Editorial Revista Motojornal nº1504
A mim, particularmente, toca-me ouvir histórias de recuperação de marcas e modelos históricos, que por diversas circunstâncias, acabaram por ter que cessar a produção e, consequentemente, fechar portas. Há diversos exemplos de marcas que acabaram por ser resgatadas pela mão de grandes grupos internacionais, na sua maioria de origem asiática, detentoras de grande capacidade de investimento, com grande “know-how” e rigorosos controlos de qualidade. Mas também temos os mais “teimosos” e “resilientes” que lutam com todas as suas forças e de forma humilde para não deixar morrer os seus sonhos.
Neste caso que agora vos vou falar, trata-se da ambição de fazer renascer das cinzas uma marca nacional. Falamos da Famel e o timoneiro deste navio é Joel Sousa! Uma vez ou outra, fomos vendo alguns desenhos do que poderia ser o futuro desta marca mítica portuguesa e sonhando com o seu ressurgimento, ao mesmo tempo que continuamos a assistir à recuperação de muitos modelos originais, que tanto nos enchem de orgulho. E a história está prestes a mudar! A Famel está de regresso! E com os olhos postos no futuro!
Este editorial encontra-se na edição Nº 1504 da Motojornal em https://fast-lane.pt/produto/motojornal-1504/
A empresa do engenheiro Joel Sousa deu a conhecer recentemente a abertura das encomendas online do primeiro modelo que marca o regresso ao ativo da marca de Águeda. Trata-se da E-XF que não só marca o ressurgimento da marca, como também deixa claro o futuro: as elétricas! Assim que publicámos a notícia sobre este acontecimento, “choveram” comentários nas nossas redes sociais, uns a demonstrar agrado, outros descontentamento. É sempre assim!
Para nós, o mais importante é salutar este empenho e aposta no futuro da Famel, através desta E-XF que, se pensarmos friamente, acaba por encaixar na perfeição nas necessidades que temos hoje em dia. Senão vejamos: esteticamente, é em tudo semelhante aos gloriosos modelos dos anos ‘60, ‘70 e ‘80 tão desejados ainda nos dias que correm… a equivalência a uma 50 cc faz sentido para manter a tradição; logo, a autonomia que muitos criticam para cerca de 80 km faz sentido, atendendo a que é uma moto citadina; como todos os modelos de 50 cc tem que estar limitada aos 45 km/h, ainda que seja possível atingir os 70 km/h, mais que suficientes para a cidade e o carregamento completo das baterias tem um tempo estimado de 4 horas, aceitável nos dias que correm e tendo em conta outros exemplos…
Para finalizar, enaltecer o design, com diversas comodidades impensáveis há uns anos como a travagem combinada (com disco na frente e atrás), tomada USB e painel de instrumentos digital, por exemplo. E o desenho do motor a remeter-nos para o passado? Brilhante! Portanto, mais que criticar o projeto e atacar os 4100€ que a E-XF vai custar, devemos estar sim orgulhosos do rumo que a Famel está a começar querer levar, fazer a pré-reserva deste modelo histórico e, acima de tudo, divulgar ao máximo este produto nacional, com grande potencial internacional. Parabéns Famel, parabéns Joel Sousa! “F*****AMotaÉLinda…”
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