O 40.º Dakar arranca no dia 6 de Janeiro, no Peru. Ao longo do fim-de-semana iremos apresentar os principais protagonistas.
Outras equipas: Red Bull KTM Rally Factory Racing, Monster Energy Honda Team, Rockstar Energy Husqvarna Factory Racing
É preciso recuar a 1998 para encontrar a última vitória da Yamaha no Dakar, conseguida por um piloto que marcou uma era do todo-o-terreno e ofereceu nada mais, nada menos, do que seis vitórias à marca japonesa na mítica prova: Stéphane Peterhansel.
A Yamaha tem reforçado a aposta nos últimos anos, e alguns dos seus melhores resultados foram conseguidos por Hélder Rodrigues, que em 2016 foi o melhor piloto da equipa oficial japonesa, ao terminar em 5.º, depois de ter conseguido dois pódios em 2011 e 2012, antes de sair para Honda no ano do regresso oficial da marca da asa dourada ao Dakar. O piloto português não faz parte da formação oficial da Yamaha anunciada formalmente esta semana, e a sua participação é, depois de ter sido operado ao joelho na quarta-feira, uma incógnita.
No último Dakar foi Adrien Van Beveren quem conseguiu a melhor classificação para a Yamaha ao terminar em 4.º. e o piloto francês será o favorito da equipa na luta por um possível pódio, ele que é um especialista na areia, tendo vencido três vezes consecutivas o Enduro de Le Touquet, entre 2014 e 2016, entre muitas outras vitórias em corridas semelhantes em França, e tendo em conta que organização anunciou muitas dunas para as primeiras etapas, isso poderá favorecer o francês: «O meu treino e a minha preparação têm sido óptimos e, para ser sincero, nunca me senti tão forte», diz Van Beveren. «Andei muito de moto nestes últimos dois meses, a par de um intenso programa de preparação física. Não vou parar de treinar até entrar no avião para o Peru», conclui.
Adrien Van Beveren, francês, 26 anos (faz 27 dois dias antes da partida)
Palmarés no Dakar:
2016 – 6.º
2017 – 4.º
Outro francês na equipa é Xavier de Soultrait, piloto oriundo do enduro que vai participar no seu quarto Dakar. Entrou em 2015 na Yamalube Yamaha Junior Rally Team, mas no ano passado abandonou na 10.ª etapa e este ano não foi além de 87.º.
Para a próxima edição, aplicou-se a fundo na preparação: «Estaremos no Peru dentro de um mês e eu estou 100% preparado para o desafio. Fiz uma temporada de competição e também passei algum tempo a treinar em Espanha e Marrocos. Fizémos longos dias de treino de navegação e muito treino em areia. Fiz mais de 22 000 km de treinos de rali e navegação em 2017, e isso ajudou muito. Sinto que tudo está no sítio certo neste momento e, honestamente, é a primeira vez na minha carreira que me sinto assim. A nova moto é espectacular e dentro da equipa temos as pessoas certas para cada função».
Xavier De Soultrait, francês, 29 anos
Palmarés no Dakar:
2014 – 34.º
2015 – 13.º
2016 – abandonou na 10.ª etapa
2017 – 87.º
Revelando uma aposta numa geração de pilotos mais jovens, a prestação de Franco Caimi não passou despercebida à Yamaha. O piloto argentino foi 8.º na sua estreia no Dakar em 2017, e logo no Rali de Merzouga, integrado na Dakar Series, Caimi terminou no pódio, em 3.º. Tem uma vasta experiência no enduro, com três títulos argentinos da modalidade, mais três conquistados no campeonato chileno e ainda seis medalhas de ouro nos ISDE. Depois de várias lesões em 2015, quando regressou à actividade virou-se para os raides, e no próximo Dakar pode muito bem vir a ser uma surpresa: «Estou realmente ansioso pelo Dakar. Fiquei muito contente por receber a minha moto na Argentina há pouco mais de um mês, e comecei imediatamente a treinar. Passar tempo com a moto ajudou-me a melhorar o ritmo e aumentar o conhecimento técnico da moto. Consegui adaptar-me ainda mais e estou confiante e feliz por rumar ao Peru em Janeiro» diz o Caimi, que sonha com as dunas: «Para mim o ingrediente especial do Dakar de 2018 serão as etapas de areia do Peru. E depois teremos a etapa-maratona da Argentina, que será também um grande desafio».
Franco Caimi, argentino, 29 anos
Palmarés no Dakar:
2017 – 8.º
Rodney Faggotter é o ‘cota’ da equipa, mas com a idade vem a experiência em longas corridas por etapas, tendo vencido por duas vezes, em 2013 e 2014, o Australasian Safari, uma prova com mais de 5000 km de extensão no outback australiano, que em termos de piso e clima não é muito diferente de algumas etapas do Dakar. O ‘aussie’ magou-se na Baja Inka, que mesmo assim conseguiu terminar, em 10.º, e e está pronto para o massacre do Dakar: «Mal posso esperar pelo início do Dakar. Depois de ter magoado o pulso na Baja Inka, dei algum tempo ao meu corpo para recuperar. Nos últimos meses tudo tem estado a compor-se e temos concentrado todos os meus esforços no meu treino e preparação para a América do Sul. tem estado quente na Asutrália e isso será para mim uma vantagem nas etapas do Peru. Estou à espera que a primeira semana seja realmente dura, quer fisicamente quer em termos de navegação. Quanto mais depressa superarmos os momentos mais duros, melhor», diz Faggotter, cujo objectivo é terminar entre os 10 primeiros.
Rodney Faggotter, australiano, 41 anos
2012 – abandonou na 5.ª etapa
2013 – 14.º
2017 – abandonou na 17.ª etapa