Para fazer um bom resultado numa prova como o Dakar, não é só trancar o punho todos os dias para ser o mais rápido. É preciso saber navegar, interpretar o roadbook, o GPS (que não tem nada a ver com os que usamos no dia-a-dia) e ter um certo sentido de orientação. E, claro, tentar trancar o punho todos os dias, mas com alguma moderação, que o Dakar é longo.
O GPS basicamente aponta a direcção para o waypoint seguinte, e os pilotos têm que passar em todos os waypoints, que ficam automaticamente ‘validados’ no seu GPS. Porém o GPS só mostra essa direcção quando está a 800 m do waypoint; até estar nesse raio de acção não passa de uma bússola. Por isso vemos por vezes os concorrentes às voltas num determinado sítio: pelo roadbook o waypoint deve estar por ali, e eles estão a tentar entrar nesse raio de acção para o GPS ‘abrir’ informação mais detalhada que os levará descobrir o ponto preciso do waypoint, que é validado quando os pilotos entram num raio de 200 m.
Por isso é muito importante seguir à risca o roadbook, que é entregue pela organização aos concorrentes.
Como o percurso é delineado com muita antecedência, na altura da prova existem por vezes actualizações, que são também comunicadas aos pilotos, que têm assim que corrigir o roadbook.
A preparação do roadbook é uma tarefa diária, com vista à etapa do dia seguinte, e é também algo que cada piloto faz à sua maneira.
Hélder Rodrigues infelizmente este ano não participará no Dakar, mas explica-nos como faz a preparação do roadbook.
Numa prova como o Dakar, a navegação é bastante importante, e pode ser decisiva na conquista de um bom resultado, pelo que esta tarefa diária pode fazer a diferença na classificação final.