É alemão mas fala todos o consideram um português quase de gema. É um dos pilotos mais talentosos e técnicos do nosso panorama nacional mas acima de tudo um piloto com uma rapidez incrível nos trilhos e que acima de tudo sempre sonhou competir no Dakar. Com uma carreira que começou no Motocross, Sebastian Bühler irá fazer 2021 a sua terceira participação no Dakar, isto depois de um ano em que o trágico desaparecimento do seu colega de equipa Paulo Gonçalves na edição de 2020 levou ao abandono da equipa Hero Motorsports da competição. A preparação para a edição de 2021 teve um contratempo de última hora com uma fratura da clavícula a poucas semanas de começar a prova, lesão da qual Bühler já se encontra totalmente recuperado.
Motojornal: Sebastian, o Dakar 2021 está aí às portas depois um ano muito difícil especialmente para ti e para os teus colegas de equipa. O que esperas alcançar no próximo Dakar?
Sebastian Bühler: Claro que vamos para este Dakar com um misto de sentimentos, no entanto vamos todos dar o nosso melhor possível para a equipa e também para o Paulo Gonçalves. O mais importante é chegarmos todos bem ao final.
Motojornal: Sem provas em África ou no deserto para treinar em que consistiu a tua preparação para este Dakar?
SB: Este ano foi muito desafiante para todos nós e não tivemos, devido à atual situação, a possibilidade de treinar em Marrocos, no entanto treinei muito em diferentes tipos de terreno cá em Portugal para me preparar da melhor forma possível.
MJ: Já tens alguma experiência neste tipo de provas mas em que departamento sentes que ainda tens margem para evoluir ou onde tens que trabalhar mais?
SB: Sei que posso evoluir mais na navegação, principalmente navegar bem e ao mesmo tempo andar rápido.
MJ: O que representa para ti competir com uma moto como a tua Hero no deserto sempre em velocidades elevadas e ainda por cima a navegar?
SB: A nova moto da Hero está muito bem desenvolvida apresentado grandes características para os Rallys. Estou ansioso por iniciar o Dakar com a mesma, mas tenho a certeza que este ano nos espera um Dakar com uma navegação muito difícil, daí se tornar um Dakar muito desafiante.
MJ: Porque achas que os pilotos que competem em Portugal e nos campeonatos de raides e navegação se sentem tão à vontade a andar depressa no Dakar?
SB: Os campeonatos de raides cá em Portugal são provas muito muito rápidas, que para além disso passamos por vários tipos de terreno daí talvez nos sentirmos um pouco mais à vontade com a velocidade. Penso que nós pilotos portugueses temos uma enorme vantagem, porque Portugal apresenta características espectaculares para este tipo de desporto.
MJ: Nesta prova irás estar aos comandos de uma Hero totalmente renovada. Em que sentido evoluiu a tua moto?
SB: A mota é completamente nova chassi motor e depósitos. Uma evolução muito grande em todos os aspetos um motor muito forte e fiável. Os novos depósitos e o chassi fazem com que a mota seja muito segura em deserto aberto e em situações inesperadas.
MJ: Como é que o teu relacionamento com os teus companheiros de equipa especialmente com o J-Rod?
SB: Nós pilotos e os restantes colegas de equipa da Hero temos uma muito boa relação, tentamos treinar a máximo possível juntos e ajudarmos. Sinto-me muito bem na equipa da Hero, pois somos como uma pequena família.
MJ: Sofreste uma lesão a poucos dias da prova. Em que sentido essa lesão poderá ter atrasado a tua preparação para o Dakar?
SB: Infelizmente tive azar e sofri uma lesão, no entanto já estou a recuperar e vou estar em forma para o arranque do Dakar.