Editorial Revista Motojornal Nº1468
Aproximamo-nos do final do ano, e com isso, vamos assistindo ao término de grande parte dos campeonatos. Mais recentemente, foi a vez do campeonato nacional de velocidade. Este evento era aguardado com especial interesse por diversos motivos, um dos quais, por ser a primeira vez que os side cars visitavam o traçado lisboeta. A par disso, grande parte das classes que compõem a caravana do CNV, incluindo a principal, SBK, estavam em aberto. Tinha tudo para ser um ambiente de festa, mas, novamente, vieram “ao de cima” feridas por sarar e ânimos exaltados a precisarem de “férias” para recuperar de uma época que foi tudo, menos bonita…
É urgente repensarmos todos em conjunto o que andamos cá a fazer, o que queremos do desporto e se vale, ou não, a pena continuarmos na luta pela defesa de disciplinas como a velocidade. Está tudo mal! Desde a organização, passando pela federação, promotores, pilotos, equipas, patrocinadores, público e até nós próprios, órgãos de comunicação. Uma autêntica trapalhada que em nada abona a favor do espectáculo! As rivalidades, dentro e fora de pista, sempre existiram e sempre foram parte fundamental do “circo mediático”. Mas havia respeito! Respeito esse que não vi, de todo, na jornada de encerramento do CNV. Estamos a tentar de tudo para captar os miúdos para este desporto e que foi ver as corridas este fimde-semana, viu um ambiente tenso, pesado e mau!
Quando passamos a dar mais importância em fazer “a cama” ao vizinho da boxe ao lado, em vez de nos preocuparmos com nós próprios, está tudo dito! A ideia é criar um campeonato bonito, competitivo, aberto a todos, capaz de captar novos investidores, moderno e que seja mais apelativo ao público e não o contrário. Chegamos ao final de mais uma temporada com feridas mais abertas que nunca, que correm o risco de passar para a nova temporada. Não é bom para ninguém! Principalmente para os pilotos mais amadores, que investem fortunas do seu bolso e muitas vezes vão sozinhos para as corridas, sacrificando a sua vida em prol de um desporto que gostam e acreditam. São esses os verdadeiros heróis e os que mais respeito merecem!
É urgente mudar! Desde a raiz até ao topo! Temos que repensar estratégias e pensar no espectáculo e no público e não apenas em dinheiro! Criar condições e atractivos para levar o público às corridas e não afastá-los ainda mais. Uma coisa é mais que certa, é OBRIGATÓRIO MUDAR!