O tema das inspeções às motos, mais precisamente as Inspeções Periódicas Obrigatória (IPO), já tem feito “correr muita tinta” ao longo dos anos. E, de vez em quando, este tema volta a ser destaque no debate político, como acontece neste momento.
Tudo porque um grupo de deputados do Partido Socialista (PS) decidiu redigir um projeto de resolução que tem como destinatário o governo, que também é do PS.
De acordo com o grupo de deputados que assinaram o projeto – José Pedro Ferreira, Hugo Costa, Hugo Carvalho, Fátima Correia Pinto e André Pinotes Batista – é necessário que o Governo português regulamente através de processo legislativo a implementação das inspeções às motos em território nacional e a veículos com motores de cilindrada superior a 125 cc.
Neste mesmo projeto, e de acordo com as informações avançadas pela Agência Lusa, os mesmos deputados do PS pedem ainda que seja publicado o “Quadro técnico regulamentar relativo às deficiências a monitorizar na inspeção periódica dos motociclos, tendo por base as diretrizes comunitárias”.
Outro ponto em destaque neste pedido ao Governo aponta para a necessidade de regulamentos que permitam certificar ou habilitar os técnicos dos centros de inspeções a realizarem as inspeções às motos.
O objetivo deste grupo de deputados do mesmo partido do Governo, é evitar o aumento da sinistralidade que envolve veículos de duas rodas, e apontam para que a implementação das inspeções às motos venha a conseguir reduzir os números de sinistralidade.
Em reação ao (re)surgimento do tema das inspeções às motos neste final de março de 2023, o Grupo de Acção Motociclista (GAM), entidade que há muitos anos defende e organiza manifestações contra as IPO às motos, destaca que não existem números registados oficialmente que permitam apontar para falhas técnicas nos motociclos como causa dos acidentes:
“Simplesmente falta justificarem com dados a argumentação de que as IPO às motos vão contribuir para a redução de acidentes. E falta porquê? Porque simplesmente não existem… não há no nosso país e nos países da UE registo de acidentes com motos por falha do veiculo que justifiquem a medida. Tão simples quanto isto. Por isso, sejam políticos de que partido forem tenham em atenção que nesta matéria os portugueses (motociclistas) interessados no assunto sabem exatamente o que está em jogo. E não vão ficar impávidos e serenos a verem o Estado e o lobby das inspeções ir-lhes ao bolso”.
De facto, o GAM promete estar atento e deixa no ar que “Vamos ter de fazer alguma coisa…”, sendo que daí se retira que esta entidade venha a projetar para as estradas portuguesas novamente manifestações nacionais contra as inspeções às motos.
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