Credores da KTM AG reúnem-se em dezembro, mas em fevereiro é que tudo se decide!

Ficámos a saber novos detalhes da KTM AG. Os credores reúnem-se em dezembro, mas em fevereiro é o momento das decisões!

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A situação de insolvência e reestruturação da KTM AG, que em nada tem a ver com o grupo económico KTM Bike Industries – KTM Fahrrad GmbH, vai conhecendo alterações quase a cada dia que passa.

E na mais recente atualização da situação de emergência em que se encontra a empresa austríaca sobre a liderança de Stefan Pierer e da sua Pierer Mobility AG, ficámos a conhecer novos detalhes sobre qual será o futuro da KTM AG e das suas subsidiárias, incluindo a KTM Racing AG, que gere os projetos desportivos, incluindo o de MotoGP.

A primeira novidade, e que será uma boa notícia, é que a KTM AG continuará a existir!

Quem o diz é o administrador de reestruturação Peter Vogl, que na passada segunda-feira comentou a situação da empresa, e em declarações a diversos meios de comunicação austríacos referiu que “De acordo com as primeiras análises efetuadas”, o negócio da KTM AG vai continuar.

Claro que, para que isso se verifique, na realidade terá de ser colocado em prática um ambicioso plano de reestruturação. Será um plano doloroso para muitos, em particular para os trabalhadores que vão perder os seus empregos. Estima-se que o número total de trabalhadores da KTM AG seja reduzido para apenas 3.700 pessoas.

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O plano de reestruturação não se fica por aí.

Entre outras medidas podemos destacar a paragem da produção completa durante os dois primeiros meses de 2025, uma atualização ao plano inicial que previa apenas uma redução na produção de motos, sendo que, a partir de março de 2025 teremos apenas um turno de produção de motos em vez de dois.

Refira-se que ao longo de 2024 a produção de motos já foi reduzida em 30%.

A intenção com esta medida é permitir que se reduza a quantidade excessiva de motos que estão em armazém e nos concessionários da KTM. As estimativas apontam para que sejam entre 100.000 a 130.000 motos que estão ‘paradas’ à espera de serem vendidas. E isso representa um valor total de 1,4 mil milhões de Euros!

E por falar em Euros, sabe-se também agora que a KTM AG tem uma dívida de cerca de 1,8 mil milhões de Euros em passivo, sendo que as dívidas a diversos bancos ascendem a outros 1,3 mil milhões de Euros.

O administrador da reestruturação do grupo austríaco adianta que a previsão é de que no futuro os números de vendas anuais sejam de 250.000 unidades. Uma previsão de negócio considerado sustentável.

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Atualmente, Stefan Pierer, o carismático líder do Pierer Mobility Group e que salvou o negócio da KTM há décadas levando a números de vendas recorde nos últimos dez anos, ‘fecha-se’ no seu escritório em Mattighofen das 7H da manhã às 23H da noite. Pierer procura soluções para salvar o seu império e salvar todo o trabalho de uma vida.

Porém, a missão não se adivinha fácil, e será dolorosa. As aquisições e investimentos ‘gigantescos’ do Pierer Mobility Group e da KTM AG ao longo dos anos estão agora a ter as suas consequências.

E isso vai também refletir-se do ponto de vista da competição. As operações desportivas da KTM AG na competição são implementadas nos diversos campeonatos por uma subsidiária sobre a designação KTM Racing AG, com sede na Suíça.

No passado fim de semana o diretor da KTM Racing, Pir Beirer, assumiu que a parte desportiva está separada da KTM AG. O que em si permite antever que continuaremos a ver as motos austríacas a competir, por exemplo, em MotoGP, no Rali Dakar ou em campeonatos de motocross.

Mas as declarações de Pit Beirer não parecem ‘acalmar’ as dúvidas dos fãs… nem da Dorna!

A entidade que gere o MotoGP, talvez por em 2022 ter percebido com a saída da Suzuki da categoria rainha, que os contratos assinados e válidos não impedem que os fabricantes abandonem o MotoGP, está ativamente interessada em perceber agora qual o futuro da KTM do ponto de vista da continuidade das atividades desportivas.

Sobre este assunto sabemos que durante o teste de fim de ano em Barcelona existiram reuniões nas equipas KTM, nomeadamente a equipa de fábrica da marca e a Tech3. As equipas foram então informadas da existência de constrangimentos financeiros, o que levou à tomada de decisões que afetam o desenvolvimento do protótipo RC16.

Em Barcelona as KTM RC16 não apresentaram grandes novidades técnicas. ‘Apenas’ novas carenagens frontais e pequenas alterações na moto. Um teste em túnel de vento estava previsto acontecer, mas foi cancelado. E os pilotos de teste da KTM para MotoGP nem sequer estiveram em pista.

O desenvolvimento da moto para 2025 está, por assim dizer, congelado, e o protótipo para 2027 encontra-se também numa situação semelhante. Até porque não se sabe se a KTM continuará presente em MotoGP a partir de 2027, assumindo que cumprem com o atual contrato que termina em 2026.

De que forma as atividades da KTM Racing AG vão continuar, não se sabe ainda. Sabe-se que, no total, o projeto desportivo da marca levou a orçamentos de 100 milhões de Euros por ano. Isto inclui MotoGP, Rali Dakar, Supercross americano, Motocross americano, o mundial MXGP e também a presença no Hard Enduro.

Foi esta presença que efetivou o lema que Stefan Pierer idealizou para a sua marca: “Ready to Race”!

Será que isso vai acabar?

Saberemos mais novidades em breve. A 20 de dezembro vai realizar-se uma reunião de credores em que teremos novas declarações sobre o futuro da KTM AG. E a 25 de fevereiro de 2025 será realizada uma nova reunião onde serão tomadas decisões que, espera-se, venham a permitir salvar a KTM AG da falência completa.

A gravidade da situação é de tal escala que, do ponto do panorama político austríaco, já existe receio de que a queda da KTM AG possa arrastar consigo inúmeras empresas ligadas ao negócio das motos.

Parece, de acordo com algumas movimentações referidas pelos meios de comunicação austríacos, que existe agora vontade do governo investir na KTM AG, apoiando o plano de reestruturação.

Porque, como se costuma dizer, a KTM AG é ‘demasiado grande para cair’. Não apenas do ponto de vista humano, mas, claro, do ponto de vista financeiro.

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