A histórica marca italiana Benelli, agora sob controlo chinês, mas a manter grande parte do processo de desenvolvimento das suas motos ainda em solo italiano, mais precisamente na sede ancestral em Pesaro, marcou presença no Salão de Milão EICMA com uma série de novidades destinadas aos mais diversos segmentos e formas de viver o motociclismo.
Neste caso falamos das duas “trezentos” que a Benelli revelou em estreia mundial no certame italiano, a BKX 300 e a BKX 300 S, duas variantes que partem da mesma plataforma base e que assim otimizam os custos de produção.
O design foi integralmente imaginado pela equipa especializada do Benelli Centre Style em Pesaro. Seguiram uma tendência mais futurista, de linhas “limpas”, carenagens maiores mas ainda assim compactas, em que o destaque vai inteiramente para o desenho da ótica frontal com duas luzes diurnas em LED exclusivas das BKX 300.
O motor monocilíndrico é partilhado por ambas. A Benelli desenvolveu um novo bloco de 292,4 cc com refrigeração por líquido, DOHC com quatro válvulas, um corpo de acelerador de 42 mm e que funciona como uma evolução da unidade motriz que encontramos em modelos como a Leoncino 250 ou a TRK 251.
Graças ao aumento do diâmetro, este monocilíndrico conta com válvulas de admissão e escape de maior diâmetro, e consequentemente puderam trabalhar por completo numa câmara de combustão redesenhada. O veio de equilíbrio foi redesenhado para reduzir ainda mais as vibrações, mas também para aumentar a fiabilidade. E acoplado ao motor encontramos um sistema de escape totalmente redefinido, com um coletor mais longo, desenvolvido para otimizar a performance nos médios regimes.
Convém notar que a ponteira que equipa estas BKX é fornecida pela SC Project.
Por falar em performance, a Benelli anuncia que este novo motor que equipa as BKX 300 e BKX 300 S consegue disponibilizar uma potência máxima de 29,2 cv às 9.000 rpm, enquanto o pico de binário gerado é de 24,5 Nm às 7.000 rpm. Para ajudar o condutor a gerir esta performance a Benelli acoplou uma transmissão com embraiagem deslizante, que permite trocar de caixa mais suavemente, mesmo nas reduções mais agressivas. A caixa é de 6 velocidades.
Na ciclística a marca italiana continuou a optar por partilhar componentes, embora alguns detalhes permitam diferenciar o tipo de utilização para o qual cada variante da BKX 300 foi imaginado originalmente.
O quadro é composto por uma estrutura tipo duplo berço em aço, ao qual estão ligadas as suspensões. Neste caso falamos de forquilha invertida com bainhas de 41 mm, enquanto na traseira um amortecedor com sistema de link progressivo ajuda a gerir os impactos que o conjunto sofre. Neste particular destacamos apenas que, pese embora os componentes sejam praticamente iguais, no caso da trail BKX 300 o curso das suspensões é de 180 mm enquanto no caso da estradista BKX 300 S esse curso reduz para 150 mm.
A travagem segue o tema da partilha para economizar os custos de produção, com a Benelli a optar por instalar um disco de 280 mm à frente e um disco de 240 mm atrás. No eixo dianteiro está instalada uma pinça de dois pistões enquanto no eixo traseiro é uma pinça simples.
Nas jantes encontramos uma das poucas diferenças entre as duas versões. Enquanto a BKX 300 dá uso a uma combinação de jantes de 19’’ e 17’’, para a “asfáltica” BKX 300 S a marca italiana optou por uma combinação tradicional de jantes de 17’’ em ambos os eixos.
Uma última nota para o depósito de combustível, que apesar de apresentar um design profundamente esculpido, consegue albergar no seu interior 13 litros de gasolina, o que aliado aos baixos consumos prometidos por este motor monocilíndrico na sua versão Euro 5+, garante que as BKX 300 conseguem percorrer muitos quilómetros sem terem de parar para reabastecer.
A Benelli confirmou durante a EICMA que as BKX 300 e BKX 300 S estarão disponíveis para comercialização durante a segunda metade de 2024, mas quanto a preços estamos ainda a aguardar confirmação oficial, pois o valor não está ainda definido pelo importador da marca em Portugal, o grupo Multimoto.
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