Terminou hoje a 45ª edição do Rali Dakar na Arábia Saudita. No derradeiro dia de competição, e com as posições de pódio à Geral das motos ainda totalmente por definir, os pilotos tiveram de cumprir uma especial de 136 km de extensão que os levou de Al-Hofuf a Dammam, onde estava instalado o palanque final para receber a caravana do Dakar 2023.
E depois de catorze etapas às quais se juntou ainda um Prólogo inicial disputado ainda no ano passado, o grande vencedor do Rali Dakar 2023 foi mesmo Kevin Benavides (Red Bull KTM Factory Racing). O piloto argentino vence assim o seu segundo Rali Dakar, depois de já o ter conseguido, em 2021, e então aos comandos de uma Honda.
Nesta derradeira e 14ª etapa do Dakar, Kevin Benavides tinha pela frente um dia de ataque “puro e duro”, uma especial curta, tal como a diferença de 12 segundos que o separava do companheiro de equipa na KTM oficial, e líder da prova, o australiano Toby Price.
O segundo classificado à partida para a última etapa do Dakar 2023, precisou de 1h15m17s, batendo o seu rival Price por 55 segundos, o que lhe permitiu juntar a vitória na 14ª etapa à vitória na prova. Os dois pilotos Red Bull KTM Factory Racing terminaram assim separados por apenas 43 segundos na classificação Geral das motos, conseguindo a marca austríaca uma dobradinha.
Kevin Benavides torna-se no quinto piloto a conseguir duas vitórias nas motos no Rali Dakar, com marcas diferentes, e já após garantir o triunfo nesta edição 2023, o piloto argentino referiu que “Esta manhã pensava apenas em manter-me concentrado em cada quilómetro, do primeiro ao último. É incrível conseguir a vitória depois deste Dakar tão louco e por tão pouca margem”.
Aliás, dobradinha que até poderemos considerar “triplete”, pois o terceiro classificado na Geral foi mesmo Skyler Howes (Husqvarna Factory Racing). Recordamos que o piloto americano, que chegou a liderar o Rali Dakar durante algum tempo, compete aos comandos de uma Husqvarna que é em tudo igual às KTM de Kevin Benavides e Toby Price, pelo que o pódio deste Rali Dakar ficou totalmente ocupado com motos do grupo austríaco.
Refira-se ainda que no pódio desta 14ª etapa terminou o chileno Pablo Quintanilla (Monster Energy Honda Team), um resultado de pouco consolo para a estrutura liderada pelo português Ruben Faria, que este ano viu perder muito cedo a sua principal referência, Ricky Brabec, e depois acabou por não conseguir fazer jogo igual com as KTM e Husqvarna.
Quintanilla beneficiou de uma penalização de 3 minutos dada a Daniel Sanders (Red Bull GasGas Factory Racing), com o australiano assim a perder o pódio nesta etapa final.
Nesta derradeira etapa que terminou em Dammam, Sebastian Bühler (Hero Motosports Team Rally) esteve em grande plano.
O luso-alemão terminou o Rali Dakar com um sólido 6º lugar na etapa de hoje, que lhe permitiu subir à 20ª posição na classificação Geral das motos e assim fechar esta participação no “top 20”.
Já Mário Patrão (Crédito Agrícola KTM), apesar de uma etapa menos conseguida em que terminou em 56º, perdendo mais de 35 minutos para o vencedor Kevin Benavides, a verdade é que este último dia de Rali Dakar era apenas um dia para o piloto de Seia levar a sua KTM 450 Rally a rolar até à meta final.
Garantiu o terceiro lugar na classe Original by Motul, um resultado final assinalável tendo em conta as dificuldades acrescidas de ter de competir ao longo de duas semanas na Arábia Saudita apenas com o material que a organização transporta de um bivouac para o outro, e sem ajuda externa. Na Geral, Mário Patrão acabou por descer uma posição após a etapa de hoje, sendo então o 34º classificado deste Rali Dakar.
Também não podemos deixar de referir a estreia da marca chinesa Kove.
Três “rookies” iniciaram esta edição aos comandos de motos da marca chinesa. Foram eles Sunier Sunier, Deng Liansong e ainda Fang Mingji. Todos chegaram ao fim desta grandiosa aventura saudita, tendo terminado o Rali Dakar, respetivamente, em 46º, 67º e ainda 77º.
E por falar em estreias, convém não esquecer a primeira participação do “road racer” James Hillier (Rich Energy OMG Racing Ltd). O britânico, longe da exuberância de Danilo Petrucci em 2022, que também testou os seus limites no Rali Dakar vindo das corridas em asfalto, ainda assim conseguiu chegar ao final do desafio saudita na 76ª posição da Geral.
A participação de James Hillier fica ainda mais destacada pelo facto de ter competido na classe Original by Motul, e ter vindo a competir com a clavícula deslocada!
Rali Dakar – Resultados da 14ª etapa
1 – Kevin Benavides (KTM) 1h15m17s
2 – Toby Price (KTM) +55s
3 – Pablo Quintanilla (Honda) +3m15s
4 – Daniel Sanders (GasGas) +3m35s
5 – Skyler Howes (Husqvarna) +3m45s
6 – Sebastian Bühler (Hero) +4m14s
7 – Luciano Benavides (Husqvarna) +4m25s
8 – Adrien van Beveren (Honda) +4m51s
9 – Tosha Schareina (KTM) +5m47s
10 – Stefan Svitko (KTM) +6m33s
56 – Mário Patrão (KTM) +35m51s
Rali Dakar – Classificação Geral após 14ª etapa
1 – Kevin Benavides (KTM) 44h27m20s
2 – Toby Price (KTM) +43s
3 – Skyler Howes (Husqvarna) +5m04s
4 – Pablo Quintanilla (Honda) +19m02s
5 – Adrien van Beveren (Honda) +20m30s
6 – Luciano Benavides (Husqvarna) +22m42s
7 – Daniel Sanders (GasGas) +25m57s
8 – Jose Ignacio Cornejo (Honda) +51m21s
9 – Lorenzo Santolino (Sherco) +1h17m53s
10 – Franco Caimi (Hero) +1h38m04s
20 – Sebastian Buhler (Hero) +4h15m13s
34 – Mário Patrão (KTM) +9h28m04s
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