Ducati Panigale V4 – Uma renovação profunda!

A Ducati acaba de revelar a nova geração da Panigale V4. A superdesportiva renova-se profundamente e despede-se do monobraço!

panigale v4

Conforme era esperado, a Ducati aproveitou a noite que antecede o início do World Ducati Week no circuito de Misano para realizar um evento bem especial: a apresentação da nova geração da Panigale V4!

A superdesportiva italiana renova-se profundamente para o próximo ano, apresentando novidades nas mais diferentes áreas: aerodinâmica, eletrónica, motor e, entre outras novidades importantes, a Panigale V4 despede-se do icónico monobraço oscilante que os Ducatistas tanto aprenderam a gostar, adotando um braço oscilante de arquitetura mais convencional.

Com a nova geração da Panigale V4 a Ducati procura elevar o patamar de performance no segmento das superdesportivas que podemos conduzir em estrada (e nas pistas!), mas, ao mesmo tempo, dotar a esbelta moto nascida em Borgo Panigale de argumentos que a tornam mais fácil de explorar por parte dos motociclistas que não são pilotos profissionais, como por exemplo o bicampeão de MotoGP, Francesco Bagnaia, que ajudou a marca italiana ao pilotar a nova moto para as fotos que aqui lhe mostramos.

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A nova Panigale V4 S, a variante mais equipada da gama, perde 2 kg em comparação com a geração anterior, o que significa que na balança esta italiana apresenta agora um peso a seco de 187 kg. Isto é também relevante pois o motor Desmosedici Stradale V4 ganha 0,5 cv de potência, mesmo tendo em conta que cumpre agora com a homologação Euro5+.

O motor V4 disponibiliza uma potência máxima de 216 cv às 13.500 rpm e um binário de 120,6 Nm às 11.500 rpm.

A unidade motriz foi alvo de modificações. Nomeadamente com a introdução de um novo diagrama da distribuição, com cames de perfil diferente e que permitem uma abertura maior das válvulas. O alternador e bomba de óleo são agora os mesmos da Panigale V4 R, e a caixa de velocidades deriva da Superleggera V4, e as trompetas de admissão apresentam uma diferença ainda maior entre o seu comprimento mais curto e o mais longo.

Esta combinação de novidades, e outras, permitiram, de acordo com a Ducati, que um conjunto de pilotos, desde os amadores mais rápidos até aos profissionais, conseguirem baixar em cerca de 1 segundo o seu melhor tempo por volta durante um teste comparativo realizado no circuito de Cremona.

A aerodinâmica está agora ainda mais integrada nas formas esculpidas as carenagens aerodinâmicas da Panigale V4.

Ao contrário da geração anterior da superdesportiva, a nova geração estreia uma nova filosofia de design desenvolvida pelo Centro Stile Ducati, onde as asas, maiores, estão posicionadas mais à frente na carenagem dianteira, mas estão integradas na própria carenagem, não parecendo ser ‘coladas’ à posteriori.

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De acordo com a Ducati, as novas carenagens aerodinâmicas permitiram reduzir a resistência aerodinâmica em 4%, criar maior estabilidade para andar a velocidades mais elevadas em linha reta, mantendo a força descendente que era gerada pelo pacote aerodinâmico na geração anterior.

Um ponto sempre relevante nas superdesportivas Ducati, a temperatura, foi agora ‘atacado’ com a introdução de coberturas redesenhadas nas laterais, mas também com recurso a um guarda-lamas dianteiro também ele redesenhado para ajudar o ar fresco a fluir mais facilmente pela zona do motor e radiador, em particular o radiador de óleo.

Ainda na frente da Panigale V4, encontramos um novo conceito de admissão de ar. Deixamos de ter duas entradas de ar e passamos a contar apenas com uma entrada de ar, em posição central, escondida por debaixo da carenagem.

Já na secção traseira o condutor vai encontrar mais espaço para se sentar e movimentar, pois a Ducati alongou e alargou a traseira da moto.

Esta mudança acaba por ter implicações na posição de condução. A Ducati procurou integrar melhor o condutor na moto, e por isso redesenhou o topo do depósito de combustível de forma a permitir que o condutor se encaixe mais facilmente atrás do para-brisas sem que o queixo bata facilmente no depósito.

