Texto Fernando Pedrinho Martins e Domingos Janeiro • Fotos Hellophoto – Miguel Araújo –
Fim à vista para a MX1?
A Fórmula 1 tem investido imenso na segurança. Há ensinamentos que nós possamos colher da parte dos automóveis? Eu diria antes que o nós fazemos em termos de segurança é sempre bom para os carros Eles só mudaram esta mentalidade há pouco tempo, no tempo do senhor Brunsrad e do Charlie Whiting, o director de corridas da F1 e que faleceu há pouco tempo. Quando estive há frente do Autódromo [do Estoril], entre 1997 e 2000, a FIA, na altura, queria muros de protecção, pois os carros batiam e ficavam no sítio. Esta mentalidade muda com a morte do Ayrton Senna, onde a FIA passa a querer espaços livres para desaceleração dos veículos. Hoje em dia temos uma colaboração total, em que nós participamos nas comissões de segurança deles e eles nas nossas. Há, pois, um aproveitar recíproco de ensinamentos de ambas as partes. Tem havido uma colaboração enorme na homologação dos circuitos.
As MotoGP estão nos 370 km/h de velocidade máxima, em Mugello, e o Maverick Viñales esteve recentemente no Estoril e apontou uma série de sítios onde as escapatórias não serão suficientes no caso de uma saída de pista. As motos saem de pista como autênticos mísseis, como se viu na corrida de Assen, por exemplo. Como é que vês esta questão? A Comissão de Segurança da FIM inclui vários pilotos, entre os quais o Valentino Rossi, a que se juntam o Franco Uncini e o Loris Capirossi, e são quem homologa os circuitos. Uma das coisas que estou a tentar melhorar na homologação dos circuitos é parte tecnológica do processo, com recurso a um programa de simulação e modelação, já que até aqui tem sido com base num saber empírico. É óbvio que nós temos essa preocupação de, eventualmente, ter que limitar a potência das motos, algo que não se coloca nas corridas de velocidade, onde não tivemos qualquer fatalidade por excesso de potência. Mas isso já se coloca com premência no motocrosse. As 450 estão a andar muito, houve um piloto cronometrado a ‘cento e muitos’ na reta de um GP, os pilotos chegam esgotados ao final das corridas e este ano, dos dez primeiros seis estiveram sempre no ‘estaleiro’, o que é uma coisa incrível.
Eu visitei recentemente os quatro fabricantes japoneses e esse foi um tema muito debatido. É bem possível que passemos a ter apenas as 250cc [MX2] como classe rainha. A diferença por volta anda em um segundo só que as motos são muito mais leves e não dá azo a tanto cansaço. Poderemos ter uma classe ‘MX2 Full’, desenvolvidas pelas fábricas, e outra com as ‘MX2 standard’, orientada para os pilotos mais novos. Também estamos a trabalhar para reduzir a velocidade nos ralis
És supersticioso? Não. É que és o 13º Presidente da FIM (risos). Não, sou o 14º! Também pensava que era mas só o descobri quando mandei fazer um painel com todos os presidentes da FIM. Acontece que ninguém descobria o primeiro, mas agora sabemos que foi o senhor A. de Lahausse, um francês que presidiu entre 1904 e 1905.
E lês a MotoJornal? Sempre! Religiosamente! Eu devo ser a única pessoa que tem a coleção completa da MotoJornal e vou oferecê-la à FMP. Já ofereci 40 anos de AutoSport e do Volante, tenho a coleção completa do Duas Rodas, da Motores Antigos, do Auto Mundo, MotorSport e da Moto Compra e Venda.