A segunda etapa do Dakar 2021 disputada hoje entre Bisha e Wadi Ad-Dawasir um total de 457 quilómetros cronometrados provou uma vez mais que este ano serão poucos a garantir quem poderá assumir a liderança e levá-la até o fim sem sobressaltos.
Hoje foi dia de uma etapa longa e trabalhosa em termos de navegação e em termos do terreno com uma parte inicial constituída de muitas dunas de areia solta que colocou diversos pilotos à prova sendo um deles o vencedor de ontem, o australiano Toby Price a quem lhe coube a tarefa de abrir a pista sem qualquer tipo de marcação. Price ainda chegou a liderar quando rolava com Kevin Benavides fruto de um erro de navegação do argentino. Na parte final da etapa Price ficou sem um dos depósitos traseiros da sua KTM e foi obrigado a abrandar o ritmo para evitar ficar parado no meio do deserto.
O dia também não correu de feição para Mathias Walkner que ficou parado quando a sua KTM sofreu um problema mecânico, problema que o levou o austríaco a perder cerca de duas horas para os seus adversários.
Mais uma vez foram os pilotos Honda que conseguiram aproveitar o facto de virem de trás para galgarem bastantes posições com destaque para Joan Barreda, que venceu de forma destacada a mais de 3 minutos de distância do seu colega de equipa Ricky Brabec, fruto de um andamento verdadeiramente impressionante tendo em conta que liderou desde o primeiro controlo de passagem até ao final.
Nota para a performance de Pablo Quintanilla, o chileno da Husqvarna voltou a encontrar nas dunas e na areia o seu palco de eleição para mostrar a sua mestria a navegar neste tipo de piso, e para Ross Branch do Team Monster Energy Yamaha Rally que ocupa agora o lugar mais baixo do pódio na tabela classificativa geral.
Quanto aos portugueses em prova Joaquim Rodrigues parece ter entrado no seu ritmo efetuando uma etapa muito consistente terminando às portas do “Top Ten” na 12ª posição enquanto que o seu colega de equipa Sebastian Bühler também voltou a andar muito bem, finalizando os 457 km da etapa na 14ª posição.
Rui Gonçalves enfrentou as primeira zonas de areia com determinação e, apesar de alguns percalços de navegação nos quilómetros iniciais, concluiu a etapa na 21ª posição.
Alexandre Azinhais continua a surpreender pela sua tenacidade levando a sua KTM Rally até à 66ª posição apesar da violência das etapas tanto a nível físico como a nível mecânico.
Amanhã decorre a 3ª etapa do Dakar efetuando um loop com partida e chegada a Wadi Al Dawasir num total de 630 km, 403 dos quais cronometrados.
Joan Barreda Bort (ESP) Honda: “Foi uma etapa muito boa. Fomos obrigados a atacar logo desde os primeiro quilómetros até ao final e a verdade é que correu bem, mas esta é apenas a segunda etapa do Dakar e sabemos que amanhã vai ser difícil voltar a partir na frente. Temos que permanecer calmos, tentar não cometer erros e ir fazendo a prova passo a passo.”
Joaquim Rodrigues (POR) Hero: “Hoje foi uma etapa completamente diferente de ontem. Foi muito mais rápido, com areia muito mole e muito terreno aberto. Numa duna, minha moto ficou presa e a areia era tão mole que ficou enterrada quase até ao guiador. Perdi algum tempo a tentar sair daquele local, mas fora isso, senti-me muito melhor hoje, e creio que comecei a entrar no meu ritmo novamente. Consegui terminar a etapa sem problemas com a moto, pelo que foi definitivamente um dia muito melhor para mim.”
Sebastian Bühler (GER) Hero: “Hoje foi uma etapa muito bonita com um pouco de tudo – desde dunas macias a pistas de areia, pistas abertas e até algumas pedras. A nossa nova moto funcionou muito bem nestas condições, por isso hoje consegui rodar com um bom ritmo.”
Rui Gonçalves (POR) Sherco: “A etapa de hoje foi longa e rápida com algumas dunas ao início onde me diverti. Cometi alguns erros de navegação a meio e no fim da especial mas considero que foi um bom dia.”
Alexandre Azinhais (POR) KTM: “Ontem foi uma etapa bastante violenta com imensos quilómetros de pedra, quase que parecendo um enduro por isso com um ritmo mais lento. Hoje a etapa já teve mais areia e também algum “fesh fesh”, com dunas ao estilo da Mauritânia e de Marrocos, com pistas intermináveis de areia solta. Foi uma etapa muito rápida onde tudo me correu muito bem apesar de ter sido penalizado em 20 minutos porque falhei um “waypoint” que não tinha sido validado. Continuamos na luta!”
