Do asfalto a mais de 300 km/h do “road racing” que vemos no Tourist Trophy na Ilha de Man, aos trilhos técnicos e traiçoeiros do deserto do Rali Dakar. Este ano teremos um piloto, o primeiro de sempre, que vai tentar fazer essa transição do asfalto para a areia do deserto. James Hillier, aos comandos de uma KTM 450 Rally, decidiu competir pela primeira vez no Rali Dakar.
O piloto britânico vai tornar-se no primeiro vencedor do TT na Ilha de Man a mudar-se para o Rali Dakar. Hillier e a sua KTM não terão vida facilitada nesta estreia no Rali Dakar 2023 que promete ser o mais duro e mais longo de sempre nas edições realizadas na Arábia Saudita.
Até porque, James Hillier chega ao Dakar com apenas duas experiências no off-road, tendo participado durante o ano no Rali de Abu Dhabi e Rali da Andaluzia. Por força desta inexperiência, o britânico de 37 anos de idade procura apenas ganhar ritmo, aprender e divertir-se.
Sendo um dos pilotos mais rápidos de sempre a conseguir cumprir os cerca de 60 km do percurso de Montanha do Tourist Trophy – na realidade é o 7º piloto mais rápido –, James Hillier está habituado a pilotar uma moto a alta velocidade.
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Mas, competir entre muros e em piso de asfalto, e tendo como cenário de fundo a paisagem campestre britânica, é algo totalmente diferente de competir nos percursos traiçoeiros e ter de navegar centenas de quilómetros durante 15 dias por entre dunas, ravinas e zonas de pedras.
A poucas horas da sua estreia no Rali Dakar, o estreante James Hillier faz a antevisão da sua participação, e mostra-se surpreendido com o bivouac que encontrou na Arábia Saudita:
“Eu já estou habituado a ver esta corrida desde pequeno. A ideia de me preparar e chegar ao fim depois de começar do zero foi sempre muito entusiasmante. Foi por isso que decidi competir. Antes de entrar no avião, estava tão ocupado com os preparativos que mal tive tempo para pensar no que vinha aí. Vou ser honesto: o bivouac deixou-me sem palavras! Está num nível completamente diferente do que eu vi em Abu Dhabi. O meu objetivo será chegar ao final. Vou ter de tomar bem conta da minha moto, o que significa não andar no limite. O rally raid pode ser menos perigoso do que o road racing, mas não por uma margem grande”, começa por dizer.
Claro que apenas um ano depois de termos visto Danilo Petrucci fazer a transição de MotoGP para o Rali Dakar, e com boas prestações em determinados momentos, agora todos os olhares se viram para James Hillier.
Será o britânico da KTM #80 capaz de replicar o que fez Petrucci na edição anterior?
“O que ele fez foi incrível! Adorava poder ter boas performances aqui um dia, mas esse não é o meu objetivo neste momento. Estou aqui para me divertir a um ritmo razoável e por as minhas mãos na medalha dos pilotos que finalizam o Dakar. Sou o primeiro piloto do TT no Dakar, sei que vou ser invadido por perguntas quando regressar a casa. Existem alguns pilotos de road racing que adorariam descobrir este evento”.
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