As cada vez mais restritivas normas ambientais e de homologação continuam a fazer “vítimas” no mundo das duas rodas. Foram já vários os modelos, dos mais variados segmentos e fabricantes, que deixaram de ser comercializados na Europa cada vez que entrou em vigor uma nova homologação. Por exemplo, na Suzuki assistimos recentemente ao fim de modelos como a GSX-R600 ou ainda a icónica GSX-R750. Agora, mais precisamente a 1 de janeiro de 2023, dizemos adeus à superdesportiva GSX-R1000 e à sua versão mais “espigada” GSX-R1000R.
O facto da Suzuki ter decidido abandonar vários projetos desportivos como MotoGP ou Mundial de Resistência FIM, precisamente para focar-se enquanto empresa na divisão de motos de estrada, é uma decisão que acaba, pelo menos neste momento inicial, por se refletir na sua gama de modelos que podemos adquirir num concessionário.
A superdesportiva GSX-R1000 é a única proposta japonesa do segmento que utiliza sistema de variação da abertura das válvulas, o S-VVT. E foi precisamente uma atualização ao sistema, descoberta por intermédio de patentes em 2019, que permitiu aos fãs do modelo e clientes Suzuki acreditar numa nova versão Euro5 da mais poderosa das “Gixxer”.
Porém, por alguma razão ainda não revelada, esse trabalho de atualização para as novas normas de homologação europeias não foi concretizado a tempo.
Talvez dificuldades financeiras tenham impedido a atualização da GSX-R1000. Mas provavelmente terão sido problemas derivados do período conturbado da pandemia global Covid-19 que acabaram por apresentar obstáculos à equipa de desenvolvimento. Obstáculos que levaram a atrasos mais longos do que o esperado pela Suzuki, que agora vê-se na contingência de adiar a apresentar uma nova versão da GSX-R1000.
Provavelmente a Suzuki apenas revelará essa nova versão durante o ano 2023, no sentido de integrar a novidade na gama de 2024.
Até lá, e porque sem homologação Euro5 não é possível vender a GSX-R1000 em solo europeu, os clientes e fãs do modelo ficam “órfãos” da “Gixxer”. Na realidade este modelo já não deveria estar em comercialização.
A norma Euro5 existe desde 2020. Porém, e no sentido de ajudar as marcas a combater os efeitos negativos da pandemia que obrigaram a fechar os concessionários durante largos períodos de tempo em 2020 e 2021, foi criada uma regra excecional que permitia aos fabricantes continuar a vender modelos Euro4 como é o caso da GSX-R1000, até final de 2022, ao abrigo da ideia de “fim de série”.
Desta forma a Suzuki poderia escoar o stock de GSX-R1000 até final deste ano na Europa.
Mas será este o fim da Suzuki GSX-R1000?
Na realidade, e tal como aconteceu com a poderosa Hayabusa, a casa de Hamamatsu vai poder continuar a fabricar e comercializar este modelo noutros mercados.
E aqui falamos especificamente nos Estados Unidos, um país onde a Suzuki tem uma grande base de clientes e aficionados da GSX-R1000, que por enquanto não têm de temer a impossibilidade de comprar uma destas motos no concessionário. Recordamos que durante vários anos a Hayabusa deixou de ser vendida na Europa por não cumprir com a norma Euro4, sendo depois atualizada para a Euro5 atual.
No sentido de perceber melhor a posição da marca japonesa relativamente ao futuro, a revista MotoJornal abordou este tema do fim de comercialização da Suzuki GSX-R1000 com uma fonte ligada à marca a nível nacional. Foi-nos confirmado que não existe ainda informação sobre o futuro do modelo na Europa, nem mesmo a nível interno.
Mas o facto do modelo deixar de ser comercializado agora, não significa que nunca mais teremos uma GSX-R1000 nos concessionários!
Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos continuar a acompanhar todas as novidades sobre o futuro da icónica GSX-R1000. De momento, a gama de desportivas com homologação de comercialização europeia da marca fica restrita à GSX-R125 e GSX-R1300 Hayabusa.