar.

Acima de tudo destaca-se a confiança que transmitem, permitindo que se vá aumentado a rotação do acelerador. A frente comunica bem e garante que ganhemos á-vontade a cada curva que se faz. A primeira moto que usamos foi a GSX-R 1000 R, estava com o controlo de tração no nível 4 e fomos reduzindo até ao 2. Da frente nunca sentimos qualquer indicação de falta de aderência e com um contacto fi rme e que transmite boa informação do que se está a passar com a roda. A meio da manhã a pista fi cou quase seca e a saída fez-se de Kawasaki ZX10R SE.

As alterações feitas aos sulcos dos Battlax S22 visaram melhorar a drenagem da água, aumentar a agilidade de direcção, aumentar o tacto de informação e o controlo no limite de aderência. PNEU DIANTEIRO E TRASEIRO 1- Aumento do rácio do sulco do bordo para o interior 2- Optimização dos ângulos dos sulcos e do seu alinhamento 3- Forma do sulco em 3D para óptima rigidez

As motos são partilhadas entre vários jornalistas e saí sem me preocupar muito de como a electrónica estava programada. Acabei por me encontrar em pista com o controlo de tração desligado, situação que descobri à saída da direita em direcção è recta antes da curva D Pepe. Nesta curva rápida, feita em aceleração, a traseira começou a escorregar mais que o esperado, um escorregar que é muito progressivo, felizmente, fácil de controlar. Esta é uma da melhores características deste Battlax S22, a forma como “comunica” connosco, com reacções suaves.

No seco

Na primeira sessão da tarde a escolha foi para a Kawasaki “636” para explorar as melhorias conseguidas na incisividade da frente e a velocidade de passagem em curva. O pneu dianteiro mostrou-se sempre muito fácil de colocar na trajectória, se bem que na ZX-6R se sentisse um tacto algo “macio” na forma como agarrava, muito provavelmente devido a uma afinação menos firme da forquilha. De qualquer forma conseguimos sempre manter as trajectórias definidas com facilidade, tendo é conta que este é um pneu mais focado no uso em estrada que em pista. Na segunda saída da tarde acabei por andar com a CBR 1000 RR e o pneu mantiveram o mesmo comportamento com excelente aderência e suave nas reações, no tacto e na forma como passam as informações.

A tracção é muita, sempre, mesmo com um pneu que ja apresentava um avançado estado de desgaste, resultado do muito esforço feito ao longo das 15 sessões já decorridas. A última sessão do dia ficou reservada para rodar com a novíssima BMW S1000RR com jantes de carbono montadas. Esta é sem dúvida a moto mais ligeira de pilotar presente neste teste, mesmo frente à ZX6R. Muito fácil e rápida de colocar em curva, permitiu ver a forma precisa como o pneu dianteiro nos permite traçar a trajectória.

Os Bridgestone S22 demonstraram-se sempre à altura do que lhes fomos exigindo, e tivemos mesmo algumas surpresas, considerando que este não é o pneu da gama Bridgestone mais indicado para ser usado de uma forma tão intensa em pista. As suas excelentes reacções no molhado deram-nos uma grande confiança, acreditando que são uma excelente opção para aqueles track-days de inverno em que não há certeza de ter pista totalmente seca. Acreditamos que em estrada todas estas características trabalham para nos dar uma condução muito mais confiante e segura.

 

Novos pneus de aventura

Igualmente novos para este ano são os Battlax AX41 e AX41S, unidades pensadas para um uso mais aventureiro. O Battlax Adventurecross AX41 é o novo pneu da Bridgestone da gama Trail Off – Road. O seu nome Adventurecross dá-nos a indicação da sua orientação, uma mistura do know-how da Bridgestone na gama trail on-road, com a tecnologia Battlax, e o mais recente desenvolvimento do desenho dos “tacos” do piso da gama off -road, dos Batt lecross. Segundo a Bridgestone foi usada a melhor tecnologia aplicada em produtos de estrada e motocross para criar o AX41. Este novo produto adopta um engenhoso desenho do bloco para garantir o bom desempenho em estrada e fora dela, com durabilidade e estabilidade.

O AX41S é a oferta da Bridgestone para o mundo das motos scrambler e café racer e proporciona a combinação perfeita entre design e eficácia. AX41S adopta as tecnologias mais recentes a nível do composto, um derivado directo da gama Bridgestone Sport-Touring, para garanti r todos os desempenhos necessários em estrada, tanto para uma scrambler personalizada graças ao seu desenho e desempenho.

 

Preços