O veterano piloto espanhol está, aos 39 anos de idade, pronto para arrancar para mais um Rali Dakar aos comandos de uma moto da Honda. Neste que será o seu 10º ano de ligação ao fabricante japonês desde que integrou a estrutura oficial da Team HRC no Dakar, Joan Barreda enfrentará aquela que será, provavelmente, a sua derradeira aventura no deserto.
Experiente, mas sempre de “faca nos dentes”, e daí também ser conhecido como “Bang Bang” Barreda, o piloto espanhol tinha assumido no final da última edição do Rali Dakar, em que terminou em 5º na geral das motos, iria abandonar a competição.
Aliás, quando lhe foi pedido para integrar a equipa oficial Monster Energy Honda Team no Mundial de Rally Raid, Barreda declinou o convite que lhe foi endereçado pela equipa liderada pelo português Ruben Faria. Nem mesmo os responsáveis japoneses conseguiram demover Joan Barreda da sua decisão de sair de cena e concentrar-se em recuperar o seu físico durante o ano de 2022.
Porém, do Japão continuaram a chegar telefonemas, e a pressão acabou por surtir efeito, com “Bang Bang” Barreda a finalmente aceitar regressar ao Rali Dakar, participando na 45ª edição da maior e mais dura prova de todo-o-terreno do mundo.
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E neste final de década de ligação à Honda, Joan Barreda decidiu, até porque já não tinha outra hipótese depois da equipa oficial ter contratado Adrien van Beveren, competir inserido numa estrutura própria, denominada de Monster Energy JB Team.
Chegará ao Rali Dakar sem ter competido oficialmente durante todo o ano de 2022. Estará sem ritmo para acompanhar os favoritos. Mas Joan Barreda estará à partida de mais um Dakar com o objetivo de melhorar o seu resultado anterior, procurando, nas suas palavras, desfrutar do momento e desta que será a sua última aventura no deserto e este que foi desde sempre o seu rali de sonho.
Sem estar “preso” pelas estratégias de equipa, Joan Barreda poderá finalmente fazer um Dakar “ao seu gosto”: acelerar a fundo! O piloto espanhol, antes do início da prova a 31 de dezembro na Arábia Saudita, mostra estar confiante, e promete dar tudo por tudo desde início ao fim de cada etapa, revelando não se atemorizar com o facto de ter de abrir pista, preferindo isso a ter de rodar no meio do pelotão porque foi obrigado a gerir o seu ritmo na etapa anterior.
Já a caminho de se tornar um “quarentão”, Joan Barreda confirma que pensar na sua família e saúde foram alguns dos fatores que o levaram a tomar a decisão de finalizar a sua carreira enquanto piloto de rally raid, e confirma que tem outros projetos, ligados às motos, claro, a serem preparados para os próximos meses.
Questionado sobre se pensar na sua saúde ou família o fará abrandar o ritmo no Rali Dakar, Joan Barreda responde como se esperaria de um piloto conhecido por não “tirar acelerador:
“Não, porque é o que eu gosto de fazer. Se algum dia ganhar o Dakar, vou fazer à minha maneira. Obviamente que tento completar cada etapa sem errar, mas não vou tanto a gerir, a estar tapado no meio do pelotão. Sou mais de acelerar, e no dia em que abro pista… acelero! E se sair lá para trás, também acelero. Esta é a minha maneira e faço-o porque é como gosto, e desfruto quando o faço. Obviamente sei que me penaliza, isso é claríssimo para mim, mas compito porque gosto, e gosto de competir assim. Caso contrário, a minha motivação já tinha acabado”.
Recordamos que Joan Barreda terá nesta 45ª edição do Rali Dakar na Arábia Saudita, a oportunidade de atingir ou até suplantar o recorde de vitória em etapas na categoria motos.
Neste momento “Bang Bang” tem 29 vitórias assinadas com o seu nome, sendo que o recorde está na posse dos pilotos Stephane Peterhansel e Cyril Despres, ambos com 33 vitórias em etapas.
O que será que Joan Barreda vai conseguir fazer nesta derradeira aventura nas areias do Rali Dakar?
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