A terceira etapa do Dakar 2021 voltou a surpreender com mais um volte face em termos de classificações e onde mais uma vez ficou provado que partir na frente de uma etapa não é a melhor tática, pelo menos até ao momento, dado que Joan Barreda, o vencedor de ontem se viu a braços com a dificuldade do terreno e com a necessidade de diminuir o ritmo para conseguir navegar, perdendo logo muito tempo para os seus adversários que vinham de trás. Sendo este um Dakar que irá primar pela tática de corrida e gestão das mecânicas não se pode dizer que o ritmo imposto pelos homens da frente tenha sido cauteloso tendo em conta a velocidade média do vencedor Toby Price, cerca de 113 km/h.
Price mostrou uma vez mais as suas credenciais com duas vitórias no seu currículo no Dakar rolando desde o início numa posição confortável e tendo feito uma gestão notável da vantagem que acumulou desde a fase inicial para os seus adversários.
Ao terminar na 2ª posição, Kevin Benavides consolida também a mesma posição na classificação geral do Dakar. O argentino concluía assim as suas impressões da 3ª etapa: “Estou muito contente por estar na frente novamente. Hoje comecei cá de trás mas e soube tirar partido desta situação. Dei o meu melhor e senti-me muito confortável com a moto e com a minha velocidade. Fico feliz por ter recuperado algum tempo. Amanhã será a minha vez de abrir a pista, então terei que tentar dar o meu melhor.”
Surpresa volta a ser quem lidera a geral com tanto sobe e desce das equipas oficiais. O americano Skyler Howes assume a liderança desta edição de forma algo surpreendente. A consistência tem sido o seu ponto forte e mostra que este piloto americano de 28 anos, aos comandos de uma KTM privada, poderá ter uma palavra dizer no futuro.
Quanto aos pilotos portugueses Rui Gonçalves surpreendeu tudo e todos, até a si próprio, com um ritmo diabólico numa etapa bem ao seu estilo (78% de areia) conquistando um lugar entre os dez primeiros, 9º lugar para ser preciso, o que se pode considerar um feito para quem está pela primeira vez a competir no deserto.
Joaquim Rodrigues fez uma prova solitária mas segura aproveitando para se concentrar na navegação depois do vento ter apagado as marcas das outras motos nas dunas terminando o dia na 18ª posição enquanto que Sebastian Bühler foi consistente impondo um bom ritmo e evitando percalços para finalizar na 21ª posição.
Alexandre Azinhais voltou a concluir os 403 kms desta etapa dentro dos 60 primeiros, numa etapa onde viu paisagens majestosas e dunas de grandes dimensões.
Amanhã cumpre-se a 4ª etapa entre Wadi Al Dawasir e Riyadh com 337 km ao cronómetro de um total de 813 km, aquela que será a etapa mais longa do Dakar 2021.