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O próprio depósito tem as suas formas laterais e posterior redesenhadas. Neste caso para permitir que o condutor consiga fixar melhor as suas pernas nos momentos de condução mais extremos, como uma travagem ou em curva.

Os poisa-pés foram reposicionados, estando agora 10 mm mais para ‘dentro’ da moto. Isto permite à marca italiana anunciar que a Panigale V4 consegue agora atingir ângulos de inclinação em curva ainda mais pronunciados, sem que os poisa-pés raspem no asfalto. Uma mudança que também foi concebida para otimizar a aerodinâmica.

O Front Frame foi redesenhado. Isto porque os pilotos pediram à Ducati Corse que desenvolvesse uma estrutura menos resistente às forças torsionais, mas que mantenha a resistência às forças longitudinais, mesmo em ângulos de inclinação de 60 graus.

Para complementar o novo Front Frame, a Ducati segue agora uma filosofia completamente diferente ao nível do braço oscilante.

A nova Panigale V4 abandona o monobraço oscilante que fez as delícias de tantos Ducatistas ao longo dos anos. No seu lugar encontramos agora um braço oscilante de estrutura mais convencional, que a Ducati denomina de “Ducati Hollow Symmetrical Swingarm”.

Este braço oscilante permite manter as ponteiras de escape abaixo do motor, apresenta uma resistência lateral 37% a menos do que o monobraço, mas é também mais leve graças aos espaços ‘vazios’ nas laterais.

Para além de pesar menos 2,7 kg que o monobraço, e de acordo com a Ducati, esta nova solução de chassis ajuda a melhorar a tração e o “feeling” do condutor nos momentos de aceleração. O Front Frame pesa quase meio quilo a menos do que na geração anterior, e tem uma resistência às forças laterais que é 40% menor do que anteriormente.

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Do ponto de vista da ciclística, a Ducati recorre, no caso da Panigale V4 S, às suspensões eletrónicas Öhlins, a terceira geração da combinação NPX / TTX, com afinações otimizadas para tornar a condução mais agradável em estrada. Por outro lado, a maior velocidade das válvulas permite a estas suspensões reagirem mais rapidamente aos ressaltos no asfalto, para uma condução ainda mais precisa.

Em estreia mundial na nova Panigale V4 encontramos as novas pinças monobloco Hypure fabricadas pelos especialistas da Brembo. São 60 gramas mais leves do que as Stylema, e conseguem dispersar o calor gerado pela travagem ainda mais eficazmente. Refira-se que na travagem encontramos outra estreia mundial: o Race eCBS.

Este sistema foi desenvolvido pela Bosch em colaboração com a Ducati. E a grande novidade do Race eCBS é que, nos modos específicos para uso em pista, o sistema consegue atuar o travão traseiro de acordo com estratégias eletrónicas que replicam as técnicas utilizadas pelos pilotos profissionais!

Numa análise mais detalhada, o sistema mantém o travão traseiro acionado sem que o condutor intervenha, mesmo quando já largou o travão dianteiro em curva. Desta forma o Race eCBS consegue replicar o momento em que os pilotos profissionais usam o travão traseiro com o seu polegar para definir as melhores trajetórias em curva.

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Do ponto de vista da eletrónica podemos destacar o sistema Ducati Vehicle Observer (DVO).

Este sistema foi desenvolvido pela marca italiana em MotoGP, utiliza as informações recolhidas por mais de 70 sensores a cada segundo, e consegue ajustar as ajudas eletrónicas com uma rapidez e precisão até agora inéditas no segmento, de acordo com a Ducati.

O DVO consegue estimar as forças que estão a ser aplicadas pelo solo na moto e as cargas que a moto consegue suportar. As informações recolhidas são integradas na plataforma de medição de inércia, e, por fim, o ‘cérebro’ eletrónico ajusta as ajudas como o controlo de tração, o “slide control”, o “power launch”, o controlo do travão-motor, o “wheelie control” ou ainda o sistema de quickshift.

O painel de instrumentos TFT de 6,9 polegadas deriva do mesmo elemento usado pela Desmosedici GP de MotoGP. Oferece ao condutor maior quantidade de informações, para além de incluir modos de visualização específicos para uso em pista.

A nova Ducati Panigale V4 e Panigale V4 S chega aos concessionários a partir de setembro. De momento ainda não temos a confirmação oficial sobre qual será o preço desta novidade em Portugal.

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Galeria de fotos Ducati Panigale V4

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