O 40.º Dakar arranca no dia 6 de Janeiro, no Peru. Ao longo do fim-de-semana iremos apresentar os principais protagonistas.
Outras equipas: Red Bull KTM Rally Factory Racing, Rockstar Energy Husqvarna Factory Racing, Yamalube Yamaha Official Rally Team
Depois de uma longa ausência do Dakar, a Honda regressou em 2013, e desde então tem tentado contrariar a supremacia da KTM no evento. Esteve muito próxima de conseguir, em 2015, com Paulo Gonçalves a terminar na 2.ª posição, com o português a voltar a estar em evidência nas edições seguintes, mas alguns azares – físicos (a queda em 2016) e regulamentares (aquele abastecimento no sítio errado em 2017) – impediram uma melhor prestação do piloto português e do construtor japonês.
A equipa oficial do HRC volta a estar em força em 2018, com nada mais, nada menos, do que cinco pilotos, tentar recuperar o tempo perdido em tantos anos de ausência.
Paulo Gonçalves dispensa apresentações, sendo um dos maiores nomes do todo-o-terreno mundial da actualidade. Às dezenas de títulos nacionais em diversas modalidades de terra, soma o título mundial conquistado em 2013 e a participação em 11 edições do Dakar, e várias vitórias em provas mundiais, a última das quais em Setembro, na Baja Inka no Peru.
Speedy Gonçalves volta à América do Sul em busca da tão ambicionada vitória, e apesar de uma lesão relativamente recente na mão, o objectivo é sempre o mesmo, dar tudo o que tem em busca do melhor resultado: «Trabalhámos durante todo o ano, vencemos corridas do Campeonato do Mundo e estivemos perto de o conquistar. Melhorámos a fiabilidade da Honda CRF450 Rally para ter o melhor espírito competitivo e ficámos sempre no pódio. Isto dá-nos a confiança na equipa para poder lutar pelo Dakar. Este pode mesmo ser o nosso momento», diz o experiente piloto de Esposende.
Paulo Gonçalves, português, 38 anos
Palmarés no Dakar:
2007 – 23.º
2009 – 10.º
2010 – abandono na 6.ª etapa
2011 – abandono na 8.ª etapa (venceu 1 etapa)
2012 – 26.º
2013 – 10.º
2014 – abandono na 5.ª etapa
2015 – 2.º (venceu 1 etapa)
2016 – abandono na 11.ª etapa (venceu 1 etapa)
2017 – 6.º
Experiência também não falta a Joan Barreda, quase na mesma dose que o azar: o piloto espanhol já esteve várias vezes perto de vencer, mas algo sempre o travou: em 2013 venceu quatro etapas (e foi 2.º noutra e 3.º noutras duas), mas logo na primeira semana um problema na sua Husqvarna fê-lo perder três horas, ficando irremediavelmente arredado da luta pela vitória. No ano seguinte foi o piloto que mais etapas venceu, cinco, já integrado na equipa Honda, e chegou a ter uma brutal vantagem na frente da prova, mas primeiro perdeu-se na quinta etapa, e depois de ter recuperado nas seguintes, um problema de motor fez com que perdesse de novo a possibilidade de lutar pela vitória. O espanhol, que foi 5.º no ano passado, depois de ter abandonado no ano anterior, tem vencido etapas praticamente todos os anos, e volta a ser um dos favoritos: «No ano passado estivemos muito próximos de vencer o Dakar, fizemos um grande trabalho e a vitória apenas nos escapou devido a um pormenor. Agora, depois de uma temporada em que trabalhámos em todas as direcções, sentimo-nos muito mais fortes, não apenas no que diz respeito à pilotagem e navegação, mas também ao trabalho de equipa. O prémio que temos perseguido temos que finalmente agarrá-lo», promete o espanhol.
Joan Barreda, espanhol, 34 anos
Palmarés no Dakar:
2011 – abandono na 2.ª etapa
2012 – 11.º (venceu uma etapa)
2013 – 17.º (venceu 4 etapas)
2014 – 7.º (venceu 5 etapas)
2015 – 17.º (venceu 3 etapas)
2016 – abandono no prólogo
2017 – 5.º (venceu 4 etapas)
Joan Barreda contará com a ajuda de Michael Metge, que será o seu mochileiro, O francês oriundo de uma família totalmente ligada aos desportos motorizados, acumulou muita experiência e este será o seu sexto Dakar, onde apoiou no passado pilotos como Frans Verhoeven, Olivier Pain ou Cyril Despres. Por isso poderá ser uma peça-chave na equipa: «Este ano alterei o meu modo de treino e mudei-me para Andorra para me adaptar melhor à altitude que encontraremos na Bolívia. Competi em várias corrias e estou satisfeito com a minha prestação: estou mais rápido, abri a pista e naveguei bem. Acho que o balanço é positivo e estou preparado para ajudar a equipa a vencer o Dakar».
Michael Metge, francês, 38 anos
Palmarés no Dakar:
2013 – 18.º
2014 – 13.º
2015 – abandono
2016 – abandono na 9.ª etapa
2017 – 14.º
Ricky Brabec é o benjamim da equipa, mas o californiano de 26 anos traz uma grande bagagem de TT consigo. Depois de trocar as BMX pelas motos em 2007, venceu as mais importantes provas de todo-o-terreno realizadas na América do Norte, da Vegas to Reno, às Bajas 1000 e 500, para além de ter conquistado o título no seu país. Estreou-se no Dakar com um fulgurante 9.º em 2016, mas abandonou em 2017, mas está preparado para fazer melhor: «Acho que chegarei a este Dakar em muito boa forma, com muito quilómetros feitos, muito treino e depois de ter aprendido muito com a equipa. Sinto-me bem, forte e rápido. A moto é fantástica e acho que temos tudo certo para arrancar no dia 6 de Janeiro e estar na luta pela vitória», diz o americano.
Ricky Brabec, americano, 26 anos
Palmarés no Dakar:
2016 – 9.º
2017 – abandono na 10.ª etapa (venceu 1 etapa)
Kevin Benavides saltou para as bocas do mundo ao terminar o Dakar de 2016, o seu primeiro, na 4.ª posição. Mas a Honda já o tinha debaixo de olho desde o Ruta 40 do ano anterior, prova que ele viria a vencer nos últimos dois anos, subindo ao pódios noutras, como no Atacama. No ano passado não participou no Dakar porque estava lesionado, mas o vice-campeão mundial vai em busca do pódio: «No ano passado falhei o Dakar após uma queda, e depois de uma dura recuperação da lesão na mão direita, comecei a alcançar bons resultados. Fui 2.º no Campeonato do Mundo, venci várias etapas e corridas e ganhei experiência. Este será o meu terceiro ano, o segundo Dakar, mas posso assegurar que aprendi muito com as quedas», diz o argentino.
Kevin Benavides, argentino, 28 anos
Palmarés no Dakar:
2016 – 4.º